Capítulo cinco

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Na manhã seguinte, Laís estava mais agitada do que o normal. Era fato de que se alguém descobrisse que ela não tomou o remédio, não seria bom para seu futuro na organização.

- Foi o pior simulado que já passei. Meu coração parecia que iria sair pela boca - uma das meninas falou no café da manhã, quieta Laís somente ouvia.

- Você ficou sabendo? Cinco pessoas morreram com esse simulado, ataque cardíaco. Dizem que o remédio oferecido para gente poderia para o coração - Laís sabia que ela não tinha corrido aquele risco, graças a Muriel.

Observou em volta e vou Breno, que parecia cansado ao extremo, os instrutores terem passado por aquela experiência significava que era importante seja lá o que a pesquisa queria saber.

- Dizem que o objetivo era eliminar pessoas com falhas genéticas ou que poderiam ter um mal súbito numa missão. Você sabe o que aconteceu na Europa... - Laís se atentou mais a conversa paralela, lembrando que Agnes estava indo para Europa.

- Um dos assassinos foi morto em missão, né? Dizem que tiveram que desembolsar uma grana para camuflar - um dos meninos que estava perto falou - Será que eles vão fazer um pronunciamento com os nomes das pessoas que morreram nesse simulado? - emendou.

- Não sei, provavelmente - o assunto tinha se encerrado e Laís sabia que precisava falar com Muriel, aquela situação estava insustentável. Agora ela fazia parte de uma conspiração? Será esse o nome que ela daria, se de fato as suspeitas de Muriel fossem confirmadas?

Tentando achar alguma resposta ela seguiu para o quarto da amiga e antes que de fato conseguisse entrar, uma mão forte lhe puxou para outro cômodo.

- Qual foi Murilo? - ela estava irritada e observou com raiva o homem à sua frente. Ele parecia estranhamente apavorado.

- Você sabe onde Muriel está? - ele perguntou com agitação.

- Estava tentando encontrá-la agora.... Agora me explica o porquê você me puxou para dentro do seu quarto? - ela estava irritada

- Olha escuta, minha parede é colada com a dela, eu ouvi uns barulhos a noite e ela não está no quarto. Ela andou com uns papos esquisitos e achei que talvez ela pudesse ter surtado, pedi para que ela ficasse quieta... o problema é que ela não está em lugar nenhum e o localizador biológico que eu implantei nela está sem sinal - nervoso ele mostrou a tela de seu computador.

- Você implantou um localizador nela? - Laís estava chocada demais para dizer qualquer coisa.

- Ela pediu, disse que era importante que soubéssemos onde cada um está. Me pediu ontem, mandou que eu fizesse mais alguns e um dos criados é pra você - passou as mãos pelo cabelo totalmente sem paciência.

- Eu não vou ser microchipada.... - protestou.

- Você não está entendendo, é um localizador biológico - murmurou.

- Não me interessa do que ele é feito... - murmurou rebelde.

- Você não entende... um localizador biológico envia pulsos de acordo com os batimentos cardíacos, ele não pode ser localizado por GPS e nem descoberto por interferência magnética. Aliás não pode ser descoberto de forma alguma... eu ia mostrar isso para o alto escalão do Projeto Delta, mas Muriel não permitiu... - divagou.

- Ei... foco, por favor! Se ele não é localizado e nem interferido por tecnologia, porque ele está sem sinal.... - a voz se perdeu quando ela pensou na possibilidade, era muito louco pensar naquilo e esperava que não fosse verdade.

- A explicação mais lógica é a falta de batimentos cardíacos - ele disse por fim.

- Olha, eu procuro no norte e leste, você fica com o sul e oeste, vamos achar Muriel - ela disse por fim, saindo em disparada para o lado norte, iria achar amiga nem que para isso tivesse que colocar a fortaleza abaixo.

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Já tinham se passado duas horas, a busca pela amiga estava lhe dando dor de cabeça e dor no estômago, ela queria friamente acreditar que a amiga estava bem e segura, porém as evidências diziam ao contrário.

- Olha, eu não quero saber! Isso é inadmissível, nós nunca agimos assim... - ela olhou com olhos esbugalhados quando viu Breno e um dos membros do conselho no final do corredor.

- Acho que devemos discutir isso em outro lugar... - o homem sugeriu a olhando com seriedade.

- Mas o que... - Breno então a olhou, algo no seu rosto deveria ser revelador demais, porque por um momento ela soube que algo estava muito errado - Te aviso se souber de algo - nervoso ele andou até onde ela estava, e colocando as mãos sobre ela a guiou para longe dali - Só continue a andar, é sério, você não vai gostar de conversar com ele - murmurou.

- O que está acontecendo? - questionou por fim quando eles estavam distantes e sozinhos.

- Merda! - ele xingou, olhando ao redor - Um dos mortos de ontem, fez um queixa contra a Delta Brasil, segundo ele, tem evidências de que o nosso programa mata pessoas sem uma indicação de alta periculosidade - ele a olhou séria, ela lembrou de outro tempo quando ela tinha ameaçado fazer uma denuncia e ele tinha explodido com ela - Foi por isso que eu pedi que você não falasse nada pra ninguém a respeito da sua primeira missão - explicou por fim, ela pensou que talvez pudesse falar com ele. Afinal ele era muito amigo de Agnes e com certeza tinha grande estima por Muriel.

- Foi por isso que Agnes foi morta... - confessou por fim, recebendo um olhar espantado dele.

- Não! Agnes foi morta, segundo o relatório a que tenho acesso, porque era uma traidora e vendeu nossos documentos secretos para uma organização paramilitar chamada Alfa - ela percebeu que era difícil falar da traição da amiga, mas ela sabia também que não era a verdade.

- Não! Não sei quem te disse isso, mas Muriel e Agnes descobriram exatamente isso, que esse menino morto descobriu, por isso Agnes morreu e Muriel está sumida. Foi por isso que ela me deu um pen drive cheio de provas - ela contou.

- Merda! Porra! - ele parecia instável, e por alguns minutos parecia que não se recuperaria das informações que recebeu - Muriel não está sumida, ela está morta! - informou por fim, Laís sentiu o coração pesar, quase que a sufocando totalmente, a vista embaçou e quase perdeu o equilíbrio, era isso, estava tendo um ataque de pânico. Sentou no chão em busca de um apoio.

- Como... como você sabe? - quis saber, a voz falhando miseravelmente.

- Você precisa saber que eu não sabia... - os olhos azuis, algo lhe arrepiou a espinha, quase que com a certeza do que vinha - eu recebi um relatório que dizia que Muriel ia nos expor, eu tenho família Laís e eu assim como qualquer um só recebo as missões e sigo sem fazer perguntas... - ele se abaixou e a olhou nos olhos.

- Você... - o coração batia freneticamente, lembrou-se do verão anterior, quando os dois se perderam em prazer juntos, numa noite de diversão. Ela amava a forma com que ele a olhava e tinha esperado que eles se envolvesse em um relacionamento, tinha o amado e mesmo depois de um tempo ainda o amava, mas não conseguiram ficar juntos, ele na época era seu mentor e segundo as regras, um mentor não poderia ficar com uma aluna. Por isso ela sabia que quando o viu na sua primeira missão, ele tinha ido como uma forma de comemoração, enfim poderiam ficar juntos. Mas agora essa realidade estava muito longe, porque ela sabia o que ele tinha feito, e seu coração errou uma batida, pego pela dor.

- Eu matei Muriel - algo escureceu suas vistas, e antes que ela percebesse tinha desmaiado, mesmo sentando.


Nota da autora: Eu falei pra vocês não se apegarem a nenhum personagem e estou falando agora pra vocês não julgar nenhum personagem, Breno é um assassino, assim como Laís também é! A única diferença é que ele matou alguém conhecido. Ele foi enganado e achou que realmente Agnes e Muriel faziam parte de uma conspiração que iria expor todo mundo e se ele fosse exposto, sua família corria riscos.

E mais uma coisa, nem tudo o que parece é!!!!

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⏰ Última atualização: Aug 28, 2021 ⏰

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