Capítulo 3: O plano a se realizar.

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— O que você planeja fazer, Sam? Matar Crowley não é fácil — disse Dean, sentando-se na cadeira mais próxima e colocando os pés em cima da mesa.

— Nós não estaremos sozinhos, teremos Gabe do nosso lado.

— É, você pode estar certo, mas quantas vezes já tentamos matar Crowley? Foram muitas e nunca conseguimos; ele é um verme difícil de ser morto — disse Dean, andando de um lado para o outro do bunker; seu nervosismo era visível para qualquer um.

— Mas não é impossível; eu sou um arcanjo e consigo lidar facilmente com cerca de 60 demônios — disse Gabriel, se colocando ao lado de Sam. — Se for preciso, posso aniquilar Crowley.

— E o que isso significa? Não importa quantos demônios você consiga matar, Crowley está com Castiel de refém. Se não tomarmos cuidado, Cass pode acabar se ferindo — disse Dean, levando os olhos até o arcanjo; havia medo e raiva transbordando de seus olhos. — Conseguiria matar Crowley e seus demônios antes de alguns deles matarem Cass? — perguntou Dean, aproximando-se do arcanjo; seus passos eram pesados e seu corpo estava rígido, sua paciência estava sendo lentamente drenada; ele já estava ficando sem paciência.

— Castiel ficará bem, mas nós temos que cuidar; faltam apenas sete horas — diz Sam, sorrindo e tentando passar confiança para seu irmão. — Vamos nos preparar para essa batalha; não deixaremos Crowley sair dessa vivo — Sam se afasta dos rapazes e leva seu olhar para Dean. — Vou fazer balas com cilada do diabo, e vocês vão arrumar o resto do equipamento.

— Como quiser, Sammy, mas seja rápido; não podemos perder tempo — disse Dean, levantando-se da cadeira e segurando Gabriel pela gola da camisa. — Vamos logo, anão.

— Me solta, seu filho da puta! — diz Gabriel, soltando-se de Dean com irritação. — Vamos logo resolver isso; quero ficar o menos possível do seu lado — Gabriel segue Dean e, antes de perder Sam de vista, soltando um beijo em sua direção.

Sam iniciou seu trabalho árduo, desenhando ciladas nas balas com cuidado e as colocando em fileira. Dean e Gabriel se encontraram no depósito, arrumando as coisas para a missão, pegando tudo que achassem necessário.

— Quando você e meu irmão vão se assumir? — perguntou Dean, colocando uma metralhadora dentro do Impala.

— Como assim? — questionou Gabriel, enquanto colocava as balas dentro dos cartuchos.

— Sempre soube que você era um imbecil — diz Dean com sarcasmo. — Vamos lá, tem momentos que vocês só faltam se comer; é muito desconfortável... — um riso escapa de seus lábios avermelhados.

— E quando você vai falar o que Castiel realmente é para você? — perguntou Gabriel, percebendo o rosto de Dean fechar e soltando um sorriso maldoso. — Você sabe que eu sou um anjo, tipo, eu posso ler a sua mente, e a única coisa que eu vejo nessa sua cabecinha vazia é o quanto você gosta desse tal de Castiel; então por que você sempre fala que não são nada?

— Isso não é da sua conta, e na verdade não era para você estar bisbilhotando a mente dos outros — disse Dean, andando em direção a Gabriel. — Eu já terminei aqui; então, se eu fosse você, cuidaria logo do seu trabalho — Dean termina de falar e segue em direção à porta do depósito.

— Quem diria que quem conquistaria seu coração seria um homem — disse Gabriel, portando uma expressão leve, quase como se as falas ríspidas de Dean não perturbassem sua tranquilidade.

Dean rapidamente saiu do depósito, completamente confuso; ele queria tanto dizer que amava Cass, mas isso era tão difícil. O mais velho dos Winchester sabia que seu irmão iria apoiar completamente seus sentimentos, mas isso não diminuía o quanto ele estranhava o fato de sequer falar sobre o que ele e Cass eram.

Dean se sentia confuso, no entanto, algo em sua mente dizia que não poderia continuar se afundando em mentiras e enganações. Dean sabia que naquele momento a honestidade era sua única aliada. O loiro andou até onde Sam estava e o viu focado em desenhar as ciladas. Havia dezenas de balas acima da mesa.

Dean foi em direção à cozinha e, com duas cervejas em mãos, se aproximou a passos lentos de Sam. Quando Sam percebeu a aproximação do irmão, recebeu com um leve sorriso.

— Bebendo em uma situação dessas? — perguntou Sam, enquanto se alongava.

— Você mesmo disse que eu tinha que me acalmar... — disse Dean, se aproximando do irmão e dando a cerveja para ele. — Eu quero te falar algo...

Dean se sentou em uma cadeira que ficava ao lado do seu irmão e continuou:
— Eu... e o Cass... estávamos tendo algo a mais do que só amizade.

— É... eu percebi... sem querer ofender, mas você deixou bem óbvio, e aquela carta que o Crowley deixou era bem explícita... — diz Sam, abrindo a cerveja e dando um grande gole. — A quanto tempo vocês estão juntos? Assim, se vocês realmente estão juntos.

— Nós nos conhecemos há 7 anos... era um caso de um fantasma, você não estava comigo... — quando terminou de falar, tomou um gole e continuou — O fantasma era bem velho e a única forma de saber sua identidade era usando os documentos da igreja. Por algum motivo, a capela da região era responsável por guardar alguns bens e documentos do século XVII. É óbvio que não tinha acesso. — Dean solta um suspiro — Uma noite, tentei roubar eles e acabei me deparando com o Castiel só de cueca... devia dizer que, para um padre, seu corpo era o próprio reflexo do pecado. Claro que ele ameaçou ligar para a polícia, mas acabei o convencendo a me ajudar. Demorou, mas consegui, e depois de um tempo... eu percebi que já estava apaixonado por aqueles olhos azuis.

Dean acabou olhando para o rosto de Sam e percebeu que o mesmo olhava para ele com doçura. Dean não sabia por que estava com tanto medo de falar isso para o irmão. Na verdade, ele nem sabia como tirou coragem para ser sincero com Sam.

Enquanto observava o sorriso acolhedor de seu irmão, as falas do arcanjo nanico ecoavam em sua mente... Dean realmente deveria ter falado logo para Sam.

O tempo estava acabando; para ser exato, haviam apenas duas horas no relógio. No decorrer do tempo, Castiel foi alvo da luxúria dos dois demônios. Crowley feriu não apenas seu corpo, mas também sua mente. Os toques invasivos, as sessões de tortura intermináveis, tudo aquilo desgastava a alma do santo.

Castiel sentia tanta dor que suas lágrimas pareciam presas dentro de si. Crowley ostentava um sorriso imoral enquanto aproximava a lâmina prateada do abdômen do padre. Belial, por outro lado, retirava lentamente as unhas das mãos do homem. Ouvir os gritos de agonia e desespero relaxava os nervos do demônio.

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Enquanto o rei do inferno e seu comandante se divertiam com o homem, seus servos se responsabilizavam por toda a defesa. Demônios diversos trabalhavam em equipe para desenhar sigilos enoquianos e preparar as armas contra os caçadores.

No bunker, os Winchester e o arcanjo discutiam os últimos detalhes do plano. Havia apenas uma coisa que aqueles três desejavam: a cabeça do rei do inferno.

Padre (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora