Você não me dá a atenção que eu mereço!

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Numa quarta-feira, primeiro de agosto, ás seis da manhã, Jack Chaput atravessava o quintal dos Delyon, com uma expressão sinistra em seu semblante. Sabia que Bruno estaria em casa, se estava acordado ou não problema era dele, Jack precisava falar com ele nesse exato momento!

— Ah, Olá Jack, querido! Parece agitado, veio correndo?

— O... Oi Vovó B! — a cumprimentou com os tradicionais beijinhos nas bochechas. — Cara, quanto tempo eu não corro assim na minha vida? — puxou o ar tentando recuperar o folego, recuperado, se voltou para a mulher que ria de si. — Bruno está?

— Deve estar no quarto, fique a vontade. — com um último sorriso a senhora saiu, deve ter ido fofocar com a senhora ao lado, presumiu Jack, conhecia bem aquele rostinho sapeca que sempre tinha uma nova novidade para contar. Novidade dos outros.

Sem esperar duas vezes Jack correu para o quarto de Bruno. O garoto estava sentado em sua cadeira em frente ao PC com os fones de ouvido. Bruno não havia percebido um loiro  inquieto a sua porta.

— Bruno, você não vai acreditar! — Jack fechou a porta do quarto de Bruno e jogou sua mochila na cama do garoto, ainda com a expressão conturbada, se jogou também. — Preciso de um conselho, não, da sua ajuda! Odeio quando fico preso numa situação que não consigo resolver sozinho. 

Jack havia cogitado se contaria o que aconteceu para Bruno por um tempo, o amigo era ótimo em dar conselhos ou em apenas mandá- lo sossegar o facho. Mas algo dentro de si queria deixá-lo fora disso, afinal Bruno já havia feito demais com os DVDS românticos e o plano quase fracassado. Porém, quando avaliou suas outras opções... Dylan riria, Louis cagaria, e ninguém liga pro Luke, Bruno era o único que o ajudaria.

— Bruno. — chamou o moreno que estava concentrado nos fones ainda sentado na cadeira de olhos fechados. — Você está me ouvindo, cacete? — Bruno não o respondeu, irritado, Jack se levantou e tirou os fones do amigo, o mesmo se assustou e olhou para Jack.

— Ah, oi... — sua voz era  baixa, seus olhos sonolentos. Bruno buscou o relógio no pulso e se assustou com a hora. — Jack, são seis da manhã.

— Cala a boca que você não tem moral nenhuma para reclamar disso! Você ouviu o que eu falei?! 

— Estou ouvindo agora. Aconteceu algo? — Perguntou sorrindo um tanto envergonhado.

— "Estou ouvindo agora.." — Jack resmungou enquanto devolvia os fones de Bruno, quase sem se dar conta do que estava tocando. — Eu preciso de ajuda! 

— Sobre o bloqueio?

— Quase isso. Como posso resumir a situação? — o loiro andava de um lado para o outro do quarto do amigo. — Bom, seu plano deu certo! Conheci uma garota que me despertou um certo... interesse. Fomos a um encontro, mas acho que fiz merda. Não sei se fiz mesmo porque ela me chamou para sair de novo. 

— Espera, como...? — Bruno estava perplexo, era muita informação para absorver. — Meu plano deu certo? Como é ela? O que raios você fez com ela?! — indagou enquanto se levantava e ia até Jack. Em sua última pergunta Jack notou a preocupação em sua voz.

— Promete que não vai me julgar?

— Que merda você fez? 

A merda:

— Você está dizendo isso mesmo? Você foi no show do Ron Miles, invadiu o camarim dele e ainda conseguiu uma foto e uma camiseta autografada? Você é louco! De um jeito absurdamente incrível!

— É, eu sei. — Deu de ombros pegando seu suco de uva e o tomando.

— Bom, eu tentei fazer algo parecido, mas me expulsaram. Daí eu escorreguei num copo de cerveja e acabei caindo numa mesa a derrubando em cima de mim e de quem estava sentado nela, e quando eu tentei me levantar eu meio que acabei me apoiando numa moça, mas especificamente na saia dela e acabei a deixando semi nua no meio de uma festa lotada de gente.

Um livro para JackOnde histórias criam vida. Descubra agora