1-Sem chão

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Oi, meu nome é Selina e venho aqui contar um pouco da minha história, e quem sabe ajudar alguém que talvez tenha passado ou esteja passando pelo mesmo.

Bem vou começar dizendo que esta história não tem pontos bonitinhos e talvez a linguagem utilizada possa parecer um pouco chocante para alguns, sim irei contar tudo o mais explicitamente que conseguir.

Vou começar contando um pouco sobre minhas origens, nasci em uma família tradicional, filha única, minha mãe teve bastante dificuldade de engravidar e quando eu nasci ela se tornou superprotetora.

Me lembro que quando era criança o meu pai me dava mais liberdade, porém quando cheguei a adolescência, ele ficou pior que minha mãe, eu era proibida de sair e de ter amigos, ele sempre dizia que eu era pura e que esses adolescentes de hoje em dia tinham muita maldade que iriam me corromper.

Falar sobre sexualidade era tabu dentro de casa, e eu era uma adolescente, sabe, via as minhas colegas da escola com namoradinhos e queria saber como era ter um.

Apesar de ser proibida de ter amigos eu acabei ficando amiga de Paty, nós éramos completamente diferentes, ela era dois anos mais velha, estudava na minha sala porque já tinha repetido de ano, já tinha tido "namoradinhos", sim no plural, todos mais velhos, e já não era mais virgem.

Paty sempre me contava sobre suas experiências sexuais, e eu como não ouvia sobre sexo em casa ficava fascinada, me contava das posições, do tamanho dos pênis, sexo oral e anal, ela não tinha nenhuma vergonha e sempre me contava orgulhosa de como gozava e fazia gozar. Confesso que sentia um pouco de inveja, queria ser como ela.

Talvez no começo da descrição sobre os meus pais eles poderiam parecer mals, mas não eram de todo, a minha mãe fazia tudo por mim, me acordava pela manhã com café na cama, nunca me deixou lavar uma louça nem sequer minhas calcinhas, eu era super mimada.

Meu pai me dava tudo que eu pedia, se eu queria um videogame ele me dava, celulares, livros e computador, claro que tudo muito bem monitorado pelo próprio.

A superproteção me fazia não ter muitas preocupações sobre meu futuro, meus pais sempre estariam ali, sempre me ajudariam e me protegeriam, bem era isso o que eu pensava até que aconteceu algo que mudou tudo...

Aos meus dezessete anos, eu já estava quase para terminar o ensino médio, Paty e eu tinhamos combinado de estudarmos na mesma faculdade de administração.  Faltavam uns seis meses para que eu completasse dezoito anos e Paty já tinha vinte, estava feliz pois acreditava que após me formar e me tornar maior de idade poderia me libertar do controle dos meus pais.

Paty me dizia que com a maior idade poderíamos sair juntas e me apresentaria garotos bonitos, que eu iria gostar.

Em uma noite de sábado, meus pais tiveram que sair, minha mãe começou a se sentir mal, ela disse que não era nada demais, mas o meu pai, que era superprotetor com minha mãe também, resolveu levá-la ao hospital.

Fiquei sozinha em casa e resolvi ligar para Paty, ficamos horas conversando, queria saber sobre o último encontro com um boyzinho que ela estava afim, ela disse me que não tinha rolado, pois ele lhe deu um bolo, e para se vingar ligou para um homem mais velho, que era uma especie de sugar daddy, ele lhe dava presentinhos e em troca eles tinham relações sexuais. Ela dizia que era muito mais vantajoso ficar com alguém, que mesmo que vc não sentisse atração, lhe recompensava com dinheiro e presentes.

Ficamos conversando até tarde, fiquei com sono e fui dormir.

Acordei com o telefone de casa tocando, fiquei na cama esperando que meus pais atendessem, mas ninguém atendeu, acabei me levantando e indo atender:

_ Alô?_ disse com a voz meio sonolenta.

_ Selina! Que bom que atendeu sou eu sua tia Elvira!_ suestava desesperada. _ Estão todos te procurando, e você não atende ao telefone.

_ Tia, o que aconteceu?! _ Perguntei preocupada com o que poderia ter acontecido.

_ Selina, os seus pais Selina... _ Disse com a voz chorosa.

_ O que aconteceu, Tia? Por favor, me diga! _ Nesse momento meu coração batia forte, minha mão suava, não conseguia acreditar que poderia ter acontecido alguma coisa grave com os meus pais.

_ Ah, minha filha, infelizmente aconteceu o pior... _ pausou tentando controlar o choro _ Eles estavam passando por um cruzamento quando um motorista bêbado bateu na lateral do carro e... _ nesse momento fez uma pausa e começou a chorar copiosamente _ Eles não sobreviveram minha filha!

Fiquei sem reação, deixei cair o telefone, não deveria ser verdade, não deveria! Sentei ao chão e abracei meus joelhos, foi a pior dor que já senti na minha vida, na minha mente só passavam pensamentos como:

"E agora o que seria de mim? O que eu vou fazer da minha vida? Como vou sobreviver sem meus pais?"

Eu estava sem chão...

Seduzida pelo Sr Stein Onde histórias criam vida. Descubra agora