011 | Victor

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| Victor

Chego finalmente ao Porchlight e me desculpo a Mob pelo atraso.

– o que você tem feito? Não vejo você desde o final das provas

– nossa rotina de treino está brutal – respondo

– a nossa também, é impossível chegarmos às finais, o treinador está fulo demais

– sabe quem eu vi na sexta-feira? – mudo de assunto – Camila

– sério?

– você ainda está saindo com ela?

Eu e Mob somos almas gémeas no que toca o assunto de relacionamentos, apenas queremos nos divertir, sem compromissos.

– não. Ela é ocupada demais 

– ocupada com o que?

– não faço ideia. Até onde sei, ela não trabalha e desaparecia totalmente nos fins de semana tipo puf, sumia. O que me faz levar a minha teoria de ela ter uma vida dupla – ele faz uma pausa – será que ela trabalha para a CIA?

– hm... deixa ver, sem consciência, sem coração... é, faz sentido

– ah vai a merda – diz rindo – a garota é difícil de interpretar mas é legal

– se legal no seu vocabulário significar megera reclamona - concordo

Ficamos falando por mais algum tempo até que toco no assunto do convite que recebi há uns minutos atrás.

– que porra é essa?! Você recusou uma orgia na qual eu estava convidado também?! Você tá doente?

– não estava no clima

– não estava no clima? Quem é você e o que fez com Victor? – solto um gemido frustrado

– eu estou na merda, cara. Peguei uma mulher na outra noite e não consigo a tirar da cabeça – Mob me encara boquiaberto – você acha que gosto disso? É tipo Crepúsculo

– crepúsculo? – questiona confuso

– o sangue da Bella é especial, né? Deixa o Edward cheio de vontade quando tá perto dela?

– você ta analisando Crepúsculo?

– talvez? – suspiro

– se quer pegar ela de novo porque não o faz?

– porque ela não quer!

– impossível

– queria que fosse. O que eu faço?

– parte para outra

– mini victor não colabora

– quer saber, isso não é sangue mágico da Bella. Isso aí é chave de boceta

– como é que é? – arqueio as sobrancelhas

– sei lá, cara. Estou inventando. Você não devia me ouvir quando estou bêbado. Para falar a verdade, ninguém me devia escutar quando estou sóbrio também 

 | Victor

Nossa que massacre de jogo.

Toda a time está seguindo em fila até o vestiário no maior silêncio. A humilhação da derrota nos acertou em cheio e agora temos uma nuvem negra encima de nossas cabeças.

Perder é uma merda mas perder em casa é pior ainda.

– bar ou casa? – Gu questiona

– bar – PH responde na hora

– cade a Lara? – pergunto a Gustavo

– deve estar chegando

Em menos de dois minutos, um tornado de cabelos ruivos rodeia o pescoço de Gustavo.

– oi!

– oi, como foi seu dia?

– ótimo, lamento que tenham perdido o jogo – ela fala nos olhando me fazendo dar de ombros

– acontece. Onde está a sua cara-metade?

– estou bem aqui – Gustavo responde presunçoso e reviro os olhos

– a morena dramática que está sempre com você

– não quis sair hoje, está em sofrimento

– sofrimento do que? – finjo confusão

Eu sei porque, seu ex. Pelos vistos esse canalha ainda ronda os pensamentos de Tainá.

– Peter. Ele ligou essa manhã, não faço ideia do que ele disse mas ela ficou toda chorosa desde aí

– tem certeza que você não deveria estar em casa com ela fazendo tranças em seu cabelo ou assim? É isso que as garotas fazem para dar apoio de moral, não?

– é, Victor. É exatamente isso. E a gente depois disso faz uma guerra de travesseiros peladas

– posso participar? – Bruno interfere

– não vou para casa – ela o ignora – Tainá insiste que está bem

– sendo assim, vamos? – PH dá um tapa no capô do meu carro

– na verdade, você se incomoda de ir com Gustavo e Lara? Preciso fazer umas coisas primeiro. Encontro vocês lá

– claro – ele se afasta na direção do carro de Gu

Entro no carro e me ajeito no lugar do condutor. Espero por uns momentos até meus amigos desaparecerem com o carro e em seguida tiro o meu da vaga.

Só tenho uma coisa a fazer, e nenhum dos meus amigos precisa de saber do que se trata.

OUR SECRET || TAINACTOR || EM REVISÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora