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O calor estava tão grande naquela sexta que a primeira coisa que fiz enquanto ia encontrar S/n foi ir dobrando logo as mangas da blusa até o cotovelo. Entrei no carro, ligando o ar no máximo e suspirei extasiado com a brisa gelada no meu rosto. O restaurante chinês de onde tinha acabado de sair depois de comprar o almoço para nós dois estava tão quente que cheguei a suar lá dentro.

Quando meu celular vibrou dentro do bolso levei um susto ao ver o nome de S/n na chamada que entrava. Nós não tínhamos trocado nenhuma mensagem hoje combinando o encontro, mas eu apenas deduzi que estava tudo certo.

- Não me diz que você está querendo desmarcar, por favor.- Implorei assim que atendi.

- Não, seu bobo.- Ela respondeu rindo.- Só me pega na próxima esquina, onde tem um prédio em construção. Depois te explico o motivo.

- Tudo bem. Estou chegando aí.

Segui direto, passando em frente à biblioteca e logo chegava ao ponto marcado por ela, vendo-a me esperando debaixo de uma árvore que lhe protegia do sol forte. Apenas para não quebrar a rotina, S/n estava linda num vestido branco, parecendo um anjo. Um anjo que era só meu.

- Olá.- Cumprimentei-a quando ela entrou e fechou a porta, se adiantando para me dar um beijo ao sentir minha mão na sua nuca.

- Oi.

- O que aconteceu?- Perguntei enquanto colocava o carro em movimento.

- Eu vi um grupo de alunos da minha turma se aproximando e fiquei com medo deles me verem entrando no seu carro. Eles entraram na Starbucks que fica na frente da biblioteca, mas achei melhor não arriscar. Que cheiro é esse?- Ela perguntou antes mesmo que eu tivesse tempo de falar qualquer coisa.

- Nosso almoço.- Respondi, apontando rapidamente para o banco de trás.

- Por que você não quer que eu cozinhe mais para você?- S/n perguntou com a expressão levemente ofendida.

- Não é que eu não queira, pequena.- Falei, levando uma mão para sua coxa, como sempre levantando o tecido do vestido para tocar sua pele.- Mas eu prefiro que você passe mais tempo comigo do que na cozinha. Só isso.

Quando chegamos ao seu apartamento, comemos na sala mesmo, sentados no sofá, e ficamos trocando as caixinhas de comida chinesa sempre que um encontrava algo que o outro gostava mais de comer, até que não havia mais nada. Deixamos tudo em cima da mesa de centro mesmo e eu puxei S/n para perto, apoiando suas costas no meu peito, deixando-a entre as minhas pernas, enquanto me recostava no canto do sofá. Ficamos um bom tempo ali apenas conversando amenidades, minhas mãos acariciando seus cabelos e às vezes indo para seu pescoço e ombros, enquanto S/n brincava com o pingente do seu colar.

- Acho que nós deveríamos mudar algumas coisas.- Ela comentou depois de um tempo em silêncio.

- Em relação a quê?

- Sobre me pegar em frente à biblioteca. Não é tão perto da escola, mas muitos carros dos alunos passam ali. Eu sempre fico com medo de alguém me ver entrando no seu carro. E hoje foi ainda pior.

- Podemos mudar o lugar então.

- Talvez seja melhor se você parar de me pegar depois da aula.- Ela sugeriu e eu me vi obrigado a interromper as carícias no seu pescoço e virei seu rosto para encará-la.- Pensa bem, Josh.- S/n continuou antes que eu falasse algo.- Se um dos seus filhos virem seu carro por ali naquele horário, mesmo não suspeitando do que está acontecendo, eles podem perguntar ou até comentar com a sua esposa.

- Eu posso apenas dizer que fui resolver umas coisas por lá.

- E se eles virem de novo? No mesmo horário, no mesmo local?- Dessa vez não falei nada, nem mesmo tentei. Sabia que S/n tinha razão.- Acho que o melhor a fazer é você vir direto para cá. Ao menos eu sei que eles nunca vem por esse lado.

𝖲𝖾𝗍𝖾 𝖬𝗂𝗇𝗎𝗍𝗈𝗌 𝗇𝗈 𝖯𝖺𝗋𝖺𝗂́𝗌𝗈 | 𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂́𝖽𝖺 Onde histórias criam vida. Descubra agora