Capítulo 4: Matem o diabo

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Dor, repulsa, vergonha e principalmente medo era o que Castiel sentia, ele não conseguia mais se manter em pé. Se não fossem as correntes em suas mãos estaria estirado no chão, seu corpo estava cheio de cortes, suas unhas arrancadas e sangue escorria de sua boca.

Os hematomas que foram adquiridos nas últimas horas preenchiam seu corpo de dor, mas além de toda aquela dor o cheiro de sêmen em seu corpo o enjoava, se ele pudesse arrancaria sua pele com as próprias unhas, só para se livrar daquele odor.

Castiel não tinha mais forças nem para chorar, a única coisa que ele conseguia fazer era clamar por seu Deus, Cass pedia para que o senhor protegesse Dean e o mantivesse seguro, para que ele passasse por aquele galpão e o resgatasse tomando-o em seus braços.

— Pequeno anjo — diz Crowley se aproximando do corpo de Castiel — O seu salvador está demorando, não é? Será que ele se esqueceu de você? Se isso tiver ocorrido não precisa se preocupar, você é tão sedutor que posso te manter um tempo a mais vivo, para nos divertirmos.

Cass estava fraco e incapaz de levantar sequer a cabeça para encarar aquele demônio, mas ele não se renderia, ele sabia que Dean iria salvá-lo, pelo menos ele esperava. Dean sempre disse que ele era apenas um caso, só um buraco onde ele gostava de se enfiar, mas o padre gostava de imaginar que Dean não o deixaria morrer, afinal, Castiel nunca conheceu um homem que tivesse tanta compaixão, alguém que sacrificava sua própria vida para salvar a dos outros, alguém que ele amasse tanto.

— Não vai me responder anjo? — pergunta Crowley com um sorriso sarcástico, o demônio adentra um de seus dedos em um corte profundo no peitoral de Cass, ele sente seu membro endurecer ao ouvir os gritos do homem — Seus gritos são tão excitantes pequeno Cass.

— Vai pro inferno... seu demônio — diz Castiel entre gritos de pura agonia.

— Eu já vim de lá anjinho.

Os Winchester tinham terminado de arrumar as coisas, então se dirigem até a saída do Bunker olhando para o arcanjo que os seguia.

— Gabe, vamos pegar o Impala e nos afastar do bunker. De acordo com o Crowley, um de seus demônios deve aparecer e nos indicar a localização, então acho bom você ficar nos observando de longe, entende? — diz Sam olhando nos olhos do anjo.

— Entendi, vai ser melhor assim mesmo — Gabe não fala mais nada e bate suas asas, saindo de dentro do bunker.

— Acho que ele ficou triste em não poder ficar perto de você — a voz de Dean sai preenchida de um humor forçado.

O nervosismo de Dean era evidente, seu corpo parecia tremer de ansiedade e medo. Enquanto sai do interior do bunker, seus olhos se fixam no céu. O mais velho dos Winchester observa enquanto o sol da manhã ilumina a superfície.

— Está delirando, Dean — fala Sam, seguindo o irmão e trancando o bunker.

Dean e Samuel entram no automóvel e em um silêncio desconfortável seguem para longe do bunker. Durante a curta viagem, Dean pensa novamente em Castiel, ele se lembra de sua segunda viagem para Nova Jersey, ele havia chegado poucos dias antes da Páscoa e se lembra do sorriso caloroso que recebeu de Castiel.

O padre estava focado em organizar a igreja para a missa e tentando preparar a caça aos ovos que as crianças tanto amavam. Para Dean, ver aquele homem bondoso, e que só pensava na comunidade, trabalhando e contente com seu trabalho era a coisa mais emocionante.

Ele se lembra de beijar Castiel com tanto vigor e desejo que parecia que o mundo iria desabar se ele por um momento sequer desgrudasse seus lábios dos do moreno.

— Dean, PARA! — Sam exclama em desespero.

O loiro imediatamente freia o carro com tudo, seu corpo é rapidamente lançado para frente, mas o cinto de segurança o impede de atravessar a janela. Dean leva seu olhar para a rua e vê em frente ao Impala uma mulher de olhos negros aparecer, ela usava um terno que parecia ser bem caro e encarava os Winchester com nojo.

Padre (Destiel)Onde histórias criam vida. Descubra agora