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Após a apresentação eu deveria me juntar ao lado de meu pai e minha mãe. Mas não o fiz. Por rebeldia. Os três estavam ao lado de meu pai. Não quero conhecê-los. Quando mais demorar melhor vai ser.

— Oh menina, menina. — A voz velha chegou a mim enquanto eu quebrava um pedaço de osso com as mãos e atirava pela sacada. — Seu pai não gostou. Oh e não nem um pouco. — O velho rio embriagado.

— Senhor Ragnar. As curandeiras lhe disseram para maneirar na cerveja. — Coloquei as mãos na cintura o olhando irritada. — E não me importo com a opinião daquele porco velho. — Cruzei os braços.

— Ah Rag... — A mulher velha se aproximou. — Cuidar das crianças é mais fácil do que cuidar de você. — A senhora me olhou e acenou com a cabeça um cumprimento antes de arrastar se marido para fora do refeitório.

Fui até mesa principal e peguei um cacho de umas da primavera. Comi algumas antes de devolver a cesta. Peguei uma casca limpa e sai colocando algumas coisas comidas em cima.

— Ei pequena chefe. Fique esperta. — Um dos arqueiros passou ao meu lado e sussurrou. Senti que deveria olhar para trás. Quando m virei encontrei quatro pares de olhos em minha direção. Enfiei uma bife de carneiro inteiro na boca tirando apenas o osso. Um lobo que passava o tirou de minha mão sem parar de correr não reclamei dei as costas àqueles olhares e fui para o canto com minha equipe.

Midoriya e Ochaco ficavam de amores como sempre. Jiro e Momo se enchem de bebidas enquanto trocam flertes, Mina estava quieta, algo incomum e Shinso brincava com Eri. Me juntei a ele.

— Quem quer uma folha de néctar? — Ofereci a menor. Os olhos dos dois brilharam referindo a fruta.

— Me diz que tem outra? Por favor.

— Trouxe para todo mundo. — Ri e sai distribuindo as folhas.

— Você é a melhor. — Shinso disse enfiando a dele na boca sem rodeios.

— Claro que sou.

Ouvimos um grunhido ecoar. Vindo das crateras. O silêncio reinou. A música parou. Era a criatura. Esta com fome. Com raiva. Quer caçar. Me caçar.

— Será realmente seguro esperar até amanhã? — Mina perguntou. Agora não tão distante quanto antes.

— A portas são fortes o bastante para segurar um dragão. Você sabe disso. — Jiro disse a voz mostrando toda sua embriaguez. A olhei feio com seu comentário. Ela sabia que foram aquelas portas que prenderam Mina no passado. A morena deu de ombros.

— Não se preocupe. Jogaram veneno para deixa-lo mais fraco. E o prendemos com nossas correntes de aço.

— Se lembra delas não é Mina? — Jiro cutucou. Mandei uma rajada de vejo a derrubando para o outro lado da cerca de cipós. Ouvi seu grito ecoar breve atraindo a atenção.

— Que tal iniciarmos a dança? — Sugeri ao casal. Ochaco pulou da cerca  excêntrica.

Ochaco rapidamente puxou Izuku e mandou os músicos tocarem. As crianças se animaram e também foram dançar. As mulheres puxaram seus parceiros e se iniciou a festa de verdade.

Continuei encostada ao lado de Shinso enquanto esvaziava meu prato observando a dança e as conversas.

— Acha que consegue matar aquela coisa? — Rouba uma coxa de javali assado do meu prato.

— Não acho. Eu vou.

— Mesmo com toda a pressão? — Se referiu aos meus pretendentes.

— Não são um problema. Tenho minhas tarefas pela aldeia. Aulas de canoagem e pesca com as crianças. Caça aos antilopes. Massacre dos javalis. E te ajudar colocar todas essas pestinhas na cama.

— Tão despreocupada. — Ele ri terminando a coxa e atirando o osso. — Seu dragão rubro vem aí. — Indicou com a cabeça. Olhei na direção. O povo abria espaço para ele passar. Mordi uma das frutas como se fosse um animal raivoso.

Virei de costas para o centro do salão. De onde ele vinha. Ouvi uma risada nasal do de cabelo roxo ao meu lado.

— Olá. — Meu amigo cumprimentou. Não me virei.

— Sou Eijiro. Das terras vulcânicas. É a senhorita S/n?

Hitoshi me cutucou e eu me forcei a me virar sem esbanjar muita simpatia.

— Eu mesma. Posso ajudá-lo, forasteiro?

Recebi outra cotovelada. Ignorei. O rapaz não pareceu saber lidar com o chamei.

— Gostaria de dançar?

— Hitoshi adora dançar. — Empurrei o de cabelos roxos a frente e sai os deixando sozinhos.

Deixei o prato na mesa me virando para ver todos dançarem. Do outro lado Hitoshi e o dragão conversando onde os deixei.

— S/n! S/n! Dance com nós! — Três crianças correm até mim. Eri, Kota, e Katsuma. Me puxando para dançar ao agarrarem minhas mãos e braços.

— Claro, mas vamos com calma seus pirralhos.

Me juntei a eles na roda, enquanto eu executava meus passos no centro da roda com a filha da casa do fogo a crianças dançavam em nossa volta e em volta dessas os demais da aldeia.

Os casais próximos se reuniram ao mudar da música, me juntei a uma das crianças em uma única roda agora. E os casais foram trocando a cada giro que a moças davam. O bater dos tambores e soar as flautas de ossos mais rápidos deixou a dança mais aceleradas. O rodopiar dos corpos e o pisar leve dos pés descalços das moças dançantes, enquanto os homens guiam a direção da dança consegue pés pesados sobre a madeira ao som do tambor.

Fui jogada para cima uma última vez e minha animação com a dança quase se foi por completa quando pude ver meu parceiro para o resto daquela dança. O dono de fios de cabelo escarlate.

Com as mãos dadas sobre nossas cabeças formando um arco, nós rodamos mantendo os pés direitos juntos a todo momento, fazendo os mesmos movimentos, até suas mãos deslizarem por meu tronco chegando em minha cintura e subindo no alto e logo sendo colocada no chão iria fugir quando fui solta, mas ele me puxou rápido pelo braço levando a mão ao meu quadril e me fazendo girar e me jogar para trás me segurando pela cintura, eu agarrei seus ombros temendo cair. O olhei com fogo nos olhos e dei um mortal para trás me livrando de seus braços, todos nos encaravam, eu me curvei em agradecimento a dança. Por mais que tenha sido forçada, não era ingrata ou sem modos.

Sai do do salão. A festa havia acabado para mim.

Matadora De Feras - Fanfic BNHAOnde histórias criam vida. Descubra agora