Eleven. 11

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Um resmungo alto era ouvido por toda a casa de medicamentos, Bakugou se jogou para trás assim que novamente as flores presas em cordões caíram no chão, Todoroki para ajudar subiu sobre o balcão que tinha ali e fez um nós no final do cordão, logo batendo um prego sobre o mesmo na parede, não deixando de dar mais um nó dessa vez sobre o restante do preguinho que havia ficado para fora. 

- Pronto, estressadinho. Não vai conseguir nada se ficar irritado o tempo todo - O de cabelos bicolores desceu da bancada assim que o último cordão com as flores fora preso no teto, aquela parte já havia terminado finalmente. - O Denki logo logo vai voltar então vamos começar a pintar a entrada - 

Bakugou se levantou de onde estava e caminhou junto ao amigo para fora da casa de medicamentos, tendo ali fora Amajiki que terminava de misturar as frutinhas azuis sobre a água e o óleo, a razão para não utilizarem tintas compradas nas cidades próximas era que, como sendo um festival eles gostavam de fazer tudo por conta própria como antigamente quando as pessoas não eram preguiçosas, e isso trazia um ar de superioridade aos moradores da vila, que utilizavam de seus recursos para fazerem as coisas para todos os tipos de festivais. 

Assim que a tinta estava finalmente completa o alfa loiro pegou o pincel feito com pelo de marta e com a ajuda dos dois passou a pintar a entrada do local, tomando cuidado para não sujarem o chão em nenhum momento. Nesse meio tempo Denki chegou com algumas mudas de flores para enfeitar a entrada da casa quando estivesse tudo pintado, e logo voltou para sua residência já que Todoroki o expulsou dali quando esse disse que queria ajudar.

- Chegamos Senhor Bakugou, trouxemos a tinta verde, devemos começar a pintar? - Mirio, que era um dos lobos de guarda estava acompanhado com mais dois, e com um assentir de cabeça os seus companheiros passaram a pintar o caminho de pedrinhas que ligava a casa de medicamentos a todas as outras. 

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Estava anoitecendo já e eles estavam trabalhando naquilo desde cedo, o sol nem tinha nascido ainda quando começaram e sinceramente Katsuki estava exausto, mas pelo menos conseguiram fazer bastante coisa, a casa de medicamentos de Denki estava linda. A entrada estava em um azul bem forte com alguns desenhos amarelos que o loiro deixou as crianças da vila fazerem, por dentro estava bem enfeitava, flores presas ao teto enquanto o chão estava coberto por um tapete bem peludo e fofo, a janela havia sido coberta por vasos com rosas de várias cores. Estava quase tudo pronto, faltava terminarem de pintar os caminhos da vila e pendurar flores por todas as casas, mas ainda tinham uma semana.

Não demorou muito para o lúpus chegar em sua residência e encontrar como sempre a casa bem limpa, mas não foi aquilo que lhe chamou a atenção e sim o doce cheiro de limão se misturar com o que mais amava, peixe. Um suspiro foi dado pelo homem que passou ao ouvir gargalhadas vindas da cozinha, e ao fechar a porta da casa caminhou em direção a mesma, não deixando de sorrir ao ver Izuku com os braços abertos contando alguma história que havia vivenciado em sua vida. 

- E ele era gigante, mas a vovó jogou um monte de pedras nele que saiu correndo, a vovó é a melhor - Mitsuki que até agora não falava nada desviou o olhar de Izuku para alguém atrás dele, fazendo o menor se virar rapidamente. - Kacchan! Bem vindo de volta, nossa que sujeira - O de madeixas verdes se aproximou do loiro, logo puxando a capa branca que esse usava - Vou ver se consigo tirar essas manchas de tinta, vá tomar seu banho para eu já lavar tudo. - 

Katsuki com um assentir de cabeça selou a testa do de sardas e logo subiu para o quarto, Izuku por outro lado foi para os fundos da casa onde encheu uma bacia com água quente e colocou sabão, colocado assim a capa dentro para amolecer a tinta.
No andar de cima o loiro se preparava para tomar banho, havia tirado toda sua roupa e jogado sobre a cama, e sem demora caminhou para o banheiro segurando sua toalha, onde entrou, fechou a porta e se enfiou debaixo do chuveiro. 
Nesse meio tempo o homem deixou apenas a água levar todo seu cansaço, ficando ali parado sentindo a quentura relaxar seu corpo a cada segundo. 

Foi um banho demorado mas logo saiu e se secou com calma, e em poucos minutos já estava devidamente trocado. Com certo receio por achar estar abusando demais da boa vontade de Izuku pegou suas roupas sujas e manchadas e desceu para o andar debaixo, logo encontrando o de sardas que vinha em sua direção. 

- Já ia lá ver se estava vivo, me dê aqui essas roupas - O de cabeleiras verdes se aproximou do homem e logo apanhou o que esse segurava, girando os calcanhares em seguida antes de voltar para o fundo das casas. 
Izuku ali ficou por pelo menos meia hora, por sorte as manchas não estavam tão difíceis de tirar então foi fácil terminar colocar as roupas em uma água com perfume de rosas e estender tudo logo em seguida no varal ao lado das suas. 

Ao limpar o chão molhado o garoto voltou para dentro de casa, vendo Katsuki curiando o que tinha dentro do forno. - Pode sentar Kacchan, vou cortar um pedaço de torta para você, nós já jantamos, falta só você - O menor disse antes de caminhar até o alfa e o afastar com cuidado, logo pegando primeiramente a torta que já estava pela metade e levar até a mesa, cortando um pedaço generoso da mesma e colocando em um prato - Coma bastante, deve estar faminto, está desde cedo sem voltar para comer nada - O menor cortou para um pedaço e deixou separado ali, apenas para então se sentar em frente ao homem. 

- Céus, isso está maravilhosos, quem fez? - Perguntou quando começou a comer, amava peixe, em um torta então, não conseguia resistir.

Com uma baixa risada o garoto apoiou a cabeça sobre a própria mão - Foi a tia Mitsuki junto com a vovó e o senhor Masaru - Respondeu vendo o homem arquear as sobrancelhas e voltar a comer. Sem pressa Izuku se levantou e pegou duas laranjas na fruteira, e com pressa espremeu as mesmas com força em um copo e levou ao mais velho. - Vai ajudar a torta a descer - 

- Posso pegar mais um pedaço? - Perguntou antes de levar o olhar para o outro pedaço cortado, lambendo os lábios em esperança. 

- É claro que pode, Kacchan, não precisa nem pedir - Izuku logo passou aquele pedaço cortado para o prato do homem que comeu com vontade - Vou separar um pedaço de bolo para você - 

E assim o garoto pegou o grande prato com a  torta e levou de volta ao forno, pegando o bolo então que estava com cobertura de raspas de limão e levou até a mesa, ali o de cabelos verdes cortou um pedaço novamente generoso e colocou separado em um prato. - Espero que goste do bolo, eu quem fiz - O menor já novamente deixou mais um pedaço separado e se sentou novamente ao seu lugar. 
Katsuki ao terminar sua torta tomou o suco natural que lhe fora entregue e então pegou o pratinho com o bolo, usando o mesmo garfo para cortar um pedaço e levar a boca. - Está uma delícia Izuku - Ditou assim que sentiu a massa se desfazer em sua boca e o gosto do limão ficar presente e forte, aquilo estava divino, por isso não só dois como três pedaços ele comeu, fazendo o ômega rir bobo antes de guardar o restante do bolo ao forno - Pra ser sincero é um dos bolos mais gostosos que eu já comi em toda minha vida, e olha que tenho 29 anos - 

- Deixa de ser bobo Kacchan, é só um bolo - O garoto não queria mostrar, mas estava deveras tímido, ter sua comida elogiada era a melhor coisa que existia para si, o fazendo ter as bochechas coradas com algo tão bobo. 

- Um bolo não. O bolo - Katsuki riu do jeitinho fofo de Midoriya, não tardando a se levantar e caminhar até a pia com sua louça, lavando a mesma com calma antes de suspirar aliviado, estava cheio do jeito que gostava. Com passos curtos se aproximou do ômega que limpava a mesa, e sem pediu o virou para si e o abraçou sem tanta força. - Obrigado por cuidar tão bem de mim - 

Aquelas palavras fizeram o garoto abrir os lábios mas não dizer nada, apenas retribuiu o abraço quentinho que recebia, apreciando como o alfa era tão doce e calmo consigo, isso o deixava sem jeito e com o coração acelerado, podia ser algo qualquer afial, todos abraçam, mas sentia que vindo de Katsuki era diferente, céus, estava ficando tão bobo. 

Em questão de minutos os dois já estavam no quarto deitados sobre a cama, Izuku contava como fora seu dia com as pais de Katsuki e com sua vó, falando sobre como havia ficado todo sujo de farinha também, diferente dele o loiro apenas observava com atenção cada gesto do ômega, sorrindo sem perceber com o jeito meigo do menor de falar algo tão comum. Mas todo aquele falatório não durou muito, já que o loiro o puxou para mais perto de si e os cobriu. Era certo dizer que eles não tinham nada mais que uma amizade, mas Katsuki não deixava de sempre dormir agarradinho com o ômega, era uma forma de sentir que estava protegendo ele, e Izuku amava, principalmente pelo fato de conseguir ouvir cada batida do coração do alfa que tanto o fazia bem. 


My dear WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora