Carta 1

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Querida Sara, Londres, 28 de Janeiro de 1920


Escrevo-te porque o teu irmão passou pela minha unidade e contou-me a tua situação.

Existem duas maneiras de viver a vida: como uma aventura arrojada, ou de uma forma constante como o riacho.

Acho que um dos maiores erros que alguém pode cometer é renunciar à aventura arrojada em prole de qualquer outra coisa.

Ao ler esta carta talvez te identifiques com algum momento da tua vida.

Todos temos esse momento chave em que podemos escolher.

As aventuras arrojadas podem ser tão diferentes como as pessoas. Um amor impossível e transtornado como uma rosa com mais espinhos do que pétalas, mas mesmo assim com uma cor tão sublime... que simplesmente vale a pena. Pode também ser uma viagem, saíres da tua zona de conforto; da tua praia e aventurares-te na selva. Ou até desafiar culturas e mentalidades, quebrar barreiras e contrariar as pessoas que nos são mais próximas.

Como teu amigo, peço-te, não sigas o riacho, não escolhas o constante em vez da mudança, larga a aldeia e aventura-te na cidade.

Larga as saias, põe as calças e faz-te à vida!

Com saudades,

André

S.B.F.F.

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