A Noite Mais Longa de Todas - Parte Final

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Dessa vez, eu tinha mesmo que admitir. As coisas não saíram nem um pouco do jeito que eu havia planejado quando saí de casa essa noite pra investigar o mistério do carregamento desconhecido que chegou no porto de Nova York alguns dias atrás. 

O que é só um pequeno eufemismo pra dizer que tudo, absolutamente tudo, tinha dado errado.

 E, sinceramente, eu tinha sérias dúvidas de que alguma coisa poderia dar certo daqui praquela noite chegar ao fim.

Na verdade, tinha a impressão de que ela nunca fosse acabar.

— Não me diga que... esse janota almofadinha, com cara de Dick Vigarista, que acaba de dar as caras é... quem eu tô pensando que é...? – quis saber meu, até então, adversário, quase balbuciando, ao saltar para uma posição próxima àquela onde eu estava, ainda assim, mantendo toda a sua expressão corporal voltada ao recém-chegado.

— Bem, já que você não quer que eu diga, então, não vou dizer...

— Diabos! Eu temia que você "não dissesse"...

— HA! HA! HA! HA! HA! HA! HA! HA! HA! HA! HA! - foi a primeira coisa que saiu dos lábios do "visitante estrangeiro".

Aquela risada sepulcral, como que saída da mais profunda fossa de alcatrão ardente do inferno, preencheu completamente o ar, impregnando o ambiente ao nosso redor com a mais negra, ácida e ofensiva malevolência.

— Muito bem! Vejamos o que temos aqui! Ah, sim! Um dos tão afamados aventureiros mascarados que costumam agir como justiceiros em meio à sociedade humana, à revelia da lei, tal qual alguns dos mesmos com quem já esbarrei no passado

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— Muito bem! Vejamos o que temos aqui! Ah, sim! Um dos tão afamados aventureiros mascarados que costumam agir como justiceiros em meio à sociedade humana, à revelia da lei, tal qual alguns dos mesmos com quem já esbarrei no passado.

— Se é comigo que está falando, simpatia, deve tá me confundindo com outro sujeito. Esse aí é o Frank Castle! - disse.

— E, ironicamente, envergando uma indumentária que remete à aparência dos seres abissais que a cristandade tanto teme. Interessante... - afirmou, falando consigo mesmo, ignorando minhas palavras, como se eu nem sequer estivesse presente.

— Quanto ao outro, eis o que se poderia chamar de um escroque, um mau-elemento, um estorvo, um peso para essa mesma sociedade, que desrespeita suas leis e não segue quaisquer ditames impostos pelas autoridades. Um criminoso, ladrão, homicida, o mais reles e vil tipo de criatura abjeta e pusilânime, sem nenhum traço de consciência moral ou de qualquer tipo...

— Acho que agora ele deve tá falando de você, Mercenário!

— Muitíssimo obrigado pelos elogios, meu caro! Fico imensamente... Ei! A quem pensa que tá chamando de escroque?

— Cale-se, seu execrável, insignificante, imprestável, inútil e irrelevante arremedo de lacaio, que nem mesmo merece o ar que respira, muito menos o fluido vital que pulsa em suas veias! Algo que eu terei o imenso prazer de privar-lhe...

— ESCUTAQUI, SEU ENGOMADINHO-BOÇAL-ESCROTO-NARIZ-EMPINADO-METIDO-A-BESTA-DO-CACETE! NINGUÉM FALA ASSIM COMIGO, NÃO! TÔ POUCO ME LIXANDO SE TU É O REI DA COCADA PRETA LÁ PRAS BANDAS ONDE MORA! AQUI NO MEU PEDAÇO, NINGUÉM VEM ME ACHINCALHAR E FICA POR ISSO MESMO! MAS, NEM A PAU! – e, sem que eu ou nosso interlocutor menos esperássemos, ele retira uma série impressionante de shurikens de compartimentos secretos do uniforme, empunhando-os entre cada um dos dedos das mãos, e os arremessa com a rapidez e precisão que eu conhecia tão bem.

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