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Dizer que eu fiquei desesperado seria pouco. É claro que eu sabia que um dia precisaria conhecer a mãe de S/n, mas, por Deus, eu ao menos gostaria de estar vestindo alguma roupa. E eu sabia que nem aquilo poderia fazer agora, com medo de fazer algum barulho que pudesse ser ouvido do outro lado da porta.

Ainda assim, levantei apressado e girei a chave na fechadura o mais devagar e silencioso que consegui, fazendo um sinal para S/n ficar quieta e parar de se mexer tanto, pelo chão de madeira.

- S/n? Está em casa, filha?

S/n me encarou com o olhar alarmado, perguntando o que deveria fazer e eu me aproximei dela devagar, evitando fazer barulho, abraçando-a até estar com a boca perto do seu ouvido.

- Espere um instante.- Instruí num sussurro quase inaudível.

- S/n?- Sua mãe tornou a chamar, a voz agora se aproximando do quarto.

- Responda como se tivesse acabado de acordar.

- Oi, mãe.- S/n respondeu e eu quase ri da sua falsa voz de sono, que mais parecia uma voz de pós-sexo. O que era exatamente a verdade.

- Está estudando?- Nós dois pulamos assustados quando ela tentou abrir a porta, mas obviamente estava fechada.

- Estava dormindo, mãe.- S/n se apressou a falar, antes que a mãe perguntasse o porquê daquela porta estar trancada.- Está tudo bem?

- Ah, sim. Só queria te avisar que Tony vem jantar aqui hoje. Deve estar aqui por volta das sete.

- Pode deixar que eu ajudo a preparar o jantar.- Ela falou, parecendo já saber o que a mãe queria.

- Obrigada, filhinha. Vou só tomar um banho e escolher uma roupa bonita. Você me ajuda com isso também?

- Claro, mãe.

Esperamos em silêncio enquanto ouvia os passos se distanciando e estava prestes a falar quando S/n colocou uma mão sobre minha boca, pedindo para que eu esperasse mais um pouco. Apenas quando ouvimos uma porta abrindo e fechando, seguido de uma música tocando alta pela casa, foi que ela relaxou.

- Essa foi por pouco.- Ela falou, soltando o ar com força.

- Muito pouco.- Concordei, abraçando-a com força.

- Você precisa ir, Josh. E rápido. Ela nunca demora no banho.

- Tudo bem.

Beijei sua boca rapidamente antes de me afastar, começando a me vestir às pressas. Ainda estava vestindo a blusa quando S/n começou a me empurrar para fora do quarto, depois de olhar pelo corredor para se certificar de que o caminho estava livre.

- Te ligo à noite.- Prometi, já parado à porta da sala, puxando-a para um último beijo.- Te amo, S/n.

- Vai logo!- Ela ordenou, me empurrando de leve para fora do apartamento, um sorriso enorme no seu rosto.- Também te amo.- Ela murmurou ainda sorrindo e soltou um beijo no ar antes de fechar a porta.

[...]

- Você só pode estar brincando, Savannah!- Resmunguei por entre os dentes, parando à sua frente para bloquear a sua passagem.- É a festa do seu filho. Você não pode sair dessa forma.

Eram quase onze da noite quando vi Savannah falando ao celular e logo entendi que algo não estava bem. E foi só me aproximar para ouvi-la falando, pouco antes de desligar, que ia resolver o problema agora mesmo. O problema é que dentro de dez minutos o espetáculo da entrada do bolo aconteceria e era esperado, no mínimo, que nós dois estivéssemos ali. Mas pelo visto Savannah não estava muito incomodada com isso.

𝖲𝖾𝗍𝖾 𝖬𝗂𝗇𝗎𝗍𝗈𝗌 𝗇𝗈 𝖯𝖺𝗋𝖺𝗂́𝗌𝗈 | 𝖢𝗈𝗇𝖼𝗅𝗎𝗂́𝖽𝖺 Onde histórias criam vida. Descubra agora