"- Eu me casarei com sua filha.
-M-mas senhor
-Está decidido, não estou pedindo sua permissão, estou apenas a informando, sua filha será em breve minha esposa."
Yan Lemaire, frio, quente, e dono dos olhos mais hipnotizantes que alguém poderá ver. El...
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Estou bastante confusa com o que acabou de acontecer.
Eu fui pedida em casamento.
Pelo homem que sempre tive um amor platônico.
Ele é o rei, e eu uma mera empregada.
Sinto vontade de gritar e dançar e festejar.
Mas também sinto vontade de me esconder em meus aposentos em baixo de minhas mantas.
A segunda opção parece mais tentadora, não irei parecer uma emocionada burra.
Suspiro me atirando na pequena cama de solteiro que reside em meu cantinho de luz.
Quando estava prestes a adormecer ouço batidas na porta e caminho até ela a abrindo e encontrando minha mãe, com sua habitual cara de rabugenta.
- Quero que vá ajudar as outras meninas na cozinha, não é porque o rei decidiu que será amante dele que irá ficar relaxada. Espero muito que não tenhas agido como uma mulher qualquer e dormido com o rei, isso só aumentará a vergonha que Tenho de ti.
Suspiro sentindo meus olhos marejarem e minha garganta tremer, mas não choro na frente de ninguém.
- Pode se retirar se já acabou.- murmuro sem a olhar. Logo ouço a porta bater e vejo que ela saio.
Ainda não entendo seu ódio por mim, não entendo também o porquê da nossa diferença de cores, minha mãe tem a pele branca, e eu negra, sei que não sou parecida com meu pai, porque vi em suas fotos que ele também tem a pele clara.
O que me leva a crer que eu não sou filha dele, talvez fruto de uma traição, mas me nego a pensar algo assim, não acho que ela faria algo assim.
Solto um suspiro encorajador e saio do quarto indo aguentar mais um dia.
Chego na cozinha e já encontro todas as mulheres andando apressadas, suponho que seja por faltar pouco tempo para o almoço e vossa majestade odeia atrasos e incompetência.
Felizmente mamãe não está aqui, fico do lado de Clara a ajudando.
*•*•*•*•*•*•
-Anne você pode deixar esse café nos aposentos de vossa majestade?- fala Clara me olhando com uma cara que pra ela é fofa, mas para mim é aterrorizante.
- Hm, e para onde a senhorita vai?
- Tenho um encontro com Jay, acho que hoje ele pede minha mão- fala como sempre sonhadora, Jay é um dos guardas a corte, minha amiga tem uma paixão por ele, mas ele só a ilude.
Não querendo estragar sua felicidade, aceito seu pedido, posso não gostar dele, mas quero que Clara seja feliz.
- Tudo bem, Clara, eu vou.- ela dá um beijo em minha bochecha e me rodeia com seus braços logo soltando um gritinho estridente, o que todas as mulheres alí presentes reclamarem.
- Bando de mal amadas- resmunga Clara só para que eu a ouça.
Pego a bandeja e vou em direção ao quarto de vossa alteza, me arrependendo no caminho de ter aceitado.
Bato na enorme porta de madeira, e logo ouço um entre, o que quase me fez voltar correndo pra cozinha. Eu pensei que ele não estivesse aqui neste horário, como é o costume.
Deixo a bandeja na pequena mesa que tem do lado de uma poltrona, com seus olhos atentos em mim, acabo por ficar constrangida.
- Espera- fala quando eu já estava com a mão na maçaneta da porta.
- senhor- me viro.
- Porque está trabalhando? -abro a boca para o responder mas ele me interrompe.
- Não quero que trabalhes, em breve serás a futura rainha, e terás que cuidar, tanto do reino, tanto de seu marido.
- Não a quero ver fazendo muito esforço, apartir de hoje terás somente que trazer minhas refeições, não quero outra pessoa em meu quarto e escritório.- ele levanta e caminha em minha direção, segurando em minha cintura e deixando um singelo beijo em minha testa.
Completamente envergonhada, saio de seu quarto praticamente correndo, ouvindo sua risada.
Vou para meu quarto quando sinto dor em meus seios.
Pego minha bombinha começando a tirar.
Solto alguns gemidos de dor, mas logo acabo e sento em minha cama pensando, será que ele gosta mesmo de mim?
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