Por Jimin
À medida que o mundo girava em seu ritmo cotidiano, o meu parecia se desfazer a cada memória, cada lembrança, cada palavra pronunciada por Jungkook.
O amargor da melancolia se misturava com os resquícios do amor que eu pensava ter superado, um amor que foi traído no dia mais importante da minha vida.
Quando Jungkook se abriu, sua confissão trouxe consigo o peso de um passado que eu tanto queria esquecer.
"Estou honrado", eu poderia dizer sarcasticamente, afinal sempre usei o sarcasmo para me proteger do mundo, usaria ele na tentativa de esconder o furacão que se formava em meu peito.
A ironia era que eu estava mergulhado em dúvidas, mas ao mesmo tempo, eu sabia que fugir era a única saída.
A idea de desaparecer, de tirar um tempo, soava cada vez mais tentadora. Mas, fugir de Jungkook? Seria possível?
Eu queria acreditar que sim, mas uma parte de mim, aquela parte que se agarrava à melancolia e à esperança de um amor antigo, dizia o contrário.
Lisa sempre foi perspicaz, percebendo o que eu escondia mesmo quando eu tentava enterrar. Eu temia que ela visse a dor nos meus olhos, a tristeza que eu sentia quando me lembrava do amor que um dia foi tão puro e verdadeiro.
Mas ainda sim teria que falar com ela...afinal algum idiota furou o pneu do meu carro, então precisaria dela para me dar carona.
Mandei uma mensagem pedindo para que ela me buscasse aqui e avisei que depois explicaria tudo.
Acordei no dia seguinte com uma buzina de carro, era estranho afinal Lisa tinha uma cópia da chave aqui de casa, talvez ela tenha perdido, o que não seria nenhuma supresa.
Mas a surpresa foi de encontrar Jungkook na porta da minha casa, sua figura familiar e ainda assim tão distante, fez me coração acelerar de uma forma que eu não sentia há muito tempo. Seu sorriso, aquele que sempre me fazia sorrir, agora era uma lâmina afiada. A proximidade dele, o aroma, tudo parecia um deja vu doloroso.
Lá estava Jungkook sorrindo de maneira que seus dentes frente ficassem parecendo de coelho
-Bom dia Jimin- falou ainda com aquele sorriso- trouxe o café
-O que faz aqui?- questionei parado na porta
-Seu carro esta com o pneu furado, certo? Pensei em te dar uma carona para empresa- respondeu- posso entrar?
Não falei mais nada apenas dei passagem para que ele entrasse e em seguida fechei a porta
Percebi que ele observava a casa atentadamente, quase como se decorasse cada detalhe
Toda interação com ele remetia à dor daquela lembrança amarga.
Aquele dia que deveria ser o mais feliz de minha vida, tornou-se a razão de minha desolação.
-Trouxe waffles e leite de banana, você sempre comia isso antes de ir para a escola, lembra?-
Sua voz ressoava como um eco do passado, lembrando-me de um tempo em que a esperança brilhava em meus olhos.
-Vou me arrumar- foi o que consegui dizer
Apressado e desorientado, subi as escadas, lutando contra a onda de emoções que ameaçavam me engolir. As lágrimas que quase derramei foram substituídas por uma risada vazia. "Ah, as cruel ironias da vida."
O banho foi um ritual de procrastinação; eu estava evitando, por medo de enfrentar aquela situação. Ao ouvir risadas familiares, meu coração apertou. Lisa, estava lá, rindo com ele. Uma pontada de ressentimento misturou-se à melancolia.
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My first love [REESCREVENDO]
أدب الهواةApós ser dolorosamente abandonado no altar pelo amor de sua vida, Park Jimin passou uma década construindo muros ao redor de seu coração. Ele mergulhou no trabalho e mascarou sua dor com um sorriso convincente, fazendo o mundo acreditar que tinha su...