Preocupações

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Me preocupar era o que eu estava fazendo desde que desci daquele avião. Claro estou sempre preocupado, mas dessa vez era diferente, eu não estava me preocupando se íamos resolver o caso, e sim se Emily ficaria bem. Estávamos investigando o caso a todo vapor, no momento eu e Rossi estávamos indo para a casa de uma possível vítima. Desde que encontrei a equipe não disse nada sobre Emily, apenas o que me foi perguntado, que era sempre a mesma coisa, ela está bem? Era apenas isso que todos me perguntavam, e eu sempre respondia sim ela está, quando na verdade eu não sabia o que estava acontecendo com ela.

_Sabe você deveria parar de se preocupar tanto, e ligar para ela. –Rossi quebrou o silêncio.

_Eu já liguei Dave. -Respondi e ele continuou a me observar como se esperasse eu continuar a falar, mas eu não continuei.

_Claro que você ligou, você a ama. Por isso está tão preocupado. –Ele provocou e eu o ignorei, mas após alguns segundos eu não resisti:

_Por favor Dave, eu estou apenas preocupado com o fato dela estar cuidando dos meus filhos.

Ele riu secamente ante de dizer:

_E dela também. Sabe Aaron se tem alguém que consegue fazer isso é Emily Prentiss.

Nesse ponto ele estava certo, Emily conseguiria fazer tudo.

_Até hoje não entendo por que vocês se divorciaram, está obvio que você não daria o divórcio assim tão fácil. Você a ama. –Ele diz, afinal não é de hoje que Rossi insiste nessa investigação do divórcio.

Respirei fundo e comentei:

_As vezes em meio a tantas mentiras o amor não é suficiente Rossi.

Surpreendentemente ele não me encarou ou falou qualquer outra coisa, olhando para fora ele apenas disse:

_Chegamos.

Após estacionar o carro, descemos e fomos em direção a casa, apenas quando batíamos na porta ele disse :

_Ela usou as crianças não foi?.

Não deu tempo de responder a porta foi aberta.

Já na delegacia Reid nos pergunta como foi a entrevista e eu respondo com um mal humorado:

_Nada proveitosa.

Porém escuto Rossi dizer para ninguém em especial:

_Talvez um pouco.

Resolvi ir procurar algo para me ajudar a virar a noite, talvez um café ajudasse, comecei a lembrar de minha conversa ao telefone com ela, nossa conversa fluiu tão naturalmente, me fez lembrar de tempos mais felizes. Perguntei sobre as crianças, ela me perguntou pelo caso e se seguiu um papo tranquilo, não tínhamos uma conversa civilizada há muito tempo.

No final daquela ligação eu queria acreditar que ela voltaria a ser como antes, porém a quem eu queria enganar? Já se fazia três anos que nos divorciamos, se não conseguimos reatar quando ela tinha memoria, imagina agora. No fundo eu queria que fossemos uma família novamente, mas nosso amor estava desgastado, e eu não queria machucar mais ninguém, as crianças já tinham sofrido muito, se alguém sofreu mais que eu, com certeza foram eles.

_Você mentiu para mim todo esse tempo Emily! –Eu disse com muita raiva.

Ela me olhava com um misto de raiva e talvez, talvez um pouco de dor.

_Você não sabe o que aconteceu Aaron. –Ela tentou em vão justificar.

Eu a encarei e disse com certo desprezo:

Acordando para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora