Capítulo 05

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Capítulo enorme para vocês! Obrigada por cada comentário e a reciprocidade de tanto carinho.

Espero que vocês se emocionem lendo, o quanto eu me emocionei escrevendo. Um beijo!

...

Ada mal dormiu.

Sentia-se patética por esperar durante toda a noite e madrugada, uma mensagem, uma ligação, qualquer coisa... Qualquer coisa que Bora tivesse a oferecer para ela. Mas nada veio.

O homem mal piscou quando ela praticamente implorou seu perdão outra vez, quem dirá ligaria para ela a fim de dizer que a queria de volta em sua vida.

Ada apostava que ele havia tido uma boa noite de sono, feliz que não teria que vê-la no escritório como o de costume.

Ela tinha que parar de se iludir com pensamentos tolos. O ponto final na história dos dois já foi firmado. E infelizmente, não era nenhum conto de fadas para haver um final feliz.

Selim adentrou o seu quarto momentos depois, abrindo as cortinas para permitir a entrada dos raios de sol tímidos decorrentes das horas iniciais da matina, com uma xícara de café quente em mãos e uma careta esquisita distorcendo as suas feições.

— Bom dia! — Ela sorriu.— Nossa, você está horrível.— Selim sentou-se ao seu lado na cama, observando as manchas escuras dispostas abaixo dos olhos da outra e entregando-lhe o recipiente.— Não conseguiu dormir?

Ada aspirou o cheiro da cafeína e gemeu de satisfação ao sentir o gosto da bebida fumegante em suas papilas gustativas.

— Soaria estúpido demais se eu disse que não? — Ada sorriu autodepreciativa, seu humor amargurado.

Selim suspirou, balançando a cabeça de um lado para o outro.

— Você deveria ter dito a ele que estava indo embora. Aposto que se ele soubesse, você estaria acordando ao lado dele agora, e não solitária e deprimida nessa cama.

— Allah, Allah! — Ada arfou em descrença.— Mas o que é isso, Selim? Me acatando logo tão cedo? — Ela bufou.— Quantas vezes eu tenho que lhe dizer que Bora Bey me odeia? — Praticamente rosnou, farta de toda essa situação.— Ou pior, não sente mais nada por mim. — Ada choramingou.— Ele mal se importou quando eu estava em sua frente ontem, por que se importaria agora sabendo que estou indo embora? — Ada sentiu um gosto amargo na boca, doía tanto dizê-las.— Ninguém muda de ideia do dia para a noite. E com ele não vai ser diferente.

— Ah, é? — Selim sorriu, zombeteira.— Então, por que você se deitou com o celular no travesseiro ao lado do seu?

Ada amaldiçoou sua amiga naquela manhã. Ela foi pega, mas não iria admitir isso tão facilmente.

— Oras, porque eu estava preocupada com o horário do ônibus. Gosto de ficar checando para não haver imprevistos.— Ada se levantou, já fugindo para cozinha e Selim sorriu não convencida, em seu encalço.— Ainda não acredito que vou deixar o meu bebê para trás.— Ada fez beicinho, depositando a xícara já vazia na pia.

— As estradas para Bursa estão escorregadias, é melhor que deixe o seu carro aqui e um reboque o leve depois junto com o caminhão de mudança, querida.

— Cuide bem dele, hein... Nada de gracinhas com Ali no banco de trás.— Ada fez um gesto com os dois dedos em frente aos olhos e os apontou para a amiga que se assemelhava a um tomate em sua coloração.

— Você é terrível.— Selim cerrou os olhos.

— O quê?— A outra encolheu os ombros.— Se apenas me resta chorar em relação a minha vida amorosa, que pelo menos eu possa me divertir com a sua.— Ela finalizou com um sorriso triste, voltando ao quarto a fim de se trocar e se despedir do lugar o qual foi o seu lar nos últimos três anos.

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