Quem mandou você?

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Já havia conhecido tantos países ao longo dos anos, cada missão precisava ficar de dois a três meses em cada lugar, mas nada se comparava quando voltava aos Estados Unidos, mesmo que passasse seis meses numa cidade diferente, amava voltar à sua pátria. Estava tirando umas férias forçadas, Jace o obrigou, pois, se dependesse dele não precisava. Tinha acabado de voltar de uma missão na China, essa tinha levado mais tempo e desgastado toda a sua carga mental, contudo foi importante neutralizar um ataque a Cidade Imperial que pretendia criminalizar o seu país.

Era também o seu aniversário, pegou o notebook, digitou o acesso de segurança do pentágono, e localizou a página da irmã, e lá estava, Isabelle sempre deixava uma mensagem no seu perfil, "desejo-te a proteção dos anjos, meu amor, sinto a sua falta, sempre te amarei" era a legenda da foto dos seus ursos de pelúcia, Alec lembrava como se fosse hoje do dia que ganhou os bichinhos para os seus irmãos e também foi o dia que tomou a decisão de servir ao seu país.

A sua família, após o atentado a escola de Max, foram morar no Brasil com uma nova identidade, Robert, era promotor de justiça aposentado, atendia pelo nome de Rogério e Maryse com o nome de Renata, ainda atendia num escritório como advogada de pequenas causas, na cidade de Porto Alegre, e Isabelle, era uma modelo, usava o nome artístico, Angel.

Fazia cinco anos que estava como agente especial, Jace havia sido promovido a Subsecretário da Segurança Nacional no lugar do seu tio que se aposentou. E cada vez exigia de Alec mais comprometimento com as missões, em cinco anos, o agente passou por muita coisa, tramas contra o governo, pessoas que se aproximavam para o investigar, Alec tornou-se um homem perigoso para os planos de muitos inimigos da nação, como também um alvo. Então de tempos em tempos Jace o mandava descansar e era também uma forma de protegê-lo.

Geralmente ficava numa praia isolada, porém dessa vez foi enviado a Toronto, no Canadá, e pensou em visitar alguns pontos turísticos entre eles o Museu de Ontário e o Estádio de Hóquei no gelo, mas o que ele faria durante a noite? Já havia feito a segurança do lugar, pesquisado sobre os seus "vizinhos" Temporários.

Recebeu uma mensagem de Jace. "Vá beijar na boca, aproveite. Tem uma boate a 2 km daí". Sorriu, Jace trouxe um conforto para o seu coração, era como se preenchesse a falta que sentia de um irmão. Decidiu ir na tal boate, colocou a sua calça preta, uma pequena faca por dentro do coturno sabia que não poderia andar armado, porém nunca andava desprevenido, uma blusa preta e uma jaqueta de couro da mesma cor.

Chegou a entrada, parecia um clube bem visitado, Alicante'Dance, entrou e foi até o bar, pediu uma água tônica, sentiu uma mulher se aproximar, continuou fingindo não perceber, ela chamou o barman e pediu uma dose de whisky. — Posso pagar-te uma bebida? — conhecia aquele tom de voz, olhou para uma negra, cabelos encaracolados, lábios volumosos e um sorriso largo, muito bonita.

— Não estou interessado. — viu a mulher sair murmurando que ele só podia ser gay, e ela não poderia estar mais certa, uma das primeiras lições que aprendeu, ninguém deveria saber das suas preferências, pois poderiam ser uma arma fácil, já tinham tentando usar essa tática para o seduzir, enviaram homens, mulheres e até adolescentes como se ele fosse algum pedófilo doente. Só que, com anos de prática logo identificava.

Virou-se para a pista de dança, os seus olhares buscando as áreas de saída caso precisasse, sentiu uma mão atrevida no seu ombro. — O que um deus grego faz sozinho aqui? — respirou fundo, tinha visto o loiro, alto assim que entrou, estava esperando o momento que ele iria o abordar.

— Tentando continuar sozinho. — a sua voz era fria, o seu olhar cortante, sempre assustava qualquer ser humano racional, logo o homem saiu. Estava ouvindo as músicas, gostava de ir a esses lugares para testar os seus instintos e percepções.

O preço do amanhã (Shortfic Malec) Onde histórias criam vida. Descubra agora