Jack olhava para Bruno, de Bruno para um pacote a sua frente. Repetidas vezes até dizer:
— Como isso foi acontecer?
— A culpa não foi minha!
— Bruno, você acaba de trazer um gato para meu apartamento dizendo que é meu, sendo que você sabe muito bem que eu não tenho bichos!
— Agora você tem. — disse entregando o gato branco nos braços de Jack que pegou o gato desajeitado. — Parece que nunca pegou um gato.
— Eu nunca tive animais! Você sabe disso! — berrou para Bruno que se encolheu sorrindo, meio tímido com a situação que colocou para Jack
— Ele vai precisar de um nome, espero que consiga ter criatividade para isso.
— Brincar com o bloqueio criativo de um escritor não é legal. — o gato branco nos braços de Jack o arranhou quando não recebeu atenção do garoto — BRUNO!
— Isso não foi minha culpa.
— Você que trouxe ele, é sua culpa!
— Eu não vou discordar com isso. — sorriu com seu charme natural com suas mãos atrás das costas.
— Bruno... — a voz de Jack era de súplica, nunca tinha tido um gato ou qualquer outro animal na vida, logo não sabia o que fazer.
— Eu seguro ele enquanto explico a situação.
— É o mínimo. — Jack o entregou como se fosse uma bomba prestes a explodir.
— Bom, ontem quando eu estava em casa minha avó havia esquecido o lixo da cozinha na pia, então fui levar pro lixo, então eu encontrei ele - aprontou pro gato que miou — e o coloquei dentro de casa.
— Bruno sendo Bruno. – Jack revirou os olhos enquanto Bruno dava um pequeno sorriso.
— Bom, na casa dos meus avós na verdade. E é aí que está o ponto: não moro sozinho, portanto não tenho o direito de adotar um gato. Meus avós só suportam a Violet porque eu não viveria sem ela.
— Não me surpreende.
— Continuando, eu trouxe ele aqui pra você adotar ele. — sorriu inocentemente enquanto Jack o olhava desinteressado.
— Me recuso.
— Ele é seu.
— Já falei que me recuso! Não posso ter um gato, estou ocupado demais pra ter custos a mais.
— Ocupado com o quê? — olhou para ele com descrença. Jack era um vagabundo que não fazia nada.
— Escrevendo e tentando ter um relacionamento que não seja como os que meu pai arrumou para mim.
— Você não escreve, pronto! Problema resolvido, você fica com ele!
— Não, Bruno, não dá!
— Mas eu já me apeguei!
— Sério? — disse num tom como se desse por convencido. — Foda-se!
— Escroto. — resmungou fazendo um bico que fez o sorriso malvado de Jack se transformar numa risada. — Mas...
— Eu não vou ficar com essa bola de pelos. — disse desviando o olhar para o bichano nos braços de Bruno que brincava com o colar de Bruno. — Colar interessante.
— Ah, é... — Bruno corou olhando para o colar e depois olhou para Jack que olhava sem disfarçar que não gostava daquilo. — Era só... Pra ter inspiração. Voltando ao assunto. Eu achei que você seria um ótimo dono para ele, já que você e ele são meio que parecidos.
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Um livro para Jack
RomansaOnde um jovem escritor se vê em um bloqueio criativo na famigerada Paris, onde o romance praticamente exala dos cafés luxuosos e dos jovens casais apaixonados. Mas isso não chama a atenção do jovem Jack, pelo contrário, não a nada mais repugnante na...