Capítulo 11 A maldição do sobrenome Garnett

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As irmãs se foram, colocaram os filhotes no carro, e partiram. Chegando em casa, Daysi soltou os filhotes de lobo dentro da sala, e eles correram por toda a casa, indo parar na cozinha.

- O QUE É ISSO!? - Foi ouvido o grito de Matilde.

- São meus filhos! Lobos, direto do outro lado do mundo! - Respondeu Daysi.

- Você pirou? - Perguntou Matilde.

- Não minha querida, e olha, não fui a única, a Jemma tá com uma cobra bebê e a Muriel com uma panterinha.

- Minha nossa...

- Por que tanto espanto? Cada um com suas peculiaridades! Enquanto umas preferem dirigir caminhões, eu fico com criar lobinhos! - Falou Daysi, movimentando os braços alegremente.

- Quantas vezes eu tenho que dizer, eu não tenho um caminhão! - Respondeu Matilde seriamente.

- Para de relutar, não oprima seus gostos, eu sei que lá no fundo, bem no fundinho de seus desejos mais íntimos, existe uma caminhoneira louquinha pra sair da jaula e se aventurar nas rodovias desse nosso país! Liberte sua caminhoneira interior, põe ela pra fora Matildão!

- É, põe pra fora Matildão! - Disse Jemma com um sorriso debochado no rosto, com sua cobra na mão.

- Minha nossa! - Disse Marcelo, chocado, interrompendo o zombo de Daysi.

- Ai meu Deus, eu tenho pavor de cobra! - Disse Priscila, a empregada nova, entrando logo atrás.

- Então é melhor se acostumar, benzinho! Porque ela não vai a lugar algum! - Disse Jemma.

- Minha nossa senhora, não vem com ela perto de mim, por favor! - Disse Priscila, nervosa, dando passos para trás. Jemma deu um sorriso maléfico, e rapidamente, aproximou a cobra do rosto de Priscila, fingindo um bote, Priscila deu um grito, e Jemma e Daysi deram gargalhadas.

- Tá bobinha hoje hein Jemma! - Disse Daysi, rindo. Ela caminhou até a geladeira, pegou um pedaço de carne crua, e colocou em potes para os pequenos lobos, que começaram a comer com muita ferocidade. - Você! Priscila, você irá ficar responsável por alimentá-los, todos os dias, entendeu?

- O que!? Eu? Eu não vou cuidar deles, desculpe, mas não é minha obrigação... - Disse ela, irritada com a brincadeira que as irmãs haviam feito.

- Vai sim, e sem reclamar! - Disse Daysi.

- Não, não vou! - Respondeu ela. Daysi a encarou com um olhar repreensivo por alguns segundos.

- Escuta vadia, quem manda nessa casa aqui sou eu, se você quiser manter seu empreguinho, é melhor você me obedecer e tratar os meus filhotes como príncipes! Você me entendeu!?

- Nossa mãe fugiu de novo! - Disse Muriel, entrando com pressa na cozinha, interrompendo o assunto.

- O que? Como? - Perguntou Daysi.

- Eles não sabem! A história simplesmente se repetiu, ninguém viu nada, ninguém sabe de nada, a velha doida simplesmente evaporou, desapareceu, sumiu na neblina!

- Mas eu vou te falar, são uns incompetentes esse pessoal que trabalha lá hein? O que eles ficam fazendo de tão importante que não podem tomar conta de uma velha gagá? - Falou Daysi, nervosa.

- Temos que ir atrás dela! - Disse Jemma.

- Temos, temos sim... - Disse Muriel.

- Alguma ideia de onde ela possa estar? - Perguntou Daysi.

- Ela deve ter ido até nossa tia, como da última vez. Não podemos deixá-la lá, ela fica remoendo aquelas histórias do passado, histórias que que eu enterrei a muito tempo e não que não podem ser desenterradas, jamais! - Falou Muriel.

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