05. fucking in the woods

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Os dois estavam sentados um de frente para o outro esperando a comida chegar com a garrafa de whisky quase vazia entre eles, os dois já estavam bêbados. Uma coisa que Alex havia notado era que as coisas na Noruega eram bem mais caras que na Suécia, não fazia o menor sentido, já que os países eram literalmente vizinhos, outra coisa que havia notado eram os pulsos de Pelle, haviam tantas cicatrizes e cortes novos que ela não se atreveria a contar, ele não parecia incomodado em mostrar isso. Ela preferiu não falar nada pois seu corpo não era o melhor dos exemplos: Haviam cicatrizes de cortes assim como ele, partes queimadas, algumas manchas roxas por se bater e marcas de mordidas, sem falar na mais recente aquisição, a mão machucada por socar o espelho mais cedo. 

A mão ferida estava estava em cima da mesa, a faixa branca manchada de sangue. Estava sentada de forma preguiçosa, com a cabeça inclinada para trás. "Por que você fez isso?", Pelle perguntou. O barulho do lugar era de algumas pessoas bêbadas, televisão ligada e das pessoas trabalhando atrás do balcão.

"O que?", ela levantou a cabeça, olhando no fundo dos olhos dele.

Por um instante, Per ficou intimidado. A garota tinha uma olhar profundo mas ao mesmo tempo vazio, era como se encarasse uma grande sala branca mas sem nada lá, seus olhos eram um azul tão claro que parecia cinza, beirando o branco, era tão límpido que achou que se olhasse demais poderia sujá-los.

"A-a sua mão", ele desviou seu olhar para o lado, pro chão, para qualquer lugar que não fosse ela.

"Eu não sei", ela levantou a mão, colocando-a na sua frente. "Eu estava tão irritada com aquele filho da puta que soquei o espelho", ela deu uma risada irônica. "Acho que não sei lidar com a raiva".

Observando-a melhor, percebeu que ela sorria muito e falava pouco, sempre se posicionava no canto, da sala, da mesa, não fazia muitos ruídos ou se quer tentava chamar atenção para si, ela representava muito bem seu pseudônimo, um fantasma. De certa forma, ela se parecia com ele, impulsiva e autodestrutiva. Pelle não seria capaz de contar quantas vezes ela riu naquele dia, mas em comparação, ela fez diversas expressão de raiva e as vezes parecia realmente triste quando falava da Inglaterra, era uma montanha-russa.

Sem falar na pele extremamente alva dela, seus olhos eram quase branco de tão claros, parecia um dia nublado, prestes a chover, seu cabelo, mesmo que colorido, era um azul claro quase pastel, linhas brancas eram vistas no seu pulso magricela. Pelle fez essa anotação mental da sua figura, que, aos seus olhos, era muito bonita. Obviamente, não era alta nem sequer se parecia uma modelo modelo, mas era agradável aos olhos do loiro.

A comida demorou tanto que os dois decidiram levar para a viagem. Já passava das 1 da manhã quando eles voltaram para festa, mas parecia que havia mais gente agora do que quando eles saíram, eles terminaram de beber a garrafa de whisky enquanto voltavam e decidiram parar em algum lugar para quebrar a garrafa. Jørn fazia milhares de perguntas, a maior era "onde vocês se meteram?".

"Estávamos fodendo na floresta", Alex respondeu, se sentando na poltrona do sala, aproveitando o hambúrguer que ela tinha esperado por pouco mais de uma hora. Seu cérebro absorto em álcool liberando uma onda de dopamina a cada mordida. Pelle se assustou com a resposta, com certeza iria ficar com aquilo na cabeça por alguns dias, por sorte seu rosto já estava vermelho por causa da bebida.

"Vocês tão chapados?", Jørn perguntou, chegando perto de Alex e puxando a pálpebra inferior dela para checar sua pupila.

"Não, mas ela acabou quase metade de uma garrafa de whisky sozinha", Pelle falou, pegando seu hambúrguer também.

"Que mentiroso, ele bebeu mais que eu", Alex riu, os dois estavam bêbados demais para qualquer coisa.

Alguma música do Bathory começou a tocar de fundo, as pessoas se agitavam, balançando seus cabelos de forma agressiva. Pelle viu Alex se levantar logo depois de comer para se juntar a eles, se perguntando em quanto tempo ela vomitaria, era incrível como ela conseguia se misturar com aquelas pessoas que ela com certeza conhecia a menos de 12 horas.

Decidiram ir embora às quase 5 da manhã, para alguns, ainda era cedo mas Jan e Oystein já estavam falando outra lingua, Alex sequer se importava de falar um sueco claro para os noruegueses, Pelle tentava traduzir o que ela falava e acabava piorando a situação. Já que o guitarrista não conseguia ver nada além de 2 palmos a sua frente, decidiram que Jorn, que também não estava nas melhores, iria deixar ele em casa.

Foi uma confusão conseguir um quarto às 4 da madrugada no hotel perto da casa de Oystein, ele reclamava no carro que queria ir embora enquanto a recepcionista dizia que não poderia deixar que ela entrasse àquela hora, já que iria perturbar os outros. Alex xingou em alguma lingua que eles não entendiam qual, Jørn e Pelle tiveram que a puxar dali antes que a recepcionista chamasse a polícia. Jan foi deixado em casa com certo esforço para tirá-lo do carro enquanto Øystein teve que ser carregado e jogado na sua cama, Alex não viu outra solução além de dormir no sofá do porão de Aarseth, usando vários casacos de cobertor.

Naquela noite, antes de dormir, Pelle olhava para a garota que dormia tranquilamente encolhida no minúsculo sofá da sala enrolada em vários casacos, seu cabelo caia gentilmente no seu rosto e a pouca luz que entrava no lugar iluminava bem seus traços. Lembrou-se do que ela falou mais cedo, sobre estarem fodendo na floresta.

Pelle era muito tímido para se aproximar de garotas e demonstrar seu interesse e as mulheres não pareciam ter interesse em ter esse contato com ele, então não era normal que garotas falassem que estavam fodendo com ele, mesmo que fosse brincadeira. Lembrar da fala desencadeou alguns pensamentos por parte dele, lembrou-se dos mamilos dela marcados na camisa, então veio uma imagem: A garota estava despida embaixo dele, a lua iluminava uma expressão de prazer em seu rosto, ela gemia seu nome enquanto agarrava seu cabelo.

Pelle apenas se virou no colchão e tentou dormir antes que isso fosse longe demais.

QUARTZ EYES, per ohlin (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora