9-Não estou aqui para entretê-lo

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Quando eu e Paty chegamos em casa depois da faculdade, pois estávamos estudando após o término do expediente do trabalho, ela insistiu que eu lhe contasse tudo, me recusei de início pois estava com medo da cláusula de confidencialidade, mas acabei me rendendo, confiava em Paty e sabia que não contaria o que eu lhe dissesse. Ela ficou boba e me alertou:

_ Amiga, isso não parece ser um pouco perigoso? O Sr Fred está parecendo o Sr Grey de cinquenta tons, só que ele te fez assinar o contrato e não te comeu, ainda...

_ Não é pra tanto, li direitinho aquele contrato, e não tinha nada sobre BDSM, apesar de que deixava em aberto quando mencionava que ele poderia dizer como me comportar, o que vestir e poderia solicitar a minha presença sempre que quisesse! E sem contar a confidencialidade, isso foi o que mais me assustou, o que poderia acontecer que eu não poderia contar a ninguém, podendo ser processada e talvez até presa por causa disso?

_ Nós sabemos bem o que você não deve contar, não é? Tome cuidado e não se apaixone por ele, não quero te ver sofrendo igual sofreu por Juan, o Sr Fred é casado, como bem sabe, e dificilmente ele vai querer algo sério com você!

_ Amiga eu agradeço a preocupação, mas nunca me apaixonaria pelo Sr Fred, é todo sério e mandão, me sinto intimidada quando ele me olha, dá vontade até de sair correndo de perto dele!

_ Esse é o problema, você achou alguém que te provoca adrenalina, e adrenalina vicia, sabia?

_ Ah mas não vai rolar, eu quero alguém que seja doce e romântico, e não alguém que acha que é meu dono, só vou ficar fazendo o jogo dele por um tempo, aprender tudo que possa aprender e na primeira oportunidade cair fora!

_ Sabe que te apoio em tudo que decidir, e se precisar de ajuda manda um "help", não importando essa confidencialidade aí, se for pra ser presa iremos as duas juntas!

Abracei Paty, ela era demais!

O tempo foi passando e fui me adaptando ao meu novo trabalho, no início foi bem difícil já que a Senhora Jamile, a secretária do Sr Fred, não gostava muito de mim, sempre me olhava de cima a baixo, e quando o Sr Fred me chamava para as nossas "reuniões", ficava sempre com aquela "cara de comeu e não gostou", ela era uma senhora que já passava dos sessenta anos, pré histórica na empresa, sempre me dizia amargurada que nunca precisou de assistente e que agora não seria hora que precisaria, porém mesmo dizendo isso me enchia de trabalho e praticamente não fazia mais nada, eu tinha que atender ao telefone, organizar a agenda do Sr Fred, marcar as reuniões, servir e fazer o cafezinho, e essa última coisa rendeu até um episódio interessante, já que sou uma negação até para cozinhar um ovo, imagina fazer um café?

Bem teve um dia em que o Sr Fred me chamou, ele nunca usava o ramal, sempre aparecia à porta de sua sala do nada e me olhava, bem sério, e eu já sabia que tinha que comparecer a sua sala, acho que ele gostava de ver a minha expressão de susto toda vez que ele fazia isso. Chegando a sua sala pediu que fizesse um café para ele, fiquei desesperada pois não sabia, mas imaginei que aquela cafeteira fizesse tudo sozinha, mas não fazia, fiquei ali um tempo quebrando cabeça em como usar aquilo, e enquanto isso Fred só me olhava, até que se levantou e me disse que se eu não sei alguma coisa teria de avisar, e por incrível que pareça ele sabia mexer naquele monstro, e por mais incrível ainda ele me mostrou passo a passo em como fazer o café do jeito que ele gostava, e por alguns segundos achei o Sr Fred um homem gentil, mas foi só por alguns segundos mesmo, porque logo ele já disse secamente, que essa seria a única vez que faria aquilo e que esperava que não precisasse me ensinar mais, pois ali ele era o meu chefe e não meu professor, gostava de reforçar sempre quem era o chefe. Tentei guardar todos os passos que me ensinou e ainda procurei na internet alguns vídeos para não errar ao fazer o café.

Seduzida pelo Sr Stein Onde histórias criam vida. Descubra agora