Casa de vidro

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Música do cap: Bad at Love - Halsey







O cetim era macio e confortável, eu sabia que era cetim pois tinha um jogo de cama que havia ganhado na minha festa de noivado e reconhecia o conforto do lençol apenas com o toque, a cor era azul turquesa e combinava com as cores que eu e Max escolhemos para decorar a casa mas esse aqui era um tom marsala e um pouco mais refinado, meus olhos tinham uma certa dificuldade de abrir, parecia que o quarto inteiro estava muito claro o que dificultava as coisas.

- Merda! - digo subindo um lençol próximo ao meu ombro

Estava certa sobre o quarto estar muito claro, todas as paredes pareciam uma espécie de cubo de vidro e com certeza ali não era a boate, o espaço era maior e poderia arriscar dizendo que esse quarto era do tamanho do meu apartamento aqui em Washington. Na verdade havia três paredes em vidro com cortinas altas e escuras, a parede atrás de mim era um tom acinzentado escuro e possuía um quadro grande e abstrato cheio de cores, eu só consegui perceber que o chão era de madeira quando olhei para ele procurando minha roupa da noite anterior.

Meu deus eu estava nua em uma cama que tinha lençóis mais caros que o salário do meu noivo, era loucura pensar nele nesse momento? era me crussificar muito querer cometer suicídio pelo o que eu havia feito? havia transado com alguém isso era inegável mas minha cabeça doía tanto que não conseguia me lembrar exatamente se isso aconteceu de verdade ou era apenas delírio de uma ressaca

- Droga Anne o que você fez… - abraço meus joelhos deixando a culpa escorrer em forma de lágrimas pelo rosto

Chorar não mudaria o que eu acabei de fazer com o homem mais perfeito que eu já conheci em toda minha vida, não iria mudar a inconsequência de meus atos horríveis sobre nada disso, chorar apenas aliviava um pouco da culpa mas quando voltasse a colocar minha cabeça sobre o travesseiro o remorso ainda estaria me perseguindo, se realmente nada daquilo tivesse sido um delírio eu havia transado com Alex Vause o que deixava tudo muito pior, não era nada sobre meu trabalho e como eu me senti suja sobre fazer aquilo, era sobre como eu tinha gostado e pedi para que aquilo acontecesse, era como saber onde estava me metendo e continuar arriscando por desejo, um pouco de bebida não me fez transar com Alex, meu desejo tinha feito isso comigo, me colocado de ponta cabeça em uma situação horrível: Alex era uma criminosa e eu uma detetive. Aperto meus olhos na tentativa de esquecer todas as lembranças que tentavam invadir meus pensamentos me lembrando da pessoa que eu fui naquela noite, de como me entreguei a bebida e de como deixei que ela me colocasse sobre uma mesa de sinuca enquanto alisava minhas pernas, eu era algum tipo de neurótica maluca que estava vivendo algum tipo de desejo gay ou algo assim.

Limpo minhas lágrimas tentando conter o medo que me aguardava por trás da porta desse quarto, poderia ser o famoso julgamento final que todos falam e eu aceitaria ir para a fogueira por isso, eu merecia isso mais do que qualquer outra pessoa, só não espero ver a cara do Max em algum tipo de telão, isso arruinaria qualquer coisa em mim. Deixo o lençol aconchegante cair sobre a cama e busco uma camiseta simples caída no chão, precisaria ser forte, o que eu diria a ela quando a visse? minha investigação também estava em jogo e isso poderia destruir minha vida. Elena havia me dito para me aproximar mas não se aproximar tanto…

Aperto os dedos contra a maçaneta a abrindo, a casa inteira era clara e com um aspecto sofisticado, não era nada do que eu já tinha visto antes, desço um lance de escada com sete degraus, contar mantinha minha mente distante do que me aguardava, minhas pernas tremiam como se o frio estivesse se aproximando e meu coração se acelerava tanto que eu podia sentir o pulsar forte por trás da pele. A sala de estar era grande e luxuosa e também possuía paredes em vidro, essa casa poderia se chamar a casa de vidro, fazia bem o estilo, as cortinas aqui também eram altas e possuía uma lareira elétrica ao fundo, parecia mais uma mansão do que uma casa comum, nunca vi nada igual em toda minha vida e isso era uma surpresa grande demais…

60 dias com elaOnde histórias criam vida. Descubra agora