Narrado por Rafael:
Por que minha vida está assim? Eu não fiz nada de errado. Eu só gostei de um garoto, apenas isso! Eu perambulei pela cidade sem rumo algum, sentia meu coração doer, como se mil facas me cortassem ao mesmo tempo. Andei tanto que parei em uma casa, dela saia o Matheus, meu pequeno Matheus, eu errei tanto com ele, como eu olharia para ele agora? Estou tão confuso, não sei o que está acontecendo comigo. Ele me viu e parece ter visto minha cara de acabado e seu sorriso morreu:
- Rafa, o que aconteceu? Por que está assim?- Ele falou vindo até mim. Eu sem pensar o abracei e joguei todo meu peso nele, não tinha mais força para ficar em pé. Apenas queria sentir seu toque.
- Hoje está sendo péssimo, eu estou tão confuso, nada mais faz sentido, por que disso está acontecendo? E por que dói tanto?- Eu comecei a chorar que nem uma criança e disse em sussurro.- Eu só queria ser amado e ser como os outros, ser normal.
- Rafa, você é normal, você ser quem você é, é algo lindo e não deve se envergonhar. E eu sei como se sente, essa dor, causa feridas que dificilmente se curam e quando curam, mantém a cicatriz que pode se romper outra vez.
- Eu só queria ser que nem o Júlio da nossa sala, namoro estável, feliz, mas comigo nao importa o que eu faça parece sempre errado. Não suporto mais.
- Vai ficar tudo bem, eu tô aqui para te escutar, serei seu porto seguro no meio da desgraça, serei sua luz no meio do caos, tá legal.- Matheus parou de falar e beijou minha testa e cheirou meus cabelos.
Eu precisava disso, e muito, como um abraço faz diferença. Eu me desgrudei dele e vi que além de ter sujado sua camisa branca ( isso vai deixar marca que nunca mais sai) havia uma carta vermelha no chão, só dando um endereço e escrito estava
"Está na hora desse bloqueio romper, ambos estão em apuros e devem ter o que foi tirado de vocês, para a verdade ser finalmente, vista corretamente." Nos entreolhamos e chegamos em uma conclusão, poderíamos morrer? Poderíamos, mas sentimos que era necessário.Narrado pelo autor:
Ambos que estavam na calçada da casa de Matheus, que por sinal era bem pequena, uma casa simples de tijolos pintadas de verde e a parte que levava a garagem de cinza, o teto era feito de madeira pintada de branco, uma casa elegante e bem simples. Seguiram até o local designado na carta, parecia uma cabana muito mal-feita, ela ficava no meio do nada, a parte menos movimentada da cidade de onde moravam, chegando lá viram uma moça, parecia ter seus 30 anos, ela os olhou e falou em tom de deboche:
- Até que enfim os princesos apareceram, achei que iria ficar aqui até as serpentes criarem braços. Vão entrem logo.
Praticamente os levando adentro da cabana, eles ficaram surpresos, era muito espaçosa, Matheus achou que aquilo poderia ser loucura e que estivesse delirando da fome, já que não tinha comido nada, Rafa achou aquilo meio bizarro e queria ir embora, mas já era tarde demais, num corredor imenso com várias portas haviam, e uma no final, com um olho sendo atravessado por duas espadas, uma de ouro e outra preta, ela se abriu e uma voz, de uma pessoa que parecia estar com dor de garganta falou.
- Venham pequenos, venham. Olha só vocês, cresceram tanto, eu lembro de quando brincavam no parque e de seus sorrisos ingênuos.- Ele falava com a voz falha e cansada, mas com um sorriso no rosto.
- Me desculpe, mas quem é você?- Matheus perguntou.- E por que nos mandou vim aqui?
- Ah, Matheus. Seus pais eram um saco sabia, sempre com essa história de "devo ajudar todos que puder" e blá blá blá, e você Rafa, pelo seu estado, descobriu sobre sua mãe, sinto muito por aquela cretina ser sua mãe.- Ele se levantou e olhando para os dois disse com um olhar bastante sério, seus olhos transmitiam terror, igual a casa onde estavam.- Vamos ao que interessa, o bloqueio está caindo e preciso retirar a hipinose de vocês agora.
- Pera, o que?- Rafa disse com raiva se levantando da cadeira.- Hipinose?! Então quer dizer que você nos hipinotizou? É por isso que eu estou tendo esses pesadelos? Esse maldito sentimento de tristeza, culpa e amargura?
- Olha só- o homem disse sorrindo.- E eu achando que você o que não entenderia, mas sim. Eu fiz isso por causa dos seus pais, por motivos diferentes. Matheus, seus pais queriam que você esquecesse tudo sobre seu passado e sobre eles, nunca se perguntou do motivo de nunca ter lembrado de nenhum momento com eles?- O homem que não se identificou ainda disse com um olhar de ironia.- E Rafael, o motivo foi sua mãe que quis que você esquecesse sobre o Matheus e seu pai, ela queria te moldar de novo, como um pedaço de argila.
- E por que esse muro está quebrando só agora?- Matheus perguntou ansioso.- E afinal como você se chama?
- Podem me chamar de Azul. Seguinte, o motivo é simples, o amor de vocês fez com que isso quebrasse o muro aos poucos, a sensação de que vocês se conhecem é porque vocês de fato se conheceram no passado, e agora as lembranças estão lutando para saírem. Eu posso quebrar agora de uma vez, porém, as lembranças viram de uma única vez, então tudo que foi barrado voltará, e eu não vou mentir, vocês podem morrer.- Azul os olhou com uma cara de diversão.- Estão prontos?- Matheus e Rafael se olharam e deram as mãos e disseram "sim" em questão de segundos tudo escureceu.
Narrado por Matheus:
Tudo estava escuro, eu flutuava no nada, até que um pontinho branco surgiu na vasto vazio e então explodiu, minhas lembranças vieram de uma vez, algumas felizes e outras tristes, e uma que me chamou atenção, na casa mais antiga da cidade, estava algo que ninguém conhecia, um segredo mantido de todos, até mesmo de quem mais amo. Pai, o que você fez? Eu sentia que eu chorava e gritava, dores antigas que foram paradas voltaram, medos antigos vieram e me assombraram, o que me prendia no ar me soltou e eu despenquei e fui direto a um campo.
- Nota do autor, recomendo que ouça a música acima a partir daqui, só isso bjs♥️.
Um campo cheio de vida, repleto de flores e quando me virei lá estava ele, assim que ele me viu correu e eu fiz o mesmo, é como se nós nos tornassemos crianças de novo, lembrava de quando corremos no parque e caímos na água, ou quando subimos numa árvore e ficamos lá por horas conversando e a melhor lembrança, o dia que nos conhecemos, tudo era perfeito. Quando nos encontramos um abraço foi feito.
- Parece que estou no céu- Rafa disse e sorriu.- Nunca achei que isso aconteceria, sempre sonhei com isso, agora eu sei o que é isso.
- E o que é?
- É amor, você foi meu amor imprevisto. Mas foi o imprevisto mais perfeito que eu poderia pedir. Eu amo você, Matheus Alencar.
E com isso ele me beijou e acordamos, estávamos sentados nas cadeiras, olhamos um para o outro e lágrimas desciam dos nossos rostos. Foi tão real.
- Ok, tudo resolvido! Meu trabalho acabou, foi ótimo ver vocês outra vez, mas preciso ir. Minha assistente irá levá-los a saída.- Nos levantamos e fomos, quase caímos, parecia que tínhamos corrido uma maratona.- E mais uma coisa... Não deixem ninguém separar vocês, tá legal? Se cuidem.
Ele disse aquilo e quando saímos de lá a mulher disse "Até que vocês formam um casal fofo, porém brega." Viramos mas a casa e ela tinham sumido, fizemos o que qualquer pessoa sensata faria, corremos o que podíamos, o que não durou pois caímos de cara no chão antes de chegar ao primeiro prédio.
- Quebra de tempo-
Já era tarde, cheguei em casa deitei e não me levantei mais, estou morrendo de sono, peguei meu celular para ver algo mas antes disso apaguei, estava exausto.
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OI MEUS AMORES, TUDO BOM? ENTÃO, SEI QUE DEMORO MUITO A POSTAR NOVOS CAPÍTULOS E TALS, ESTOU BEM DESMOTIVADO A ESCREVER, PORÉM ESTOU VOLTANDO AOS POUCOS, ESPERO QUE GOSTEM E QUALQUER SUGESTÃO PODEM COMENTAR QUE LEREI COM CARINHO, É ISSO, BEIJOS♥️
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Amor Imprevisto( Romance gay)
RomanceSeu nome é Rafael, ele é um cara legal, popular, bonito e praticamente todas davam em cima dele. Mas tudo mudou quando Matheus chega, um rapaz doce, gentil e muito bonito. Seus caminhos se cruzam e Rafael terá que se entender para se aceitar.