Perdoada

67 5 0
                                    

- Por favor ande logo motorista… - imploro para o homem que já estava cansado de responder sempre a mesma coisa


- Já estamos chegando senhorita. - seu tom de voz era irônico

Não poderia descontar nele toda a ansiedade que estava sentindo, minhas mãos suavam e meus pés já estavam se cansando de tanto bater no carpete do carro. O sol já estava indo embora quando entrei no avião que me levaria para Washington novamente, abandonei tudo para trás e faria isso quantas vezes fossem necessárias para ficar com ela, não conseguia imaginar um futuro pior do que ter que lidar com a morte de alguém que significa o mundo para você, pensar que os sangue da Alex estava em minhas mãos era a pior sensação que eu já havia experimentado em toda minha vida, se algo acontecesse a ela eu jamais me perdoaria.

- Prontinho moça chegamos!

Com as mãos na maçaneta abri a porta com força deixando no banco do passageiro alguns dólares. Estar de novo por aqui era uma das melhores sensações que eu poderia experimentar, meu coração reconhecia esse lugar e parecia sincronizar as batidas com meus passos apressados em direção a boate. Queria ter a visão dela me encontrando na metade do caminho com um capacete em mãos sorrindo, o sorriso mais natural e perfeito que alguém poderia ter, mas eu sabia que não seria assim.

Mesmo que a salvasse, Alex nunca me perdoaria e não poderia julgá-la por isso, minhas atitudes foram as piores possíveis, pois ela sempre me deu abertura para ser eu mesma e por medo acabei escondendo dela algo que se eu tivesse contado antes talvez nos uniria ainda mais.

Saber que ela sempre soube quem eu era só comprovou o quanto eu fui covarde de não ter dito a verdade, em todos os momentos que tivemos juntas Alex tentou me proporcionar a melhor sensação possível, se preocupava a todo tempo como garantir que eu estivesse segura e feliz, ela quis colocar em cada toque a marca dela e eu por infantilidade perdi uma das melhores mulheres que alguém pode conhecer, o destino não nos presenteia duas vezes com a mesma sorte e eu sabia que a minha já tinha ido embora então agora a única coisa que eu poderia fazer para aliviar essa culpa seria me redimindo com as pessoas que eu batizei como família.

O letreiro dourado é reconhecido por mim assim que chego mais perto da curva, meu coração acelerava mais do que nunca nesse momento e a essa altura eu já estava correndo

- Não pode entrar! - o segurança da boate estica uma das mãos bloqueando minha passagem

- Kelvin sou eu Lily, não é possível que já se esqueceu… - abro um sorriso a ele que ignora

- Sei quem você é e tenho ordens para não deixá-la entrar.

- Suas ordens incluem me matar também? - cruzo os braços indignada com sua atitude - Kelvin, estou aqui para ajudar.

Alice aparece na porta de vidro na qual Kelvin estava parado e levanta uma das sobrancelhas ao meu ver, a impressão que eu tinha é que ela estava alegre por isso mas preferiu não demonstrar logo de cara

- Ao contrário, as ordens da Vause foram claras sobre não machucá-la, ele pode morrer por isso! - Alice sorri dando pequenas batidas nos ombros do segurança - está tudo bem Kelvin, já sabíamos que ela viria

60 dias com elaOnde histórias criam vida. Descubra agora