Amanhã, tudo acaba

Bem

Capítulo não revisado.

🍀

Travis abriu os olhos. Seus negros e exaustos olhos, que se podessem continuavam fechados assim permaneceriam. Larry estava ao seu lado, as mãos fechadas juntas ao rosto, como se estivesse orando — e estava, para qualquer deus que o escutasse. Travis ergueu a destra, passando-a dos cabelos castanhos ao ombro do rapaz, que enfim o notou; os olhos vermelhos encarando o sorriso tímido de Phelps.

— Bom-dia, eu acho — riu da expressão boba e assustada de Larry. — O que foi?

— Achei que fosse morrer… — disse, limpando o rosto. — Eu sei, estou me preocupando atoa.

— Por que pensou isso?

— Não sei, acho que tudo isso me deixou estressado… — respondeu, segurando a mão do outro. — Você está passando por muita coisa, não é?

Travis nada disse, porque não precisava dizer. Larry o abraçou, ainda mais forte que na casa da árvore, e ficaram assim por um longo tempo.

— Estou com medo… — sussurrou, prendendo Larry em seus braços. — Eu realmente não deveria ter nascido…

— Não diga isso…

— O que? Vai vir com aqueles papos clichês sobre “você é especial”? — o abraço se desfez, e agora os dois se olhavam frente a frente.

— Mas você é. Pelo menos para mim…

Os dois se calaram.

— Olha, eu não sei como você se sente com tudo isso, mas quero que seja forte! É, eu sei, é egoísta, mas eu sei que consegue! — Larry tentava ser positivo, mostrar um lado para Travis que ele não conseguia enxergar. — Faz isso por mim… E por eles, William não ficaria feliz se perdesse você…

Travis olhou para baixo, envergonhado.

— Larry, eu não sei se deveria viver com eles… — disse. — Não me acho digno disso…

— Não se trata de dignidade, eles te amam! Raj vai ficar bem, você vai ver — sorriu. — E então você vai voltar para a casa deles.

— Tudo isso fez com que eu nem os conhecesse direito… — suspirou. — Mas, sei que não são más pessoas…

— O jeito que William olha para você, é o suficiente para eu saber que vai ficar melhor lá do que na minha casa.

— Você acha?

Larry sorriu.

— Claro.

[...]

— Pai, isso é tudo minha culpa, não é?

— Do que está falando, Sal?

Eles ainda estavam no hospital, dando assistência a William e Travis. Sabiam que aquele caos não acabaria tão cedo para eles, e um ombro amigo sempre era bem vindo.

— Se eu não tivesse dado a ideia de adotar Travis, ele não estaria passando por isso… — falou, pela sua voz, Henry sabia que ele estava chorando.

— Você não tem culpa disso, filho. Sal, você só quis ajudá-lo, e uma ajuda não pode adoecer alguém.

— Certeza?

— Claro que sim. Ou quer que a NASA pesquise sobre isso? — Os dois riram. — Não se preocupe mais com isso, OK?

Na porta do hospital, entrava um grupo de pessoas. Todas com um logo no peito esquerdo da camiseta.