Prólogo

519 50 70
                                    


Santana POV


Eu sempre fui aficcionada pelo saber. Sempre gostei de significados.  Sabe a tal fase do "por quê", quando se é criança?  Pois bem, a minha durou quase até o final da adolescência.  Claro que a partir de um certo ponto, minha mãe me apresentou uma coisa chamada biblioteca, e minhas respostas começaram a partir de lá, já que ninguém tinha paciência ou conhecimento para arcar com as minhas várias perguntas.

Foi mais ou menos nessa fase "irritante" da minha vida que eu comecei a estudar sobre flores, e nasceu minha verdadeira paixão por elas. Sempre admirei suas pétalas delicadas, as várias cores, a textura macia e as várias ocasiões em que podem ser usadas. Era, talvez, o presente mais versátil que eu conhecia. Amélias, Girassol, Azaléias, Camélias, Rosas, Violetas ... Lírios ... Ah, os lírios! Minhas favoritas.

Mais ou menos na mesma época, a ideia de ter uma banca de  flores também surgiu, e mesmo que julgada, anos depois, quando minha mãe foi diagnosticada com depressão, o sonho da banca de flores se tornara realidade, uma vez que a recomendação do médico era para que ela continuasse morando em Ohio, e que buscasse uma forma mais tranquila de viver... isso é, ser enfermeira e trabalhar em grandes hospitais da região, como ela fazia estava fora de cogitação no momento.

Outra paixão que sempre tive, era cantar. Claro fazia isso somente como hobby, com amigos ou quando precisava me apresentar em algum evento como parte do serviço oferecido pela nossa floricultura. Nunca nada profissional. Até por que, agora com o problema da minha mãe, a última coisa que pensaria seria em seguir uma carreira como cantora.

Eu devia ter por volta de meus vinte e dois anos quando vendi minha primeira flor.  A maioria das pessoas não compreendia quando eu tentava explicar os significados no começo, provavelmente achavam que era algum "papo barato" de vendedora, ou algo assim, mas na verdade, é algo muito importante, e que deveria ser considerado além do visual da flor. É como as pessoas, você se prende a elas pelo que são por fora, a aparência, ou pelo que são por dentro, o conteúdo?!. Bom, eu conheço várias pessoas que responderiam a primeira opção, mas eu sempre tive uma visão um pouco diferente a respeito das pessoas, da vida e do amor ...

Amor. Eu acredito nele, sempre acreditei, e apesar de não poder me exibir por ai com uma vida amorosa perfeita, eu me contento com minha vida "morna" por  hora.  Não que eu tenha desistido de jantares, encontros, namoros, nem nada do tipo, como minha mãe costuma falar e insistir, ou como Quinn, uma das minhas melhores amigas, me joga na cara, eu simplesmente acredito que as coisas têm o momento certo para acontecer. 

E apesar de eu ter tido alguns relacionamentos durante todo esse tempo, eu ainda não senti meu coração parar por um instante, e em seguida acelerar tanto que achasse que iria pular do meu peito.  Não encontrei ninguém que me fizesse querer tirar os pés do chão, ou aquele sorriso que eu tinha certeza de que seria a primeira coisa que eu queria ver pela manhã.  Não encontrei o olhar que cruzasse com o meu, e me fizesse querer exclamar: "é essa a pessoa!".

Ok ... talvez eu seja um pouco romântica demais, talvez, se você me visse na rua, provavelmente nem imaginaria toda essa minha visão, ... mas como eu disse anteriormente, o exterior muitas vezes difere do interior, e no final das contas, é ele que importa.


[...]


- Santana, Santana... querida! - Escutei minha mãe exclamar do andar de baixo, enquanto eu terminava de me arrumar. Desde que havíamos começado fazer grandes eventos, em geral eu que representava a floricultura nos locais, e também apresentava os shows como parte das cerimônias. E o da vez era um casamento. 

Imagine Me & You  BRITTANA Onde histórias criam vida. Descubra agora