Frio

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Votem e comentem.

BANG. BANG. BANG.

- CORRE, VAI! - os homens gritavam desesperadamente para a mulher e a criança.

Era mais uma missão de resgate. O esquadrão A estava pronto para executar a missão fazia mais de um mês. Tudo havia sido planejado, os mínimos detalhes foram estudados. O helicóptero encontrava-se tão próximo e o sucesso estava garantido. Mais uma vitória ao híbridos.

- MERDA! MONSTER FOI ATINGIDO.

Um dos homens do esquadrão gritou. O líder, que estava logo atrás, já havia notado que seu irmão tinha sido baleado. Monster não era fraco e um tiro apenas seria uma gota em um oceano. Entretanto, a adrenalina e o medo congelaram o líder e ele hesitou. Fora apenas uma fração de segundos, porém o suficiente para que as coisas saíssem do controle.

Os outros continuavam correndo, a mulher com a criança corria sem olhar para trás. Monster estava se arrastando, o sangue escorrendo da perna esquerda conforme mancava. Os barulhos dos tiros disparados deixavam-o zonzo e a sensação de ansiedade, medo e preocupação o invadiam. Tudo poderia acabar naquele momento, tudo poderia ir por água abaixo naqueles instantes.

Mas não dessa vez.

O líder voltou ao estado normal. Virou-se a tempo de atirar contra um dos terroristas. A mira dele era tão boa que o tiro havia sido certeiro na testa do inimigo. Voltou a correr. Correu para Monster e o ajudou colocando os braços em volta do híbrido. Com o apoio de seu irmão, Monster conseguiu melhorar a velocidade. Os dois continuaram correndo até estarem perto o suficiente do som do helicóptero. Os outros homens já estavam embarcando, a mulher e a criança sendo as primeiras.

- RÁPIDO, MONSTER!

Todos gritavam. O som dos tiros ainda o irritavam, os seus homens davam cobertura atirando no inimigo. Xingamentos eram ouvidos e tudo estava tenso. Qualquer erro custaria a vida de todos. Já era um milagre estarem perto do helicóptero. O plano havia dado errado e tiveram que improvisar. Provavelmente, alguém os tinha traído. Os inimigos estavam a par dos passos para o resgate e isso podia ter custado a vida de um dos seus.

- WILD!

O grito foi ouvido antes de sentir a dor penetrando em suas costas. Uma bala, com certeza. Ele já sentia que pingava o sangue, sentia-o escorrendo até o cós das calças. A dor era alucinante e ele sentia que iria cair se não fosse o apoio do irmão. Era um híbrido, forte, rápido, com os melhores sentidos. Porém a decepção do plano somada com a preocupação excessiva com seu esquadrão o haviam deixado sem controle. Era o dia mais triste para Wild, esse dia marcava uma data importante e estar em missão era o que ele precisava para esquecer as coisas. Não acreditou que estaria tão vulnerável, que iria estar tão aéreo.

- CONTINUA, WILD! - os gritos não haviam sido suficientes para que a escuridão alcançasse ele.

[...]

[...]

Era o aeroporto mais lotado que ela já havia visto. As pessoas caminhavam apressadamente, crianças corriam, os funcionários trabalhavam dobrados e o som insistente dizendo os horários dos voos. Tinha uma criança chorando perto da mãe, esta última tentava acalmá-lo com brinquedos. Como sinto falta da minha, pensava a menina.

Era uma linda moça, com madeixas castanhas levemente ondulados e pele bronzeada, os olhos brilhantes e um sorriso alegre. Era magra devido aos exercícios exagerados e com altura mediana. Estava indo para um local muito especial para si, o local que antes era o seu sonho. Seguro, livre de preconceito, um lugar que pudesse ser o seu lar.

Wild - Novas EspéciesOnde histórias criam vida. Descubra agora