Memória Fresca (Parte 2)

1.3K 99 37
                                    

Versão 2021

Capítulo 2: Memória Fresca (Parte 2)

Jungkook POV~

Como se eu já não achasse que eu poderia ficar pior, eu acordei.

Aos meus vinte e três anos, não tenho mais paciência para acordar e ter que encarar bajuladores baratos e empregados incompetentes.

Hoje, dia vinte e três de junho, me fazia mais desanimado ainda. Sério que eu ainda teria que ir para a festa de amanhã? Pensei que estivesse bem claro que não vou de bom grado. Geralmente, no dia anterior a comemoração, os alfaiates costumam dar os toques finais nas nossas roupas para a ocasião. Mas esse ano em específico, foi adiantado. Neste momento, sentado em minha cama, com os cabelos desgrenhados consigo ver o terno de alta costura preto completo, mais a blusa social também preta e o sapato — pasmem —preto também. Todos impecáveis, feitos sob medida e já finalizados em meu closet aberto. Já espadados para a noite de amanhã. Não que eu estivesse animado, mas nunca me permitiria sair deste quarto para um evento público sem estar perfeito.

Não sei o real motivo do adiantamento dos preparativos, mas sei que tem algo a ver com a reunião que meu pai marcou para hoje. Ele não me contou do que se tratava, mas sei que tem algo a ver com Jihyun. É isso é fácil de deduzir, já que o velho nunca fala sozinho comigo. E quando, de vez em nunca ele o faz, falamos sobre meu noivado.

O que eu penso sobre isso? O que eu posso fazer, afinal? Um dia tenho certeza de que quem vai pular do barco primeiro será a Lee. Não preciso de uma ômega como ela, farei questão de que ela saia da minha vida por vontade própria.

Jimin... Tudo se resume a ele.

Eu ainda acredito que ele esteja vivo, em algum lugar... Que ele tenha escapado daquele incêndio, e que esteja vindo até mim. Eu sinto isso. Meu lobo ainda sente seu calor. Não é forte, mas sente. E por incrível que pareça, hoje parece sentir mais.

Se eu tivesse o marcado...

Eu sempre fui uma criança descontrolada. Agitado. Depois do vinte e quatro de junho, há quatorze anos dizem meus pais que nunca mais fui o mesmo, mas que sempre fui descontrolado. Hoje em dia, tento me controlar. Eu tento e consigo. Mas quem me garante que não teria sido melhor se eu o tivesse marcado?

Tudo bem que me arrependo de algumas coisas. E com certeza reconheço o descontrole. Porém, jamais deixei de pensar.

Olhei para a porta da minha sacada, vendo a beta que dormiu comigo ontem. Ela estava fumando encostada na parede, era filha de algum nobre que estava hospedado no palácio. Resmunguei baixo, pensei que já fosse claro para os meus amantes que eu não os quero ver pela manhã.

Poxa, o palácio é literalmente uma vila de nobres imensa, uma fortaleza. Ela só tinha a minha sacada para ir fumar?!

– Saia daqui antes que eu perca a paciência. – Falei calmo, um pouco rouco por ter acabado de acordar. A mulher não tão baixa me fitou de olhos arregalados, e mesmo confusa, saindo enrolada em um robe.

[...]

Estávamos eu e meu pai no escritório dele. Eram quase nove da manhã.

Eu estava eufórico. Não sei explicar, mas tenho vontade de correr pelos domínios da propriedade umas cem vezes. Mal tomei meu desjejum, não faz sentido eu ter tanta energia assim. Se algum dia acordei tonto, não me lembro.

Talvez seja o prosecco o qual eu e meu pai nos servimos no momento. Não era um hábito meu, mas seria mal educado recusar bebida de alguém mais velho. Pouco me importo, mas não tenho saco para aguentar o velho reclamando de mim logo pela manhã. Observo que ele está mais tenso que o normal.

Obsession, The Amethyst Ring - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora