LUNA
O dia foi tedioso como sempre, eu me arrastei durante as aulas e depois fui para casa, enquanto os meninos seguiram para o treino e mais tarde iríamos nos encontrar todos na sorveteria.
Estava no meu quarto olhando para teto e aproveitando a minha preguiça quando escuto a campainha tocar. Quero ignorar, mas essa hora só tem eu em casa para atender.
Me arrasto da cama xingando mentalmente o infeliz que apertava a minha campainha sem parar.
— JÁ VAI. — Grito descendo as escadas.
Assim que abro a porta encontro Mia com a mão na campainha.
Ela sabe que precisa apertar só uma vez, né?
— Pensei em passar aqui para irmos juntas na sorveteria, os meninos já devem estar acabando o treino.
— Ok, vou só trocar de roupa. — Respondo e subo as escadas correndo para o meu quarto.
Tiro meu pijama de coraçõezinhos e coloco um short jeans, uma blusinha de alcinha verde água e calço meu all star branco. Arrumo meu cabelo bem rápido e desço as escadas para ir ao encontro de Mia que estava na porta parada me esperando. Começamos a caminhar em direção a sorveteria.
— Então você não assisti aos treinos do seu namorado? — Pergunto para puxar assunto.
— Não estamos mais juntos, então eu não fui hoje, e também não tinha ensaio. — Ela dá de ombros ao responder à pergunta.
— Posso fazer uma pergunta?
— Claro. — Diz sem interesse.
— Por que você ficou tanto tempo com esse babaca? Digo, como você conseguiu suportar esse relacionamento?
Admito que é um pouco invasivo perguntar isso já que não temos intimidade o suficiente, mas estava curiosa para saber.
Todos as pessoas da escola sabiam como aquele relacionamento não era certo, eles viviam brigando.
— Não sei dizer quando nos tornamos esse casal péssimo, mas lembro do início, quando eu o vi pela primeira vez em um jogo e eu me apaixonei à primeira vista. Logo de cara a gente já começou a ficar e era perfeito, o jogador de futebol e a líder de torcida, estava vivendo um conto de fadas. Ele me fazia me sentir única, sempre falava palavras bonitas e me dava muitos presentes.
Mia olha para baixo e sinto sua frustração crescer. Com certeza não deve ser fácil falar sobre isso.
— Mas então começaram as traições. No início eu admito que fechava os olhos já que ele era o namorado "perfeito". Tentava ignorar. — Ela suspira. — Mas foi ficando nítido demais, meus amigos começaram a avisar e eu não vi escolha e confrontei ele. Na primeira vez ele admitiu, chorou e prometeu que nunca mais iria me trair.
— Ele não cumpriu a promessa, né? — Questiono mesmo sabendo a resposta.
— Nos dois meses seguintes sim. Ele voltou a ser perfeito como no início, mas as traições começaram novamente, e aí surgiu as brigas incansáveis que tínhamos, sempre indo e voltando. — Mia faz uma pausa e percebo uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto. — Nesse tempo as pessoas começaram a se afastar, porque estavam cansados do meu namoro conturbado. Eu me vi sozinha, sem apoio e então fui empurrando esse namoro, porque não queria me ver sem ninguém. — Ela me encara nos olhos. — Quando você me chamou para viajar vi isso como o momento perfeito para virar a página e superar esse relacionamento.
Fico chocada. Nunca sabemos o impacto que temos na vida de alguém.
Graças ao meu convite ela vai superar esse babaca.
— Mia, quero que saiba que você não está sozinha, estou com você. Sei que não somos tão próximas, mas estou te apoiando. — Falo segurando suas mãos e olhando no fundo dos seus olhos.
E assim ela me puxa para um abraço. Fico sem reação no início, mas logo retribuo.
— Um relacionamento vai muito além de presentes e ele ser legal Mia, se trata de confiança, respeito e amizade. Essa viagem vai fazer bem para você superar ele, mas sabe o que a minha mãe dizia?
— O quê?
— A gente esquece uma boca beijando outra, hahaha, só uma dica. — Dou uma piscada para ela. — Meu irmão está solteiro.
— Você está me jogando para o seu irmão, Luna Reis? — Pergunta arqueando uma sobrancelha e sorrindo.
A tristeza de alguns segundos atrás sumiu do seu rosto dando espaço para uma feição mais tranquila e alegre.
— Longe de mim, só estou comentando inocentemente sobre o estado civil dele, que é um solteiro totalmente livre e desimpedido.
— Meu Deus Luna, como você é sutil nos seus conselhos. — Indaga Mia gargalhando.
— Sou super discreta.
— Só que não né! — Afirma. — E você e o Duarte?
— O que tem o Luca?
— Sei lá, sinto uma tensão entre vocês. — Diz sugestivamente com um sorriso de canto nos lábios
— Olha, chegamos na sorveteria. — Falo fugindo da sua pergunta e já avistando os meninos. Salva pelo gongo.
— Você não me escapa, senhorita Reis. — Mia fala, e por sorte já estávamos perto dos meninos.
Ufa. Escapei por pouco das perguntas da Mia.
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Essas duas são muito fofas 😍
Mais um capítulo fresquinho para vocês.❤️
Não esqueçam das estrelinhas e dos comentários, amo saber o que estão achando do livro.🌟
Beijos!❤️
Revisado Por: MGCLivros
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Permita-se
Teen FictionCinco adolescente nascidos e criados em uma cidade pequena e pouco movimentada. Cansados dessa vida pacata eles juntos resolvem viajar o mundo para se aventurar, mas não tem dinheiro o suficiente para sustentar esse sonho. Então juntos resolvem cri...