A expedição

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E os gritos e a agitação do lado de fora da cabana a fizeram acordar do cochilo de imediato. Pegou, num pulo, seu arco, sua aljava e sua espada e se trocou rapidamente. Ela fez isso tudo com tanta rapidez que se esqueceu de prender toda a sua cabeleira.

Os cabelos lisos e negros se ajeitaram com facilidade quanto ela passou a mão na cabeça. E então, saiu da cabana mais uma vez para ver a luz do dia.

— Isso é sério?

Aslak, seu irmão mais velho, estava literalmente posto à dianteira da mesa enquanto fazia um belo churrasco. — O que foi? Achei que você gostava de festas.

— Eu gosto de festas, mas não quando elas interrompem meu sono — Ela viu Una chegar com dois copos de suco na mão enquanto os cabelos um pouco ondulados balançavam por causa da brisa leve.

— Eu achei que você ia ficar mais tempo lá — Disse.

— Foram só trinta minutos de descanso, vocês podem parar de pegar no meu pé?

— Até podemos, mas você perdeu muita coisa quando descansou, inclusive peixe — Aslak murmurou com a boca cheia.

— Qual peixe?

— Tilápia — Disse fechando os olhos azul-escuros.

— Não me diga que acabou! — Aiyra exclamou olhando nos olhos do irmão.

— Não acabou, tem mais ali. Se você quiser, a gente faz agora. — Una disse para a garota dos cabelos negros.

— Se eu tivesse que conviver só com ele eu surtaria, você é uma benção — Olhou para ela. — Mas acho que não vou querer agora, valeu. Tenho coisas a fazer.

— O que pretende fazer, exatamente?

— Eu não pretendo fazer nada, só vou seguir a missão que me deram — Aiyra disse colocando a mão sobre a mesa e continuou. — Hoje é dia de explorar o litoral.

— Não me parece ter algo de interessante no litoral, a única coisa que existe lá são animais perigosos e vírus mortais — Aslak disse, contrariando o que a irmã havia dito.

— É porque não é no litoral, é no caminho — Una disse enquanto seus cabelos leves eram balançados pelo vento — A Ordem disse que ia investigar um lugar chamado ONBA, mas nenhum progresso foi feito porque até agora não existe nenhuma unidade para a investigação.

— É mais ou menos isso — Aiyra continuou. — A Ordem sabe o que fazer quanto a ONBA, mas alguém precisa descobrir o que é aquela coisa. Já que alguém precisa saber, é melhor eu pegar meus equipamentos e o meu uniforme. — Ela seguiu seu caminho enquanto podia.

— Já sabe a sua unidade? — Una disse com receio.

— Eu sou a minha unidade — Aiyra disse ainda de costas.

— Não estamos em um filme pra fazer essa pose toda, vai — O moreno de cabelos escuros disse enquanto via a irmã ir embora.

Aiyra apenas acenou e continuou andando como uma atriz de cinema, com um pé exatamente na frente do outro e assim por diante. — Olha aí a pose — Aslak continuou e a única coisa que a menor fez foi ignorá-lo, mostrando a sua língua para ele.

Caminhando normalmente, ela seguiu para o prédio da Ordem. Ela deveria ser bem sincera a quanto sua colônia era grande — As cabanas eram pequenas, de madeira e em formato triangular, as quais variavam de tamanho conforme quantas pessoas haviam nas famílias. As pontes entre as árvores eram como as redes neurais; apenas a transmissão de informação não era o suficiente. Mas isso iria depender de qual a sua concepção para informação. Diferentemente de todas as cabanas, no entanto, o prédio da Ordem não era apenas um prédio, mas sim uma grande instalação na qual se localizavam todos os equipamentos dos membros da organização. Era uma modernidade, com vidros temperados na frente, e um treinamento que consistia em se concentrar com a natureza, mas não em contato com ela.

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