Destined To Suffer || Cameron Dallas ||

Capítulo Vinte e seis

POV Clarissa
Acordei, abri os olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade que adentrava o quarto. Finalmente tive a visão completa e me senti uma estranha naquela grande cama.

Só ai me lembrei que havia acordado em outro quarto, em outra casa e não na mesma que estava habituada a acordar todos os dias.

Agora caiu minha real, eu havia tomado outro rumo para minha vida e isso incluía deixar Cameron e tudo envolvido a ele.

Por mais que na ideia de seu pai eu fosse propriedade Dallas, isso pouco me importava.

Depois de uma longa conversa com Peter reconheci que devo melhorar tudo em minha vida. Isso começa a partir de hoje em que acordei nesta nova casa, ele se dispôs a me ajudar em absolutamente tudo, e isso me deixa de uma certa forma feliz.

Nesses meses todos meus pais não pediram sequer uma informação minha.

A verdade é que sou uma largada neste mundo que dependo dos outros para viver.

Senti uma lágrima descer a limpei rapidamente. Só ai percebi que Peter se encontrava parado na porta com uma bandeja de café da manhã em mãos.

"Há quanto tempo está ai?" Perguntei vendo-o se aproximar.

"Tempo o bastante pra entender que começou a chorar, pare de pensar besteiras. Eu estou aqui, com você." Ele disse e eu pude olhar seus olhos castanhos que transmitiam segurança.

O olhei soltando um suspiro e fitei o chão. Senti seus braços me envolverem e prendi o choro.

"Quer que eu fique aqui com você?" Perguntou.

"Por favor." Eu disse me ajeitando na cama ainda com a roupa que usava ontem.

Peter se sentou ao meu lado na cama e ajeitou a mesinha sob meu colo.

"Se me permite." Ele disse sorrindo e pegando uma torrada que se encontrava na mesinha.

A encarei, pães, café, iogurte .

"Para que tantas coisas?" Se súbito me perguntei em voz alta.

"Não sabia o que comia, então trouxe variedades." Ele disse meio sem jeito.

Oh que indelicada.

"Obrigada." Sorri sincera.

Eu ainda me sentia desprotegida de várias formas, por isso o meu jeito desconsolado e meigo, digamos triste.

Tomamos o café da manhã e ele retirou a mesinha, voltando em seguida ao "meu " quarto.

"Pode demorar um pouco pra se habituar a esta casa. Mas com o tempo você vai se sentir como se fosse sua." Foquei em suas palavras "tempo", eu não pretendia ficar morando aqui por tanto tempo.

"Peter, acho melhor eu arrumar um trabalho, não sou sua hóspede." Disse sem graça.

"Me sinto ofendido falando assim, eu sou seu amigo , ou se não me considera passe a considerar. Lhe juro que é sincero de minha parte." Ele disse se sentando na cama e encarando a parede. "Encare como uma forma de me redimir com você por tudo." Acrescentou.

"Minha intenção é não lhe incomodar, Peter." Respondi.

"Não me incomoda, ao contrário é um prazer." Disse e eu o olhei. "Me sinto sozinho nessa casa, e eu tirei ferias do meu "trabalho", então vamos passar bastante tempo juntos" Completou me olhando e proferindo estas palavras como se fosse uma criança alegre. Sorri com isso.

"Tudo bem..." Respondo.

"Posso deitar com você?" Perguntou me olhando e por um momento senti seus olhos brilharem brilharem.

"Pode..." Apenas disse me ajeitando melhor no macio travesseiro.

"Vamos dormir? Ainda são 9h da manhã, creio que queira descansar. Eu quero." Ele disse já deitado ao meu lado e apenas senti sua voz e sua respiração em meu pescoço.

Sim ele havia me abraçado, devido ao estar de costas, suas mãos pousavam em minha cintura.

"Concordo, bom sono, Peter." Eu disse fechando meus olhos.

"Bom sono, Clary." Foi tudo o que ouvi antes de apagar.

{...}
Senti a cama se mover calmamente e abri os olhos percebendo Peter se levantar aos poucos provavelmente para não me acordar.

"A onde vai?" Perguntei.

"Tentei não te acordar, mas foi em vão." Disse em tom calmo.

"Tudo bem." Eu disse.

"Vou me arrumar." Ele disse.

"A onde vai?" Pergunto curiosa.

"Mercado" Respondeu.

"Eu quero ir, Peter." Disse me sentando e espreguiçando na cama.

"Vou me vestir" Ele disse saindo do quarto e eu pulei indo ao encontro de minha mala.

Peguei um vestido floral e uma sapatilha palha. Penteei os cabelos e já estava pronta, desci para a sala e poucos minutos seguintes ele desceu.

"Primeiro que eu?" Se assustou ao me ver pronta.

"Apenas não quero ficar em casa." Disse simples.

"Certo." Ele disse abrindo a porta esperando minha passagem e a trancando, seguindo para seu Mustang.

{...}
"Tenho um jantar de negócios hoje, sinto muito por deixá-la sozinha." Ele disse após me espreguiçar e constar que já eram 19h.

"Vai mesmo me deixar sozinha?" Perguntei o olhando.

"Se quiser ir, mas Cameron estará lá." Ele disse como se não gostasse muito.

"Eu vou, me espere." Eu disse saindo em disparada ao quarto.

Há esse horário ele já deve ter percebido que eu já sai daquela jaula de casa, mas se ele acha que eu iria ficar assim pra sempre ele está enganado.

Uma hora havia se passado e eu observava meu reflexo no espelho, um vestido longo com um decote aberto me delineava perfeitamente.

Cabelos presos, maquiagem básica.

Desci as escadas e Peter se encontrava no sofá trocando freneticamente os canais da televisão, parando quando cheguei em sua frente.

"Acho que não exagerei ao ver que a festa era social." Disse o olhando em um smoking preto.

"Clarissa, você está muito linda." Ele disse me observando e senti minhas bochechas queimarem.

"E você está gato." Disse e caímos na risada.

{...}
O salão lotado de pessoas vestidas adequadamente e com muito requinte, prefeitos, milionários, traficantes e pessoas de alto porte. No entanto todas envolvidas com tráfico.

Adentramos o local sendo notados por todos olhares, muitos cumprimentos e especulações sobre quem eu era e o por quê de ser a acompanhante de Peter.

Me sentia um máximo novamente, ser desejada por todos e invejada.

Meus olhos só notaram quando Cameron adentrou o local com uma mulher entrelaçada nos braços.

Kristen, diga-se de passagem.

Porque eles estavam juntos, o que ele fazia com ela depois de tanto tempo?

Ele não sentiu minha falta? Já estaria com ela? Não consigo acreditar.