Eu sinto falta de ter uma boa noite no sono, ou ao menos justa. Desde aquela noite, eu não consigo dormir bem.
Consciência pesada ou vontade de cometer o pior erro novamente?
Toda vez que fecho meus olhos, eu me relembro de tudo que Jisoo me fez sentir. Ainda ouço a voz rouca e sedutora dela em meu ouvido. E o pior de tudo: eu não consigo me arrepender.
Se eu voltasse no tempo e me dessem a opção de escolher, eu ainda escolheria ficar com ela.
- Alguém já lhe disse que suas bochechas parecem bolinhos? - ela se senta na banqueta ao meu lado. Continuo olhando para meu drink, tentando acalmar minha irritação e apenas mostro a aliança dourada em meu dedo. - Bonito anel, mas com todo respeito, eu já vi melhores. Esse aí parece mais uma coleira.
Me viro para ela com uma sobrancelha arqueada e preciso me controlar para não deixar óbvio o quanto a achei linda. Ela tem algo nos olhos e em seu sorriso que te prendem, não há como desviar o olhar.
Ela tem o cabelo ruivo, liso, parece ser da minha altura e algo a mais que não sei o que é. A ruiva usa apenas uma blusa vermelho vinho, de manga comprida e detalhes brancos, com uma saia preta de cintura alta, acima dos joelhos. Meu olhar rapidamente percorre o corpo dela e tento voltar a me concentrar no meu drink.
É a primeira vez que sinto isso. É pior do que quando foi com minha esposa. É mais intenso e capaz de me tirar de órbita se eu permitir. Como eu sei disso? Não faço ideia. Eu apenas sei.
- Meu nome é Jisoo, a propósito. - ouço ela dizer depois de pedir um segundo drink ao barman. Respiro fundo, reunindo forças para despacha-lá. Quando me viro para ela, ela está com uma das sobrancelhas arqueada e a mão estendida em minha direção. O olhar dela é tão intenso, que não consigo desviar o olhar e evitar de pegar a mão dela, sentindo um choque gostoso percorrer meu corpo.
- Você não é daqui. - digo ao puxar minha mão.
- Senhorita? - ela tem um sorriso de lado fabuloso. Os lábios em formato de coração são algo que também não me ajudam a desviar o olhar.
- Pode me chamar de Jen. - meu olhar cai em seus lábios e me forço a desviar o olhar.
- Posso lhe pagar uma bebida?
- Algo me diz que mesmo se eu disser não, você vai continuar aqui, insistindo. - reviro os olhos e ela ri. Ela realmente gargalha ao me ouvir.
- Sempre tive uma queda por mulheres com olhos felinos e com humor ácido, picante. - ela sussurra próxima a mim e eu respiro fundo, ignorando a sensação que ela despertou.
- Você não é daqui.
- Na verdade, sim, eu desembarquei a pouco tempo. Eu deveria ter chegado amanhã, mas eu sabia que minha irmã e minha cunhada me ocupariam, então eu quis aproveitar um pouco antes de me encontrar com elas. - ela dá de ombros.
- De onde você veio? - céus, o que estou fazendo? Eu nunca me importei com a vida de ninguém, porque a vida dela está me deixando interessada e curiosa assim?
- Austrália. - ela dá de ombros - E você?
- Da minha casa. - finalmente me viro para olhar para ela.
- Quer dar o fora daqui? Está muito cheio, mandu.
- Mandu?
- Suas bochechas são fofas, eu gosto. - ela sorri mais largamente e eu reviro os olhos. - Ótimo, vamos. - ela pega minha mão e joga algumas notas sob o balcão do bar. E eu sou incapaz de me opor porque tudo parece tão certo.