Capitulo Um

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Ao acordar, vi que ainda estava na van, era desesperador.

Sim, eu sabia que viriam, mas não quando eu estava prestes a beijar aquele garoto.

"Isso é sacanagem, viu?" Disse olhando para o teto da van, como se de algum modo, eu estivesse falando com Deus.

Minutos tinham se passado, mas para mim pareciam horas, será que contar os números primos, me deixariam calma?

Antes mesmo de começar minha contagem, escutei uma voz desconhecida vindo do lado de fora da van. ''Você acha mesmo que é a garota certa?'' Me levantei para escutar melhor o que o falavam, mas havia me esquecido que etava em um veículo, e ao me levantar bati com a cabeça no teto.

''A Bela Adormecida está acordada.'' Disse uma voz conhecida por mim, era a voz do cara que me deixou apagada igual a própria princesa Aurora.

Me sentei novamente e passei a mão em minha cabeça por conta da dor, e ao abrirem a porta, lá estava eu, entrando em desespero.

"O que vocês querem comigo?" Perguntei.

"Você sabe muito bem o que queremos, Clarissa." Respondeu o garoto.

"Se eu soubesse eu não estaria perguntando." Respondi seca e ele me pegou fortemente pelo braço me fazendo levantar. "Isso ai está doendo." Disse me referindo ao braço.

"Ótimo, quer dizer que eu estou apertando o suficiente." Ele disse e eu rolei os olhos.

"Onde estamos indo?" Perguntei.

"Para o seu castelo, princesa." Ele disse.

Ele me atacou em outra van, e amarrou meus pulsos atrás de mim.

"Precisa de tudo isso?" Disse enquanto o garoto amarrava, mas nada ele respondeu. "Você sabe que eu posso gritar por socorro?" Perguntei.

"Se você quisesse socorro, já estaria gritando." Ele disse. "Agora cale a boca." Completou e me deixou sozinha na parte de trás da van, indo para o banco do motorista.

Eu não conseguia ver nada do lado de fora, não fazia ideia de onde estava, nem com quem estava, mas uma coisa era certa... Eu não estava gritando por socorro, mas por que?

"Com quem estava falando do lado de fora da van?" Perguntei me referindo a voz desconhecida no momento em que acordei. "Como assim 'ela é a garota certa'?" Completei minha pergunta, mas nada ele respondia. "Vai me deixar falando sozinha?" Continuei. "Ei, está me escutando?"

Eu iria ficar o incomodando, até o garoto responder minhas perguntas, afinal, eu tenho minhas dúvidas, mas antes de continuar, sinto o carro frear de uma forma bruta me jogando para frente e batendo as costas no banco do motorista. Gemi de dor, e respirei fundo.

"Você é o Cameron, certo?" Perguntei com dificuldade. "Você deveria tratar melhor a garota que seu pai comprou." Respondi. "Mesmo que eu odeie isso, mas ser bem tratada é sempre bom, não é mesmo?" Pergunto retoricamente.

Parecia que eu estava falando com uma pedra, nada do garoto responder, será que é mesmo o tal Cameron? Meu pai disse que ele seria poucos anos mais velho que eu, e aparentemente, esse garoto é mais velho, mas não ao exagero.

O mesmo garoto saiu da van me deixando sozinha, minutos mais tarde a porta da van se abriu, e eu tive a visão de dois garotos, ambos me pegaram pelo braço e me levantaram a força.

"Pra que tanta brutalidade?" Perguntei aos garotos.

"Nash, pela vida dessa garota insuportável, faça ela calar a porra da boca?" Disse um dos garotos. Ah, então ele que estava dirigindo a van, e esse tal de Nash deve ser o cara que ele estava conversando no momento em que acordei.

"Eu disse para você colocar um pano na boca dela quando ela apagasse, mas você, Matthew, não me escutou." Disse Nash.

"Então se você não é o Cameron, e nem você...." Disse me referindo aos dois garotos. "Quem é esse ser menosprezável?" Perguntei.

"Ela estaria dormindo porra, não pensei no momento em que essa criatura acordasse." Matthew disse. "Tapa logo a boca dessa garota antes que eu a ataque na estrada para um carro passar por cima." Completou seco.

"Eu ainda estou aqui se lembram?" Disse.

"Não precisa." Disse Nash. "Chegamos." Completou e eu os olhei incrédula, por me ignorarem assim, na cara dura. -gif-

"Chegamos a onde, posso saber?" Perguntei irritada, mas ainda com esperança de obter minhas respostas.

"Bem vinda a sua nova casa, princesa." Matthew disse.

Olhei para frente e vi uma enorme residência, haviam seguranças em todos os cantos, já estávamos no quintal da frente e eu não havia percebido. Olhei para trás e vi que haviam vários outros carros estacionados, com certeza Cameron é um cara muito rico.

Claro né Clarissa? Ele é filho do mafioso que o seu pai te vendeu. É óbvio que ele vai ser rico, ele rouba.

Ao adentrarmos na casa, vejo a enorme sala, e logo mais pra frente uma cozinha, um corredor com apenas uma porta, e um quintal nos fundos.

"Fique com ela." Disse Matthew e Nash assentiu com a cabeça.

Matthew logo sumiu de minha vista, e Nash me jogou contra o sofá da cor branca, como a maioria dos outros móveis.

"Não se esqueçam que eu sou uma garota, sou delicada. Não um saco de farinha, onde vocês ficam pegando de qualquer jeito e atacando em qualquer lugar com a maior força do mundo." Falo irritada. "Isso machuca." Confesso agora, com a voz um pouco mais mansa. "Dá para pelo menos desamarrar meus braços?" Perguntei.

"Não." Respondeu Nash. "Agora cale a boca, não gostamos de garotas que falam que nem matracas." Completou.

"Mas..." Ia falar mas fui interrompida por ele.

"Se você falar mais alguma coisa, eu dou um jeito para você conseguir falar só usando um papel e uma caneta." Ele ameaçou e eu me calei.

Fiquei olhando pro chão por um tempo e logo me desperto com vozes chegando cada vez mais perto, olhei para o lado, e juro, nunca vi tanto homem na minha vida. Matthew estava junto de mais dois, e contando com o Nash, seriam quatro homens em minha frente. Pra todo mundo, isso pode parecer pouco, mas para mim, que vivia trancada em uma mini biblioteca, é muito.

"Aqui está." Disse Matthew. "Pode soltar ela, Nash."

"Graças a Deus." Eu disse aliviada. "Isso ai tá doendo, não precisava apertar tanto." Completei enquanto Nash me liberava das amarras.

"Eu já não mandei você calar a porra da boca? " Perguntou Nash e eu me aquietei.

"Deixa, eu calo a boca dela." Disse um garoto alto, dos cabelos castanhos, dos olhos da mesma cor tão hipnotizantes que eu fiquei o encarando por um tempo. "Hayes, faz um favor pra mim?" Perguntou o moreno.

"Claro." Respondeu o quarto garoto, não tão alto, mas não tão baixo, aparentemente o mais novo, o tal de Hayes.

"Preciso que pegue os esquemas lá em baixo, e leve-os para meu pai." Respondeu o moreno.

"Certo, mas precisarei de umas ajudas, Cameron, temos armamentos novos que estão chegando da encomenda." Respondeu Hayes.

"Cameron?" Perguntei.

"Cale a porra da boca!" Gritou Matthew.

Senti o ódio percorrer por meu corpo, queria esbofetear Cameron até o rosto dele ser irreconhecível por até mesmo sua família.

"Claro, me esqueci da encomenda, enfim... Matthew, Nash, ajude Hayes com as tarefas, tenho uns assuntos para tratar com a Clarissa." Disse Cameron e eu engoli seco.

"Claro." Respondeu Matthew.

Logo ele, Nash e Hayes, já não estavam mais presentes, era apenas eu e Cameron, Cameron e eu.

"Finalmente." Disse Cameron.

Destined To Suffer || Cameron Dallas ||Onde histórias criam vida. Descubra agora