Convites

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O vampiro centenário se aproximava da grande casa com calma, sabia que a pessoa que procurava estaria lá, afinal velhos hábitos nunca mudam. Aquela não é apenas uma grande casa e sim a maior casa de Belgrado para falar a verdade. A casa do prefeito Hiruzen Sarutobi. Segundo a população, ele é o melhor prefeito que aquela cidade já teve, mas para o vampiro, ele era o pior de todos. Se soubessem de tudo o que ele já fez e ainda faz, mudariam de ideia. Ou talvez não, era capaz de pensar que foi tudo pelo bem na cidade quando a realidade era tudo por seu próprio interesse, para aumentar a sua ganância e riqueza. Isso era o que importava para o velho do cachimbo.

A residência tinha formato retangular e três pisos. O primeiro e o segundo piso eram dos familiares. No quarto principal, que pertencia ao prefeito, tinha uma grande cama de casal com dossel de madeira rústica, um guarda-roupa, uma escrivaninha com diversas gavetas e um banheiro. O piso alinhado era todo feito de madeira clara e proporciona uma visão geral da rua com uma sacada de tamanho considerável aconchegante com duas poltronas e uma mesa pequena

O prefeito de Belgrado estava sentado em uma das poltronas na sacada, fumando seu inseparável cachimbo quando sentiu um vento gelado passar por si e em seguida uma presença ameaçadora atrás de si. Sabia quem era, por isso nem se virou, apesar de estar surpreso com a visita inesperada naquela hora da noite.

— Quanto tempo, Hatake. Ao que devo a honra da sua visita? — Questionou Sarutobi com uma educação forçada, pois imaginava o motivo da aparição de Kakashi, mas queria ouvir da boca do upir.

Sabe porque vim. Falsa educação e modéstia não faz o seu estilo, senhor Hiruzen — o Hatake afirmou com desdém.

— Você nunca veio atrás de informações sobre seus alvos, nunca se interessou por isso, em saber se mereciam ou não morrer. Por que isso agora? — Hiruzen perguntou na tentativa de obter alguma coisa do vampiro, pois sabia a resposta para sua pergunta.

— Não vim para saber porque o Rasa merece morrer, eu sei os motivos, da mesma maneira que sabia dos outros, nunca matei alguém que não merecesse morrer. Não vim falar dele ou de qualquer outro, vim falar sobre o médico, Iruka Umino — Kakashi falou calmamente.

Hiruzen continuava a observar a rua e o céu estrelado, com a lua brilhando em seu esplendor, deixando uma noite linda e aconchegante para quem tirava um tempo para apreciá-la. Não olhava para onde Kakashi estava, sabia das suas habilidades e não estava a fim de se tornar uma marionete nas mãos do vampiro.

— O que tem o nosso querido médico? — a voz do Sarutobi transbordava maldade, tirando a pouca paciência que o platinado tinha.

— Não se faça de desentendido, Sarutobi. O que foi aquela ameaça na carta?

— Não foi ameaça, foi um aviso. Recebi uma carta de Londres querendo saber se já havia dado um fim a ele. Por isso que ele foi mandado para cá. Infelizmente eu não consegui entrar em contato com você antes de o conhecer, pois recém tinha se livrado do Mizuki e demoraria até sentir necessidade de se alimentar novamente. Mas já passou quase um mês do período de alimentação, não é? Deve estar começando a sentir os efeitos da falta de sangue, por isso te mandei o Rasa ao invés de exigir que desse fim ao nosso amado doutor — Hiruzen declarou como se não fosse nada e deu uma tragada em seu cachimbo, pensando que Kakashi sairia dali, mas o que aconteceu, fez o sangue do prefeito congelar.

O upir se aproximou do velho, que ficou paralisado de medo, principalmente quando sentiu o outro sussurrar em seu ouvido.

— Vou te falar apenas uma vez. Não farei mal algum para Iruka. Você vai mandar uma carta a Londres dizendo que o serviço não foi feito e nem será. Se estiver preocupado com sua recompensa, eu lhe dou o valor correspondente, não há nenhum problema. E se pensar em tirar um fio de cabelo dele do lugar, tirarei a sua cabeça de cima do seu pescoço — ameaçou o platinado sumindo em seguida, pelo menos foi o que o velho Sarutobi pensou.

1732 - O Ano do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora