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|O começo|

Apertado
Escuto
As paredes eram húmidas o cheiro de mofo e musgo era a única coisa que sentia, era como guarda algo em um local húmido e fechado e depois de tempos você resolvesse abrir, era impossível de respirar direito, minha garganta doia assim como meu nariz.

Não existia janelas ou grades, era somente um quadrado fechado e abafado, não podia deduzir se já era dia ou noite, o único barulho no quadrado fechado era das pequenas goteiras que caiam a cima de minha cabeça os deixando encharcado e minha pele gelada pela humidade.

Frio
Fome
Cansaço

Não podia me mexer pela falta de espaço, não poderia deitar no chão húmido e duro, mal conseguia me manter em sentada de tão pequeno era o teto. Obrigada a ficar inclinada e encolhida em um buraco pequeno e escuro, eu realmente não sabia o que tinha feito para estar ali, quem eu era, como eu era... a única coisa que sabia de mim mesma era meu nome, Stella.

Meus olhos ficam borosos pelas lágrimas que ali se forma, não as deixaria cair, não quando já estava encharcada de mais para poder lidar com mais gotas molhadas caindo sobre minha pele enrugada por sempre está molhada.

Suspiro fechando os olhos me deixando consertar nas vozes, eu sempre escutava vozes que pediam coisas, não sabia o que significava porém era uma distração em minha prisão, me mantinha lúcida o suficiente para não enlouquecer.

Eu queria ter um vestido de seda

Gostaria que ele me notasse

Eu quero mérito

Desejo que as prisioneiras sejam libertos, eles não merecem isso.

Grak

O barulho de algo se abrindo me chama a atenção, a claridade me cega quando a porta pequena é aberta e dela aparece ainda parada sobre a saída uma mulher pequena com pele amarelada e longos cabelos castanhos com olhos tão dourado que me tirava o fôlego, era Sina uma das criadas.

— Vem, você tem trinta minutos. — Ela fala abrindo espaço para que eu saia da pequena caixa e assim o fiz meio cambaleante por não mexer os músculos faz um tempo.

Sina sempre aparecia junto a um guarda ele se chamava Tavis e era bem alto com pele morena cabelos pretos e olhos azuis, segundo Sina o céu durante o dia tem a cor dos olhos de Tavis, isso me fascinava imaginar um céu com aquele tom deveria ser lindo.

Sou guiada pelos corredores até o que achava ser um pátio aberto, o céu era tão negro quanto os cabelos de Tavis ele continha uma grande lua cheia, não gostava muito do céu, sempre que o via me dava a sensação que faltava algo, só não sabia o que.

— Coma não temos tempo para admirar o céu noturno. — Sina ordena e assim eu faço.

— Falta algo...  — Sussurro enquanto como o que acho ser mingau e um pão.

— O que? — Tavis questina parado ao meu lado.

— O céu... falta algo — Revelo o encarando mais uma vez, ele estava tão vazio.

— Você é louca! — Sina fala — Ele está do mesmo jeito que sempre foi, mas você não pode saber afinal é uma prisioneira.

Isso era uma prisão, não me lembro de muito, mais quando era pequena roubei algo de um rico, eu queria dinheiro para comprar remédios para minha mãe, ela estava morrendo e não tinha como a salvar sem um curandeiro os templos não curam pessoas pobres. Consegui trazer alguém para minha mãe, ela foi curada e estava bem, dois dias depois fui arrastada para a prisão e jogada onde hoje é minha cela. Nunca mais a vi mas se não me engano ela estava grávida quando fui levada, devo ter um irmão ou irmã agora.

As estrelas que ouvem Onde histórias criam vida. Descubra agora