OUR SECRET || TAINACTOR || EM REVISÃO

016 | Tainá

MARATONA 1/3| Tainá

Estou no banco de carona, no carro de Alef, quando Victor me escreve. Dessa vez ele me pega de surpresa. Não é a típica "quero transar com você de novo" mas sim: "estou com uns caras aqui no Porchlight. Se quiser, apareça"

– quem mandou mensagem? Não foi Peter, ne?

– não, não é Peter. É um dos amigos de Gustavo – a olho – estão festejando um aniversário no Porchlight e estão chamando a gente

– Lara vai? – nego com a cabeça

– tem ensaio hoje

– por mim tudo bem

– sério?

Estivemos a discutir a algum tempo onde íamos passar o dia e irmos ao Porchlight foi o primeiro lugar que pensei, já que é o único bar da cidade. Mas Alef rejeitou a ideia.

– achei que não estivesse a fim de balada hoje – arqueio a sobrancelha

– mudei de ideia, estou com vontade de festejar um pouco com garotos da time de hóquei

Alef para no sinal vermelho e se vira para mim.

– se a gente realmente for para lá, você dirige na volta? Estou precisando de algo forte

– claro. Mas será que não podemos ir para outro bar? Talvez o de Munsen

– porque?

– a galera do hóquei pode ser... hm... barulhenta

– acho que estou precisando de um pouco de barulho – ela arranca assim que o sinal fica verde

Merda porque eu estou indo para esse bar? Ver Victor em público pode ser um risco, ele pode deixar escapar algo que se dê a entender que a gente dormiu junto ou na melhor das hipóteses apenas vai flertar comigo e ser irritante como sempre.

Assim que Alef e eu entramos pela porta do bar vemos o salão principal lotado.

– vamos buscar uma bebida – ela grita e acento

Estamos quase chegando no balcão quando uma voz familiar chega aos meus ouvidos.

– Tai-Cat! – olho na direção e vejo Victor me acenando

Entrelaço meu braço no de Alef e seguimos até o bar. Ela pede uma vodca e eu peço uma água.

Depois de pegarmos as bebidas, nos dirigimos para a mesa onde Victor está sentado. Assim que nos vêm, se ajeitam deixando um espaço para mim e Alef.

-água? – Victor fala incrédulo olhando a garrafa em minha mão – sempre achei que você tivesse cara de tequila

Estreito os olhos porque sei exatamente o que ele está fazendo.
Ninguém percebe, mas quem haveria de pensar que foi por causa de tequila que acabei na cama de Victor?
Mas o sorriso traiçoeiro em seu rosto me deixa inquieta. Será que ele está ponderando dar com a língua nos dentes?

| Tainá

Ainda estou encarando Victor quando meu celular vibra. Pego-o distraída de minha bolsa e arregalo os olhos assim que vejo a mensagem.

Victor: lembra quando tomei aquele shot de tequila nos seus peitos?

Não estou acreditando nisso.

Coloco o celular de tela para baixo por cima de meu colo mas ele vibra cada vez mais. Assim que volto a verifica-lo, me deparo com inúmeras recordações da noite passada.

Eu: guarde as lembranças com carinho, meu bem. Porque nunca mais vai acontecer

Victor continua me provocando e quando estou prestes a pôr um ponto final naquela conversa pois a provocação dele está resultando bem demais para o meu gosto, sou interrompida pela voz de minha amiga.

– Tai

– desculpa, o que?

– estava perguntando sobre a sua peça. Como está indo os ensaios?

– muito bem. E a sua como vai?

– uma merda

– ah que pena, amiga

– 'Slade' – ela faz aspas – está dando comigo em doida

– acho que você não sabe usar aspas – um dos amigos de Victor intervém

– ah sei sim. O verdadeiro nome dele é John, mas desde o primeiro dia ele apenas responde por seu nome artistico: Slade

– então a partir de agora vou ter um também – ele olha os colegas de sua equipe – me tratem por Thunder

No momento que solto uma risada, sinto meu celular vibrar novamente e a próxima mensagem de Victor me deixa sem fôlego.

Esse idiota não cansa nunca? Que ódio.

Victor: imagina eu te atormentando a noite inteira, gata


Victor: alimentando todas as suas fantasias mais obscuras


Victor: a.noite.inteira.

Me levanto rápido completamente atordoada.

– preciso ir ao banheiro

Ignoro o sorriso de Victor se expandindo por todo seu rosto e me dirijo para longe da mesa.

Coringa está conseguindo o que quer e está deixando minha respiração pesada e minha cabeça está instável. Não. Não me posso render a essas mensagens, tenho que ignorar esse babaca pervertido.

Alef não tocou sequer na bebida, ou seja vamos ficar aqui por um bom tempo ainda.

Espero muito que Victor pare com as mensagens ou irei explodir.

O pior? É que ambos sabemos que ele não vai parar.