Capítulo 2

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LUNA

Passaram-se uns dez minutos e ninguém falou mais nada, o que ocasionou em um silêncio um pouco constrangedor e totalmente desconfortável. Meu irmão me deu um olhar e acho que ele pensou a mesma coisa que eu, então em uma das poucas vezes da minha vida eu resolvi tomar uma iniciativa.

— O que vocês fizeram para estar de detenção? — Perguntei quebrando o silêncio. Admito que fiquei com receio de ninguém me responder.

— Eu fui pego pulando o muro em uma falha tentativa de matar aula. — Fiquei surpresa pelo Luca ser o primeiro a responder.

— Bem, eu e o Oliver brigamos e na hora da raiva eu o empurrei da escada, ele está bem, mas mesmo assim o diretor me mandou para cá. — Mia respondeu e eu arregalei os olhos. Ela e o namorado Oliver sempre brigavam pelos corredores, mas empurrar ele da escada era meio chocante.

— Caramba gatinha, quero morrer de bem contigo. E você Antony? — Perguntou Caio.

— Tive uma briga com um menino. — Fiquei bastante perplexa por saber que Antony brigava, pois ele era tão correto e tranquilo.

— Uau, o certinho da escola se metendo em confusão! Finalmente essa cidade tem uma fofoca agitada já que aqui é tudo morto. E vocês gêmeos, o que fizeram? — Perguntou Mia olhando para o meu irmão e eu percebi um leve interesse em seu olhar. Seria bom ela se livrar do encosto que chama de namorado e arrumar alguém melhor.

Vou ficar atenta quanto a esses dois ou talvez seja só coisa da minha cabeça, mas mesmo assim vou ficar de olho.

— A chata da minha irmã falou algo que não deveria e sem querer causamos uma "pequena" explosão no laboratório de química. — Explicou meu gêmeo fazendo aspas com as mãos.

— Então foram vocês que me livraram da minha prova?! Obrigado, estou devendo uma aos dois. — Disse Luca.

— Pode deixar, eu vou cobrar esse favor! — Afirmou Caio rindo, com certeza ele ia fazer o Luca pagar algum mico ou coisa do tipo.

— O que eu falei foi à verdade e com certeza se eu contasse isso para eles, todos concordariam comigo. — Digo um pouco nervosa, pois não achei que ele ia me alfinetar assim.

— Qual foi o motivo da briga para a baixinha virar uma pimentinha? — Perguntou o Luca. Nesse momento fiquei com saudades do silêncio que se fazia antes.

— Eu não sou uma pimentinha. — Vociferei um pouquinho alto, e pelo visto, causou muita graça, pois agora Luca, Caio e Antony riam enquanto eu revirava os olhos. Eu mereço.

— Irmãzinha, você está uma pimentinha sim. — Acredito que depois desse comentário fiquei ainda mais vermelha.

— AAAH, você que é um chato. — Falo fuzilando meu irmão com o olhar. — Vocês pretendem ficar nessa cidade para sempre? — Questiono já imaginando a resposta deles, porque com certeza ninguém quer continuar nessa cidade chata e sufocante.

— Deus me livre continuar aqui. — Mia foi a primeira a responder e eu já esperava por isso.

— Eu conto as horas para ir embora. — Luca respondeu.

— Pretendo fazer Faculdade fora, porém, depois talvez eu volte. — Disse Antony e eu não fiquei surpresa, é a cara dele.

— VIU! — Grito feliz. — Todos concordam comigo, menos você irmão, o que eu propus é incrível e você deveria repensar. — Indaguei esperando que isso tenha mexido com ele, porque eu quero muito ir embora dessa cidade.

Caio murmurou um "tanto faz" e voltou a arrumar os livros. O silêncio retornou, mas dessa vez não estava tão desconfortável.

Passamos as próximas duas horas terminando de arrumar os livros que não pareciam ter fim, conversando sobre coisas aleatórias e falando o necessário. Quando terminamos o professor nos liberou e nós saímos da biblioteca. Até que não foi tão ruim quanto eu imaginei. Andávamos em direção a saída e uma ideia me surgiu na mente, esperei que todos estivessem do lado de fora para fazer a pergunta.

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