Cap 1

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(A fic será narrada por Harry e por Louis)

[...]

Harry.

Mordi meu lábio inferior enquanto olhava intensamente para o livro em minhas mãos e deixei um sorrisinho escapar. Essa história era muito boa. Todas as vezes que eu venho na escola, pego um livro na biblioteca para eu ler. Eu amo ler livros. Principalmente os românticos.

Senti minhas bochechas esquentarem quando li uma frase um tanto...erótica. Bom, não sou acostumado à ler esse tipo de coisas. Mas não esperava que esse livro teria essas frases. Mas não deixa de ser um ótimo livro com um ótimo conteúdo.

Direcionei o meu olhar até a porta assim que o sinal tocou mostrando que poderíamos ir para casa. Engoli o seco. Guardei o livro na estante que tinha alí em minha frente e coloquei a mochila em minhas costas antes de sair da biblioteca e encontrar todos os alunos no corredor.

Caminhei lentamente ao lado de fora encontrando o meu pai me esperando e senti meus olhos lacrimejarem.

___ Oi meu docinho. - meu pai fez um carinho em meu cabelo e deixou um beijo no topo da minha cabeça. - Como foram as aulas?

___ Normais como s-sempre. - ele sorriu enquanto abraçava a minha cintura forçando à deixar a minha cabeça encostada em seu peito.

___ Fiquei sabendo que você estava lendo livros eróticos. Sabe, a mulher que fica na biblioteca me contou. - arregalei os meus olhos e senti meu coração acelerar.

___ Papai... - ele levou sua mão até as minhas bochechas e apertou forte por alguns segundos antes de soltar para que as pessoas não vissem.

___ Shh. Quando chegarmos em casa, vamos conversar sobre isso. E você irá receber um ótimo castigo. Entendeu mocinho? - ele pergunta com uma certa raiva em sua voz.

___ S-sim senhor. - respondi sentindo as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas.

___ Muito bem. Bom, vamos para casa sim? Não vejo a hora de matar a minha saudade. - ele sussurrou em meu ouvido antes de entrarmos lentamente dentro do carro.

[...]

Meus olhos queimavam pela vontade imensa de chorar. De libertar aqueles lágrimas deixando escorerr livremente por minhas bochechas doloridas. Meu coração estava partido em mil pedacinhos. Sabe como se uma coisa especial tivesse sido arrancada de você? Bom, era assim que eu estava me sentindo agora.

Esse mundo inteiro é cheiro de magia. As pessoas praticam feitiços e magias todo tempo. E eu apenas fico admirando as pessoas fazerem isso. Eu tentei muitas vezes conjurar magias, práticas feitiços, mas nunca consegui. Então eu descobri que eu não tenha magia. Pelo menos eu acho.

Talvez eu esteja certo. Sabe, se você não sabe fazer magias e feitiços, é porque você não tem, certo?

Na escola de magia em que eu estudo, todos sabem fazer isso. Eles disseram que eu sou ridículo. Que não mereço estar nesse mundo repleto de magias se eu nem consigo fazer um feitiço pelo menos. Eles também disseram que eu sou defeituoso, e por isso que nunca conseguirei ter magia.

Talvez seja verdade mesmo.

Todas as manhãs, eu me olho no espelho e me acho feio. Eu me pergunto porque eu nasci assim. Feio e sem a única coisa que importa. Magia. Se eu tivesse magia talvez as pessoas gostassem de mim. Talvez eu teria amigos e talvez as pessoas não me machucassem nunca mais.

Apenas um conto de fadas. Um desejo que nunca irá ser realizado.

Meu irmão mais velho, Nick, tem uma máfia muito poderosa. Meus pais decidiram que ele estudaria fora para se tornar mais forte. Eu desejei sorte. Eles apenas disseram que eu era um bastardo. Que nunca deveria ter nascido. Um estorvo na vidas de todos eles. De todos nesse mundo inteiro.

Nunca irei fazer alguém feliz dessa forma. E nunca serei feliz também. Isso eu tenho certeza.

Abracei as minhas pernas sentindo as lágrimas pingarem em meus joelhos e deixei um soluço escapar. Minhas costas doem e o meu quadril também. Não sei o que fazer para diminuir a dor que eu estou sentindo agora.

Direcionei o meu olhar até a porta que se abriu brutalmente me deixando assustado e deixei um soluço alto escapar. Era o meu pai. Ele estava com o cinto em sua mão e apenas de cueca.

___ Papai. D-de novo não. P-por favor. Eu estou com d-dor. - as palavras saíam baixas e cortadas dos meus lábios trêmulos e machucados.

___ Relaxa. O papai vai fazer sua dor diminuir meu bem. - neguei lentamente assim que ele subiu em cima da cama e chorei alto quando ele deslizou sua mão até minha coxa.

Ele começou à fazer uma linha de beijos em meu pescoço enquanto apertava minha cintura esfregando sua ereção em minha perna. Ele tirou a minha cueca lentamente enquanto abaixava a sua, e logo passou a esfregar o seu membro em meu bumbum.

Com uma simples força e coragem que eu tive, empurrei o meu pai fazendo o mesmo cair da cama e bater a cabeça na janela.

Ele desmaiou.

Levantei da cama um pouco assustado e comecei à correr lentamente pela escada sentindo meu corpo doer. Corri o mais rápido que eu conseguia. Entrei em um beco que tinha alí e respirei fundo enquanto sentia um nó se formar em minha garganta.

Minha mãe sabia muito bem do que o meu pai fazia comigo. Eles diziam que era o meu castigo. Minha lição para eu aprender que nunca seria bom o suficiente. Que apenas deveria ser machucado fisicamente e psicologicamente também. Eu estou tão destruído por dentro e por fora.

Parece que vou morrer.

Meus ombros tinham um peso enorme de culpa por isso tudo. Talvez eu seja o culpado por ele estar fazendo isso comigo. Penso nisso desde que isso começou.

Sim. Não era a primeira vez.

Me lembro muito que a primeira vez, fora quando eu tinha oito anos. Achei que fosse alguma brincadeira legal. Mas quando eu senti a dor, soube que não era uma brincadeira divertido. Hoje, eu tenho dezesseis anos. Se passaram exatamente oito anos e nada mudou desde aquele dia.

Bom, talvez o único jeito de me libertar e de ser feliz, é ficar aqui nesse beco e esperar a minha morte chegar.

Spells [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora