Cidade de Fox, 11 de Janeiro de 2012
Era uma tarde chuvosa, muitos relâmpagos e trovões estouravam no céu, um vento forte a ponto de arrancar galhos de árvores, uma tempestade digna de seu nome. Em um condomínio nada modesto, havia uma casa nada modesta, com uma aparência sombria, e pouco iluminada. A campainha toca.
- Meus Deus! Quem pode ser nessa tempestade! Não tenho paz nem com o mundo acabando. Que os raios dessa tempestade partam quem quer que seja que esteja tocando essa maldita campainha! Vai atender Matilde! - Ordenou uma mulher alta, com uma voz pesada, vestida elegantemente toda de preto.
- Está bem. – Respondeu Matilde, que ao contrário de sua patroa, usava roupas largadas e velhas, tinha uma aparência e um jeito bruto, era robusta, baixinha e até um pouco gordinha, com longos cabelos amarrados em um penteado trançado.
A mulher desceu as escadas e foi até a sala, para atender a inesperada visita. A campainha toca de novo, e de novo, quem quer que fosse não estava nada paciente.
- Ei, ei, ei! – Gritou Matilde. – Já vai, não precisa prender o dedo na campainha! – Matilde abriu a porta e se deu de cara com uma mulher. Tão baixa quanto ela, porém magra, com um sobretudo de couro que ia dos pés à cabeça, onde tinha um capuz bem grande, para se proteger da chuva e tampar um pouco o rosto. A mulher estava encharcada.
- Posso ajudar? - Disse Matilde, intrigada com a presença da mulher.
- Depende, é aqui a casa de Muriel Garnett? – Respondeu em um tom nada amigável.
- Sim, quem é você?
A mulher não deu mais nenhuma palavra, e saiu entrando casa adentro, sem nem mesmo ter sido convidada e sem pedir licença. E também sem tirar seu enorme e molhado casaco de couro, molhando todo o chão da sala.
- Ei! - Gritou Matilde. – Você não pode entrar aqui assim! Tá achando o que hein!?
- Faz o favor de chamar sua patroa, que é com ela que eu quero falar! – Disse a mulher na forma mais rude possível.
- Eu não vou chamar ninguém! Você não pode entrar aqui desse jeito! - Respondeu ela, nervosa.
- Está bem, eu mesma procuro ela. - Disse a mulher e foi indo na direção da escada. Matilde rapidamente se pôs a andar e entrou na frente dela, a impedindo de subir.
- Você não vai a lugar nenhum, antes de me dizer quem é você e o que você quer! - Falou ela, parada entre a mulher e a escada. A misteriosa mulher a encarou bem nos olhos com um olhar firme. E em um tom bem calmo e baixo, disse:
- É melhor você sair da minha frente, e me deixar passar, antes que eu perca a paciência, e faça o maior estrago nessa sua cara de caminhoneira!
- Espera aí, você me chamou de que?! - Respondeu Matilde furiosa.
A mulher por outro lado, deu um sorriso debochado e tombou a cabeça para o lado, mordendo os lábios e a encarando. Parecia se divertir com a fúria de Matilde.
- Eu não sei se você tem alguma dificuldade de entendimento, então eu vou te mostrar.
Ela ia se aproximando de Matilde quando foi interrompida por uma mulher no topo da escada.
- Daysi! Eu não acredito.
Era a dona da casa, uma mulher alta, arrumada e com uma certa beleza, tinha cabelos lisos, negros como a noite, e impecavelmente arrumados, usava um vestido preto com um lindo espartilho, um grande anel vermelho e um colar no mesmo tom. Tinha uma pele pálida e um olhar pesado, olhos tão pretos quanto seus cabelos, possuía uma aura sombria e pesada, como se fosse a personificação do próprio mal. Estava com um olhar paralisado ao ver a mulher parada no meio da sua sala de estar.
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Irmãs da Escuridão
Ficción GeneralTrês irmãs, três vilãs, três protagonistas. Se você procura conto de fadas, não deve entrar aqui... A psicopatia moldou o destino dessas irmãs desde a infância, quando mais velhas, elaboram planos para crescerem no mundo do crime, liderando uma máf...