Igor- Aquário

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Conseguir uma semana se folga, depois de ter trabalhando tanto conseguindo contrato com empresas enormes. Agora só tinha que fazer o projeto nessa semana, trabalhar em casa era uma maravilha.

— Pai, posso ir no cinema com o João? — Branca entrou no quarto assim que terminei o primeiro projeto.

— Tudo bem, quer que eu leve vocês? — chequei o horário. — Sua pai deve demorar.

— Não precisa não, o João vem me buscar. Pai... estar tudo bem?

— Sim... Tome cuidado e não chega tarde.

Passei a tarde assistindo programa na TV, não tinha cabeça para trabalhar e só queria descansar e ficar pensando no que poderia fazer. Com tédio fui andar ao redor da casa até me sentar na beira da piscina, a casa sem Zayn e Branca fica chata. Era assim que ele se sentia quando era eu que ficava preso no trabalho?

Voltei para dentro para terminar o que tinha que fazer. Cinco projetos para ficar pronto em uma semana, queria que a vida fosse como no colégio.

Olhei para o guarda roupa imaginado como estaria meu passado, tudo é tão confuso e agitado. Passei por uma montanha russa de emoções, viveria tudo de novo se soubesse que estaria aqui, feliz com uma família feita.

Abri procurando ela, estava exatamente aqui. Aonde Zayn enfiou essa jaqueta? Procurei na parte dele encontrando, ele tinha colocado junto com as roupas dele, sorrir e fui até o espelho para colocar. Estava tão boa que era como se nunca tivesse tirado do corpo, o couro preto com nome dos canibais atrás, tudo voltou tão forte, meu passado é triste. Não quero lembrar disso. Guardei e voltei para sala ouvindo a porta abrir com Branca chegando com sacola, trouxe comida para mim.

— Papai ainda não chegou?

— Não.

— Lembro de vocês brigando por isso, vocês não vão brigar agora, né? — Branca disse dando um soco no meu braço, ela tinha razão... mas faz tempo isso, como ela lembrava. — Seja o que for, o papai chega muito cansado em casa... Pega leve...

— Pode deixar meu amor... — sorrir.

— Convidei o João para dá uma volta no aquário que abriu aqui perto.

— Agora? Você acabou de chegar do cinema.

— Estou com saudades dele... vai pai, ele também quer ir...

— Posso ir?

— Vai ser legal, vou avisar a ele para nós encontrar lá.

Voltei para o quarto me arrumar para sair, fazia tempo que não saia ainda mais com Branca. Vesti algo que não fosse roupa social e dirigir até o local, Branca foi o caminho cantando uma música pop. Lembrava quando ela cantava música infantil quando era uma garotinha.

Saímos do carro encontrando João na porta, baguncei o cabelo dele abraçando ele pelo ombro entrando junto com os dois.

Andamos olhando tudo, Branca estava vendo os peixe, peguins e alguma espécie de tubarão. Deveria chamar Zayn para vim aqui? Ele gostaria, mas acho que ele não vai ter tempo para se divertir.

— Alguém quer pipoca? — João chegou com dois grandes baldes sorrindo. — Olha amor, seu pai ali.

Virei o rosto rápido no espanto na direção que apontou, Zayn estava ali conversando vestindo roupa de banho preta colada.

— Colada até demais!

Formos até ele para fazer uma surpresa até um homem surgir abraçando ele por trás apertando a cintura, muito mais forte que o necessário. Parei de andar e deixei Brancar ir junto com João, não queria chegar perto do homem que abraçou o meu, não estava gostando nem um pouco disso.

Ele ficou animado vendo Branca junto com João, se abraçaram e ele a levou até um lado do aquário cheio de peguins. Deixou Branca e veio até mim, precisava disfarçar minha cara antes dele chegar.

— Por que não me avisou que vinha? — esticou o braço para me abraçar retribuir o abraço calado colocando o cabelo dele molhando para trás tirando da testa. — Vou levar os meninos para ver os leões Marinho que vim? Por que você estar com essa cara? aconteceu algo?

Sim, aconteceu, estou puto de ciúmes! E com vontade de socar aquilo filho da puta!

— Não, nada. Vamos lá.

Dei a mão indo até o lugar ficando mais a afastado deixando eles se divertindo. Olhei o homem entrar novamente e descobri que ele era Pedro. O homem que estar trabalhando com ele.

Cruzei os braços vendo ele se aproximar abraçando todos, Zayn se virou para apontando para mim e ele acenou, não movi um músculo para retribuir. Maldito bastado.

Respirei fundo virando o rosto não gostando dele tocando no Zayn, por mais que eles trabalhem juntos não é tão necessário tantos abraços assim.

Esperamos Zayn terminar o trabalho, nadou com os peixes alimentou e finalizou mais coisas dentro de um escritório, junto com o bastado loiro.

Deixei o João na casa dele e voltamos, Branca logo saiu do carro e Zayn em seguida, continuei no carro para me acalmar. Deitei no volante respirando fundo ouvindo batidas no vidro do carro.

— O que estar acontecendo Igor? você ficou assim o dia todo.

— Só estou impaciente, não precisa se preocupar.

Abri o carro entrando junto com ele. Preciso me controlar antes que as coisas passem do limites. 

O fim de semana passou tão lento, e Zayn tão pouco ficava em casa, e quando estava ficava enfiado no escritório e passava o dia dormindo pelos cantos.

Uma vez encontrei cochilando na mesa, outra na sala tive que leva-lo para cama carregado. Ele deve estar fazendo o impossível naquele aquário, mas ele estar sozinho? Aquele imprestável fazia o quê?

Novamente já era fim de semana e Branca pediu para ficar com a avó, levei ela sexta depois do colégio me despedindo e prometendo buscar na segunda. Recebi uma mensagem do Zayn pedindo para ir buscar ele no aquário, tudo bem que ele não gostava de dirigir mas como que ele foi trabalhar hoje?

Esperei ele e estava conversando com o homem, buzinei impaciente nem querendo vir eles se abraçar. Zayn vinha correndo atrás ele o olhando sem tirar os olhos, agora entendo quando Zayn ficava com ciúmes de mim, esse cara é um maldito bastardo que vou abri a cabeça dele com meus pés. Que tipo de merda estou pensando?

— Estar com pressa? Precisava buzinar daquele jeito? — entrou batendo a porta forte, ótimo agora vamos discutir.

— Desculpe. — Não quero brigar com ele. — Como você veio trabalhar sem o carro?

— Recebi uma carona do Pedro, formos no centro da cidade fazer algo do trabalho.

— Você não podia ir no seu carro?

Ele ficou em silêncio olhando minha cara, o via mexer a boca tentando falar algo mas não saiu nada além de um suspiro, novamente pedir desculpa e ele olhou para fora do carro.

— Por que não pediu para ele te levar para casa? — Disse com deboche parando no sinal, vir ele sorrindo me olhando de lado.

— Nem comece pensar coisas. — Ele bateu na minha cabeça como se aquilo fosse tirar tudo que estava pensado. Em matar aquele escroto — Finalmente um final de semana para descansar, estou cansado de tudo! — Tirou o sinto indo para trás se deitado, avancei assim que o sinal abriu.

— Até de mim? — perguntei rindo sabendo da resposta, fofa e direta que sempre dizia.

— Também.

Não Zayn, não era essa resposta.

ENTRE DOIS CORAÇÕES  [ 2/2 ] *não revisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora