Irmãos

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Aqui estou eu sentado no meu escritório olhando inutilmente para uma mesa vazia lá embaixo, ah sim quantas vezes nos últimos anos eu já encarei aquele local, como se o próprio fosse amaldiçoado, ela não vai voltar a sentar ali provavelmente nunca mais, agora que recuperou a memória com certeza ela já deve estar em seu confortável escritório liderando uma das melhores unidades da agencia.

Alguém passa na frente do meu escritório e entra, eu o encaro e digo sarcasticamente:

_Bom dia Dave, pode entrar.

Ele apenas sorri e responde ao meu cumprimento, não perdendo a oportunidade de me alfinetar:

_Sabe Aaron eu até iria te perguntar o que você perdeu ali, mas eu sei muito bem o que é, ou melhor quem é.

Voltando o olhar para os papeis em minha mesa.

_Eu não perdi nada Dave, eu estava apenas observando o movimento. –Falei seriamente, o que só deu a ele mais um motivo para rir.

_Você ficou tanto tempo encarando aquela mesa, que até Reid notou.

Sério? Até Reid notou isso?

_Mas não se preocupe, de acordo com ele você tende a encarar aquele local quando está ansioso ou até mesmo deprimido, ele acha que o local te faz lembrar ela. E ele está certo não é mesmo? Então o que aconteceu no paraíso? Achei que com você sendo o herói mais uma vez, vocês até poderiam... – David Rossi divagava não sabendo o quanto aquela conversa estava me deixando irritado, desde quando Reid me perfilava? Desde quando o garoto prodígio entedia alguma coisa sobre amor?

Graças a Deus ele foi interrompido quando alguém bateu na porta, eu pedi para entrar, mas no mesmo momento em que o indivíduo entrou, desejei mentalmente que não tivéssemos sido interrompidos.

_Você está ocupado? –Ela perguntou me encarando fixamente com seus olhos castanhos.

Não, eu já estava de saída. –Dave respondeu por mim, já se levantando e saindo do meu escritório, quando ele estava fechando a porta ele me lançou um sorriso malicioso, o qual ela por estar de costas para ele não viu.

_Em que posso te ajudar? –Eu disse o mais formal possível, embora o que estivesse em minha mente fosse tudo, menos formal.

_Preciso de um favor. –Ela falou um tanto quanto receosa.

Oh não de novo não...

_Por que estou tendo a leve impressão que já vi isso em algum lugar? –Eu perguntei a encarando profundamente.

Ela não responde, aparentemente prefere ignorar minha pergunta e então prossegue:

_Não é grande coisa, eu só quero que você não conte a ninguém ainda que eu recuperei a memória. –Ao terminar de falar ela mordeu o lábio, e ali estava um sinal clássico que evidenciava que ela tensa, reparando mais nela, percebi que as unhas dela haviam sido ruídas recentemente.

_O que está acontecendo? –Perguntei após um suspiro, porque eu sabia que não era nada de bom, Emily nesse estado? Com certeza não viria nada de bom dalí.

_Eu não posso te dizer. –Ela se limitou a de dizer e eu não posso dizer que não fiquei irritado com sua resposta.

_Você quer que eu guarde um segredo desse porte, e ainda por cima as cegas? O que faz você pensar que eu não conterei a ninguém? -Eu disse essa última parte a desafiando, mas aparentemente ela se cansou dessa nossa conversa, pois já estava saindo, mas não antes de dizer:

_Você me ama Aaron e vai fazer isso porque eu te pedi, você sabe que é algo sério.

E ela simplesmente saiu sem me dar a oportunidade de dizer qualquer outra coisa.

Acordando para a vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora