cap 5.

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❝Something in the way you're looking through my eyes, don't know if I'm gonna make it out alive.

Teeth

Segunda-Feira, dezesseis de Dezembro de dois mil e dezenove.

Nossa dupla tentava trabalhar arduamente na música que se dispuseram a fazer.

Mas o fato deles estarem tentando, não significa que eles estavam conseguindo.

Existe algo muito comum de atingir qualquer um que trabalha, ou até mesmo só se diverte, criando arte, algo que faz com que até mesmo os melhores compositores, escritores, pintores e qualquer um que possa se denominar artista pare imediatamente de criar o que deveria estar criando e apenas entre em um estado de inércia completo, esperando a inspiração surgir.

Isso pode vir devido a alguma crise, devido a falta de uma inspiração em específico, ou até mesmo sem nenhuma interferência externa, só pelo simples fato de que seu cérebro não consegue computar nada que faça com que seus sentimentos sejam expostos.

O nome dado a esse fenômeno é "bloqueio criativo".

Porém, dentro das diversas situações inusitadas que nossos personagens podem estar passando, dentro dos diversos casos absurdos que já lhe foram retratados nessa história, o último o qual eles imaginavam ter tanta dificuldade para vencer era esse.

Calum e Blue se encontravam sentados na mesma sala onde passavam 99% dos seus momentos de trabalho, já que durante os outros 1%, estavam ocupados tentando esconder de todos que conviviam o fato de que estavam em corpos trocados.

O tal bloqueio criativo, não os permitia continuar a produção de sua música, que eles tentavam a todo custo completar.

Tinham a batida, criada parcialmente por Blue, parcialmente por Calum. Algo com acordes que percorriam a nota Fá do violão, passavam por um Sol, Lá menor, acabava seu ciclo em Mi menor e voltava para o começo repetidas vezes. Acordes alegres, que pareciam trazer uma euforia para quem ouvia a mesma, quase como se você pudesse sentir a brisa de verão batendo em seu rosto enquanto a ouvia, quase como se a própria melodia lhe desse vontade de sair andando sem rumo com alguém em um carro conversível, apenas berrando pelas ruas aquilo que a futura letra sugeria, sem precisar de hora para voltar para casa, nem ter que se esconder para fazer o que se quer fazer.

A melodia em si já dizia muito.

Muito das vontades de quem a criou.

Mas ainda sim, mesmo com todas aquelas sensações explodindo em apenas alguns toques de violão, que logo se transformaria em uma guitarra, provavelmente tocada por Michael e algumas teclas soltas de piano, que ficariam sob responsabilidade de Luke, já que Calum estaria muito ocupado guiando uma linha de baixo que acompanharia a bateria de Ashton, mesmo com tudo aquilo ali, na frente deles, alguma coisa parecia faltar.

Muito faltava da música, tudo parecia guardado em suas cabeças, prestes a explodir, mas eles não sabiam exatamente como colocar para fora.

Assim como várias coisas que estavam trancadas.

-Chega! - Blue exclamou assustando Calum, que jogava uma bolinha amassada de papel para cima inúmeras vezes, enquanto estava deitado no carpete - A gente precisa fazer algo urgentemente.

-Em que sentido? Porque ainda estamos no meio do nosso trabalho e...

-Sobre o bloqueio, Calum. Impossível que a gente não consiga fazer uma música que seja, são dois cérebros, como que os dois estão travados juntos? - Cal se levantou do lugar onde estava deitado, ficando sentado com as pernas cruzadas, ao ouvir a fala frustrada de Blue.

kill my timeOnde histórias criam vida. Descubra agora