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- Você vem segunda?- Perguntei, esparramada na cama enquanto falava com S/n ao celular.

Tinha chegado em casa há cerca de duas horas e não havia ninguém em casa. Estava tomando um banho quando recebi uma mensagem de Savannah avisando que iria para uma festa da empresa e que só chegaria de madrugada. Ainda assim, esperei um pouco para ligar para S/n, apenas por receio de que ela achasse que eu estava pegando muito no seu pé.

- Alex me convidou, mas acho que não vou.- Ela respondeu com um suspiro. - Não sei se ficaria muito confortável aí.

Segunda feira seria aniversário de dezoito anos de Alex e ele estava organizando uma festa aqui em casa mesmo, com a ajuda dos amigos. Uma banda já havia sido contratada e quase tudo já tinha sido providenciado, com exceção de um DJ que Alex queria muito, mas ainda não tinha confirmado se poderia ou não tocar na festa.

- Eu queria que você viesse. Ao menos para poder te ver de longe.

- E eu vou ter que te ver com sua esposa.- S/n falou de uma vez, como se desabafasse aquilo, mas nem me deu tempo de falar nada.- Além do mais, não tenho roupa para ir. O único vestido decente que tinha para ir a uma festa dessas era aquele que usei no aniversário de Shivani.

- Decente? Aquilo?- Retruquei.

- Me refiro a ser aceitável para o nível dessas festas.

- S/n, eu tive que aguentar meus filhos te secando com os olhos e falando indecências sobre as suas pernas e sua bunda. Eles te chamaram de gostosa na minha frente, S/n!

- Desculpa.- Ela falou, mas eu ouvia sua risada do outro lado, provavelmente achando graça do meu desespero.

- Você acha isso engraçado, não é?

- Um pouco.- Ela concordou ainda rindo. - Mas você achou ele feio? O vestido, eu digo.

Respirei fundo para me acalmar daquela raiva que sempre surgia quando ficava com ciúmes de S/n.

- Não.- Admiti por fim.- Você estava linda. Mais do que deveria.

- Ciumento.- E desde quando isso era novidade? S/n era só minha, afinal. Como poderia não sentir ciúmes dela? - Bem, mas não posso usar ele de novo. E não tenho mais nada para usar. Somando isso ao fato de que não quero te ver com sua esposa, então acho melhor não ir.

- E se eu prometer ficar longe dela durante a festa?

- Você não pode prometer isso.

- Claro que posso. Vai ter muita gente nessa festa. Será fácil evitar qualquer pessoa.

S/n ficou em silêncio por alguns segundos e eu torci para que ela estivesse pensando nas minhas palavras.

- Me promete ao menos não beijá-la na minha frente.

- Eu não vou nem mesmo beijá-la, S/n.-  Retruquei firme. - Então você vem?

- Acho que sim. Vou falar com Sina e ver se ela me empresta alguma coisa.

- Ou.- Comecei, embora tivesse quase certeza de que ela não gostaria de ouvir aquilo.- Eu posso comprar algo para...

- Não!- Ela me interrompeu firme.

- S/n...

- Não, Josh. Nem começa.

- Entenda meu lado.- Tentei, mesmo sabendo que as chances dela fazer aquilo eram mínimas. - Se eu comprar um vestido para você, não apenas você virá para a festa e eu vou poder te ver, como ainda posso escolher um vestido que não vai me deixar tentado a te agarrar na frente de todo mundo. Benefício duplo, entende?

𝖲𝖾𝗍𝖾 𝖬𝗂𝗇𝗎𝗍𝗈𝗌 𝗇𝗈 𝖯𝖺𝗋𝖺𝗂́𝗌𝗈 | 𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂́𝖽𝖺 Onde histórias criam vida. Descubra agora