Capítulo 25 - Estarei com você...

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Emily Broussard

Dizem que o tempo cura e acalma os corações, e eu nunca achei isso tão real.

Meu relacionamento com Ethan estava cada vez melhor. Nós vivíamos em uma única sintonia, com o mesmo sentimento e, claro, a mesma vontade de permanecermos juntos. Queria estar a todo momento perto dele, e ele de mim. Trocávamos beijos apaixonados pelos corredores da Fayron, saíamos quase todos os dias, transávamos como os dois adolescentes repleto de hormônios que éramos e nos amávamos como personagens saídos de romances de época. Eu estava literalmente vivendo tudo o que um dia achei que não seria digna.

Eu até que estava tentando melhorar na escola já que já estávamos praticamente dando adeus àquela vida. Passei a prestar um pouco mais atenção na aula, tentei me dar bem nas provas finais, mas o resultado ainda era longe do esperado se eu quisesse ganhar uma bolsa em alguma faculdade, que era justamente o que eu não queria.

Com o fim da escola achei que fosse me distanciar cada vez mais das pessoas, que ficariam ao meu lado somente aqueles que realmente fossem fazer parte da minha vida, mas um acontecimento marcante, bem no final do ano, fez com que todas as meninas se reunissem e formassem um laço que jamais imaginei ser tão forte. Trisha havia sido assediada pelo maldito do Clarke na escola, em plena sala de aula, depois de tentar tirar uma dúvida com ele, estando apenas os dois na sala. Camila e eu a encontramos no banheiro, chorando, e foi doloroso ter que ouvir ela contar tudo, senti como se tivesse sido comigo. Meghan, que também estava no banheiro, propôs um plano para que derrubássemos de vez o desgraçado.

E deu certo.

Camila, Trisha, Evelyn, Meghan, Alisha, Audrey e eu construímos uma espécie de grupo. Armamos um plano, criamos um site que teve mais de sessenta mil acessos e depoimentos chocantes sobre assédios não somente do professor, mas de alunos, e demos início ao plano. Pouco tempo depois, em meio a uma manifestação em frente à escola, Raymond Clarke foi preso em flagrante. Isso gerou uma comoção na Fayron, e motivou o comitê a permitir a criação de um grupo de apoio às vítimas do assédio, comandados inicialmente por nós.

Com isso, senti que oficialmente nossa missão ali, na Fayron School, havia se encerrado.

O baile de formatura foi incrível. Nunca senti tanta alegria e emoção como naquela noite. Ethan alugou uma limusine especialmente para nós, e levou Evelyn, Brent, Alex e Camila conosco. O tema Sob as Estrelas fez realmente jus ao nome e Meghan, organizadora oficial, ainda fez questão de contratar a banda WALK THE MOON. Ethan e eu ainda tivemos a grande surpresa de termos ganhado o prêmio de rei e rainha do baile. Foi inesquecível.

Na formatura, na manhã de dezembro, eu realmente senti meu coração apertar por ter que dar adeus aos amigos que tinha feito e, especialmente, ao colégio que havia me dado tantas alegrias um dia, apesar de tudo.

Fayron School era um lugar para se fazer boas memórias, sofrer por tanta raiva e, talvez, esbarrar com o seu grande amor pelos corredores.

Meu pai não foi para minha formatura porque havia viajado para Seattle um dia antes, mas me fez prometer mandar as fotos. Não fez diferença, para falar a verdade. Minha mãe estava lá, sorrindo de tão orgulhosa, como se eu fosse a garota que seria uma grande advogada um dia. Mas eu sabia o que aquele sorriso significava. Ela estava orgulhosa de mim independentemente de qualquer coisa, até mesmo da minha vontade de não ir para universidade. Eu sabia que minha mãe achava que eu fosse mudar de ideia, mas não havia a mínima possibilidade de isso acontecer.

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