Dois; Marinette

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Mais um!!

Não sei ainda quantos capítulos vão ter mas...talvez uns 6//8 por aí...

Espero que estejam gostando da fic e me desculpem os erros! ❤️

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Marinette's POV

Aquela já era a terceira vez somente naquela semana que Luka furava comigo. Havia pedido que ele me auxiliasse em alguns detalhes finais do baile e ele, mais uma vez, tinha me dado uma desculpa esfarrapada de última hora para que não comparecesse. Eu não aguentava mais.

Na verdade, nem sei porque ainda estava com ele. Tá, funcionávamos juntos de diversas formas mas ele não me entendia. Sempre que precisava de apoio em algo, era aquela mesma história. Eu tentava começar o assunto e quando olhava para para ver se ele estava me escutando, percebia o quanto não se importava com nada além de sua vida pois lá estava ele com o olhar preso no celular. E vai saber o que ele fazia naquele aparelho...

Quando questionado, ele desconversava e vinha em minha direção para me beijar e eu acabava sempre cedendo. Eu era uma tonta mesmo!

E naquela noite, mais uma vez, eu estava discutindo com ele ao telefone sem chegar a lugar algum. Ele vinha com a conversa de que eu estava sendo controladora demais com ele e que aquilo não era relacionamento e que eu deveria respeitá-lo. Olha quem falando...

A cada dia eu tinha mais certeza de que Luka não me amava como dizia.

Ele amava meu corpo. Com ou sem roupa. Amava a popularidade que tinha apenas por poder dizer para os amigos babacas dele que ele me tinha por inteira. Ele não amava o que eu realmente era. O que eu queria que ele amasse! Ele nunca, ao longo desses dois anos, pareceu se importar com minhas conquistas relevantes ou mesmo com algo aleatório que eu julgava ser importante compartilhar com ele.

Única coisa que ele parecia ver em mim era minha bunda rebolando durante os jogos e eram apenas nessas ocasiões que eu recebia um elogio dele. Nem era por ter dançado bem e sim por eu ter uma "bunda bonita".

Minhas duas melhores amigas – Alya e Zoé – sempre perguntavam o porquê de eu ainda estar com ele e eu nunca sabia o que dizer. Na verdade, eu também não sabia! Talvez por ser algo esperado por todos ou...não sei!

Tudo que sei é que, ultimamente, muitas coisas estão me chateando e isso está contribuindo ainda mais para a decisão que quero tomar.

– Você havia prometido que me ajudaria hoje, Luka! – disse, pela milésima vez. – Por que não me avisou antes que não ia poder ir? Fiquei igual uma palhaça esperando!

Ouvi-o bufar.

Nem tudo gira em torno de você, Marinette! Eu tenho coisas muito mais importantes p'ra fazer do que ficar organizando festinha de escola!

– Não é qualquer festinha, é nosso baile de formatura! Tem noção da importância que é esse momento? Acho que não...

Eu já estava fora de mim. Não aguentava mais isso tudo.

Tanto faz, Marinette! Agora tenho que desligar então boa noite!

E, dizendo isso, desligou a ligação na minha cara. Joguei o celular longe e passei as mãos pelo rosto. Por que eu me submetia a tudo isso ainda?

Me sentei na cama e, ao levantar o olhar, dei de cara com Adrien, meu vizinho, olhando fixamente para mim e acabei soltando um sorriso.

Adrien e eu éramos vizinhos há anos e chegamos a ser amigos próximos por um tempo mas depois, quando entrei para a equipe de torcida, acabamos nos afastando um pouco por possuirmos responsabilidades distintas e hoje em dia não nos falávamos muito, apenas o básico. Na verdade, eu gostaria de ser mais próxima mas todas as vezes que tentei me aproximar, Adrien se perdeu todo nas palavras e eu – por medo de estar assustando-o ou algo do tipo – me afastava.

Luka também era um dos motivos que me impediam pois, sempre que eu tentava, ele vinha com a mesma história de que uma garota como eu jamais deveria ser vista com um garoto como ele. Eu achava tudo isso uma idiotice pois, ao meu ver, eu não era melhor do que ninguém dentro daquela escola. Eu só era...eu.

Desviei o olhar da janela ao voltar a realidade e, quando olhei novamente, percebi que ele parecia estar escrevendo algo e segundos depois mostrou para mim. Meu coração bateu mais forte com aquilo e eu acabei abrindo ainda mais o sorriso com a maneira como ele parecia se importar comigo, mesmo que de longe.

Peguei um papel e respondi-o, ainda sorridente e então recebi uma resposta junto de uma carinha super fofa dele. Após isso ele desviou o olhar novamente para as coisas dele e vi que deveria ter encerrado ali nossa "conversa". Suspirei, levantando e fechando as cortinas.

Eu estava cansada e precisava urgentemente de um banho relaxante e minha cama fofinha.

[...]

Após um banho quentinho, fui até a cozinha pegar um copo de leite morno junto a um prato com alguns biscoitos que meu pai havia feito naquele dia e então voltei para o quarto, pronta para ler um pouco do livro que estávamos lendo em literatura. Eu já estava quase no fim.

Coloquei meu lanchinho na mesa de cabeceira e me sentei na cama. Liguei o abajur para dar mais claridade e abri o livro na página que havia parado e passei a ler a partir do parágrafo que tinha pausado a leitura.

Li algumas páginas, intercalando minha atenção entre o livro e o lanche ao meu lado. Eu já estava daquela forma há algum tempo quando uma baixa música pôde ser escutada de algum lugar do lado de fora da casa. Franzi o cenho, estranhando aquele fato.

Já estava um pouco tarde para que alguém colocasse música alta, ainda mais no meio da semana quando muitas pessoas do bairro ou estudavam ou trabalhavam cedo. Movida pela curiosidade, larguei o livro tomando cuidado para não desmarcar a página em que havia parado e fui até a janela.

Puxei um pouco a cortina, o suficiente para que eu conseguisse enxergar algo e o que vi fez com que meu coração ficasse quentinho. Aquela cena era tão adorável que eu tive vontade de me juntar a ele.

Adrien dançava e cantava alegremente como se realmente estivesse em um show. A felicidade que ele estava era tão contagiante que me peguei sorrindo com aquilo. Ele parecia tão entregue a música. Ao seu próprio momento.

Permaneci ali, observando-o com um sorriso no rosto e uma vontade imensa de estar ali com ele, cantando e dançando junto. A maioria de meus amigos e, inclusive, meu namorado jamais fariam isso por acharem algo "cafona".

E, naquele momento, cafona era tudo que eu almejava ser se, no final, eu pudesse desfrutar ao menos metade daquela felicidade que ele parecia estar...

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