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— Muito bem... — Dá um gole em sua bebida. — Eu estou de acordo. Katsuki também. Treinei S/n quando ela fugiu. Apesar deles não terem se conhecido na época. Sei que se darão bem. — A chefe da tribo Caninos de ferro, Mitsuki, pronunciou-se. Seu marido que ao seu lado estava, concordou calado.

— Também estamos de acordo. — Renji, o chefe da tribo das terras vulcânicas, encheu sua caneca mais uma vez.

— Então estamos todos de acordo. — O chefe da tribo viking, Enji, acompanhou de braços cruzados.

— Certo. Katsuki deverá estar aqui até o anoitecer. Mas diga. Chefe, Arne. Onde a pequena selvagem está? — Virou todo o conteúdo de sua caneca de uma vez.

— Ela saiu com o grupo de caça. Saiu escondida a alguns dias. Mas estou certo que logo estará de volta. Está noite terem-

Batidas na porta interromperam o discurso do anfitrião. Com a permissão do mesmo. Uma mulher — cabelos longos e escuros enfeitados com flores vermelhas — entra.

— Ela voltou! — A mulher vibrou animada.

Os gritos de guerra. Felicidade. E vitória. Foram mais do que audíveis fora da cabana do chefe.

— Perfeito! — O homem de cabelos loiros e barda grande respondeu satisfeito. Bateu as palmas. Se levantou. Saiu da cabana seguido dos outros chefes convidados.

Ao saírem, encontraram no centro da tribo a garota em cima de uma grande fera — um urso demoníaco negro —. Está em cima da corcunda da criatura que tem, pelo menos, sete vezes sua altura. Ela segura firme a corrente presa no pescoço do urso com uma única mão enquanto com a outra ela levanta o punho de forma vitoriosa.

— Que fera é essa? — Renji pergunta.

— Um urso demoníaco negro. A mais perigosa da região até onde se sabe. Foi esta fera que impediu a união de Fuyumi com meu filho. Finalmente ele será vingado. — O loiro responde descontente e grita junto da filha de seu povo.

— Então a criatura que Hakon foi caçar e acabou morto, foi capturada pela irmã mais nova, onde Fuyumi estava com a cabeça ao querer se casar com um guerreiro tão patético. — Enji debocha. Arne não gostou do comentário que lhe foi direcionado.

— S/n não é qualquer guerreira. É a matadora de feras. Tenho certeza que ouviu as histórias. Captura e mata qualquer criatura que se coloque em seu caminho. Com ou sem seu grupo de caça. — Mitsuki se gaba de sua jovem aprendiz.

— Essa pirralha é matadora de feras? Conte piadas melhores.

— Se não acredita. Espere o anoitecer. S/n matará a fera nas crateras da montanha esta noite.

— Não. Está noite, não. — Arne começa. — Está noite começaremos o dia do criador. Festejávamos a criação de nosso povo.

Antes que qualquer um dos chefes prosseguisse a conversa, a jovem guerreira de dezesseis anos chama a atenção de seu povo. Mostrando sua dominância sob a criatura de pelo ásperos e escuros.

— Amanha. Ao subir do luar. Hakon, meu irmão será vingado pelas minhas mãos. Nas crateras a fera verá seu fim. E sua alma e carne oferecida aos deuses! — Todos gritam com exultantes. Garota puxa a corrente presa no pescoço do urso que rosna. Foi tudo o que pode fazer. Seu focinho muito bem amarado

— Eu a treinei bem! — Se vangloriza, Mitsuki.

— Nossa reunião já se deu por terminada. Retornarei ao acampamento. Katsuki estará em breve aqui. — A mulher de cabelos loiros saí. Junto do marido o vento balançando seus mantos.

— Eu digo o mesmo Arne. Eijiro descerá as montanhas de lava, assim que possível. — Renji coloca suas asas draconianas para fora e sai voando.

Diferentes dos outros chefes. Enji não se despede. Apenas sai em encontro seus navios ancorados na praia leste.

S/n on

— Amanhã. Ao subir do luar. Hakon, meu irmão será vingado pelas minhas mãos. Nas crateras a fera verá seu fim. E sua alma e carne oferecida aos deuses! — Ergo o punho no ar. Todos gritam em vitória. — Nosso povo será livre para caçar sem temer a morte por outro demônio! — Eu solto o grito de guerra e todos, — homens, mulheres, velhos e crianças — comemoram.

Começo guiar a criatura para o outro lado da aldeia. Para fora das muralhas de toras de madeira enormes. Meu grupo de caça e amigos me acompanham de perto conversando entre si. Subimos a montanha controlando a fera. Ao chegar ao topo prendemos novamente a fera nos calabouços subterrâneos. Será morta amanhã. Meu presente aos deuses da nossa tribo e nossos ancestrais.

— Fizemos um bom trabalho. Bem a tempo de festa desta noite. Descansem e festejem ao brilho luar e da fogueira. — Digo a eles.

— Que descansar o que eu vou encher o estômago de carne. — A draconiana declara. — Você me castiga com suas saladas e frutas, S/n. — Não se faz isso com uma dragã — Faz bico e cruza os braços fingindo estar irritada.

— Não se preocupe com isso Mina, termos carne de sobra esta noite. E amanhã teremos muitos mais.

— Termos que provocar esta fera amanhã. Será que é realmente uma boa ideia. Podemos matá-la agora. — O esverdeado questiona amedrontado.

— Sossega aí. Não deveria ir ver a Ochaco. — Kyoka comenta. — Bom eu vou para casa, bom descanso para vocês. — Saiu.

— Até mais. — Mina grita. Vamos também S/n. Estou morrendo de fome.

— Eu dar uma volta. Depois eu vou. — Encarei o céu.

— Vamos então, Mina.

— Então vamos. Estou tão faminta que comeria uma manada inteira de búfalos. —Agarrou o pulso do esverdeado. Saíram correndo subindo em suas montarias e descendo a montanha. Agora apenas o meu mais novo corcel está na entrada da cratera.

Eu solto um suspiro cansado e sorrio olhando as poucas nuvens no céu. Depois de hoje, meu pai será obrigado a tirar aquela estúpida ideia de casamento da cabeça. Somente eu irei liderar esta tribo.

— Nas nuvens novamente, S/n? — A voz risonha e calma do garoto invade meus ouvidos. Me viro para encara-lo e o vejo sorrindo.

— Apenas pensando. — Me aproximo dele e damos um aperto forte de mão. — Uau você ficou mais forte ou eu que estou cansada demais? — Brinco erguendo a sobrancelha.

— Engraçadinha. Você quase quebra minha mão com seus apertos. — Ele solta minha mão e massageia a sua própria.

— Não tenho culpa se você é fracote, Hitoshi. — Zombo. Ele revira os olhos.

— Mas ainda sou um dos melhores arqueiros.

— Sabemos que sim. Alguma novidade enquanto estive fora? — Me jogo no chão fechando os olhos. Sentindo a brisa fresca. Espero por sua resposta, mas ela não vem. Abro meus olhos e o encaro. — Hitoshi? Aconteceu algo?

— Você vai descobrir. Melhor que não saiba por mim. — Me levanto ficando em sua frente.

— É grave?

— Depende do ponto de vista. — Coça a nuca sem jeito.

— Sua opinião?

— Sem opinião. — Resmungo. — Eu vou levar o cavalo para o estábulo. — Fugiu de mais perguntas.

Solto um suspiro e saio para dar uma volta. Vou até as águas quentes do pé da montanha. Tiro minhas roupas e entro para me banhar e relaxar um pouco. Hitoshi me preocupou. Algo ruim vem por aí. Pelo jeito que falou, tem a ver com a ideia de casamento. Teria meu pai já escolhido meus pretendentes?

Matadora De Feras - Fanfic BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora