A cinco passos

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Era como se um filme de ação estivesse passando em minha cabeça, tudo já tinha sido armado por mim a caminho de Washington e não teria erros. Como a polícia não sabia do meu envolvimento com Alex, entraria na prisão facilmente pedindo para conversar com ela antes que a eutanásia acontecesse. As meninas ficariam do lado de fora aguardando meu sinal pelo celular e eu entregaria a Alex uma arma para que ela pudesse se defender quando começasse, claro que existem infinitas possibilidades de tudo isso dar errado e todas nós acabarmos mortas mas eu conhecia a área, ali era meu posto e driblar seria a coisa mais fácil do mundo, bem, contava com isso, sempre ouvi dizer que o amor quebra barreiras e nesse caso teria que ir mais além, teria que derrubar muros. Não queria me envolver com mortes no momento mas mataria se fosse necessário, assim como todas as meninas.

- Já sabe Sky espere meu sinal! - digo abrindo a porta do carro - não esqueçam, na perna faz cair mas se mirar na cabeça é menos um. - fecho a porta fazendo sinal com a cabeça para se afastarem

O meu tipo de trabalho ensina a ser confiante e acreditar na sua capacidade e era isso o que eu estava fazendo agora. Escolhi uma roupa simples que me fizesse escapar com facilidade de qualquer buraco que fosse me meter, dentro da minha Armani estava a arma que Alex usaria e na minha cintura estava a minha de uso pessoal. Não escolhi o modelo da bolsa atoa, eu sabia que Alex poderia não querer olhar sequer na minha cara mas iria reparar nessa bolsa pois foi um presente que ela me deu enquanto viajamos para Paris, era como um código subliminar, eu só desejava que entendesse o recado. Aperto a bolsa contra o corpo e passo na recepção da prisão que ainda estava do mesmo jeito que me lembrava desde a última vez que vim aqui de passagem, suja e com poucos orçamentos para uma reforma.

- Anne? Minha nossa! - um dos guardas da prisão me abraça forte - quanto tempo, onde se meteu que nunca mais trouxe nenhuma daquelas vadias para nós? - percebi que ele se referia às detentas

- Na verdade coloquei uma aí dentro semana passada, uma das piores sabe… é Mike seu nome não é? - digo torcendo para que ele realmente se chama-se Mike

- Não acredito que quase se esqueceu do meu nome… - ele então dá um tapa em meu ombro - vamos tomar um café? Abriu uma loja de donuts maravilhosa aqui perto…

- Sabe o que é Mike, estou mega atrasada, pode ser na saída? - digo passando pelo portão de entrada

- Certo, mas antes vou precisar te revistar, são as regras, tá bem? - ele sorri gentilmente

Sinto meu coração congelar com aquelas palavras, eu poderia o enganar com a minha arma na cintura pois tinha licença para isso mas e a arma escondida na minha bolsa?

- Mike é realmente necessário? Estou com um pouco de pressa… - sinto que o suor frio começava a escorrer pela minha nuca

- Desculpa Anne mas sem exceções, sabe como é… - ele então faz um sinal com as mãos para que eu apoiasse na parede

Segurei o tremor que parecia querer deslizar sobre meus dedos me dedurando, não tinha pensado na possibilidade de ser revistada, para falar a verdade tinha me esquecido completamente das revistas, sendo quem sou e segurando o título de ter colocado uma das maiores traficantes do país atrás das grades, pensei que teria regalias. Coloco as mãos sobre a parede pensando em como o mataria tendo que lidar com outro guarda que estava no celular gritando com a esposa logo atrás de mim, seria literalmente um beco sem saída

60 dias com elaOnde histórias criam vida. Descubra agora