Recusa às ordens

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Eles caminhavam de um lado para o outro ainda presos dentro de um corredor não muito escuro, que ficava em cima de um píer. Carregavam cargas de um lado para o outro e era proibido abrir os caixotes para saber quais eram os produtos.

Mas para Aiyra, esse movimento não era muito ousado. O problema era que o pacote estava lacrado.

Ela bateu duas vezes no caixote e aproximou o ouvido. Pelo som, era minério.

Eles estavam extraindo minério e levando para algum lugar desconhecido do mundo.

Era por isso que aquela caixa era tão pesada.

Ela levantou, então, achando que seu corpo iria aguentar. Fez algumas boas voltas pelo corredor.

Seu corpo não aguentava mais. Era pelo menos trinta e cinco quilos durante quatro horas seguidas enquanto ainda estava com fome; uma maçã certamente não era o suficiente, mas ela ainda tinha que agradecer por ela tê-la tido.

Ela desmaiou.

— Essa garota não era do exército? Inacreditável. Remova-a daqui, Gen.

Gen, um dos Kukai, levou-a para o quarto e colocou um pouco de água no recipiente ao lado. Não fez nada para tentar acordá-la.

...

Cinco minutos depois, Toge passou na frente do quarto enquanto levava alguns documentos para o escritório.

— O quê? — Entrou no quarto para vê-la. Conferiu os batimentos. — Não parece estar dormindo! — Rangeu os dentes e largou todos os papéis no chão, virando a cabeça da garota para a lateral e levantou suas pernas, tirando o travesseiro de sua cabeça. Tentou a massagem cardíaca.

Ela acordou com o impacto. A respiração estava agitada.

Toge se levantou rapidamente e procurou açúcar na prateleira, junto com outros medicamentos. Despejou um pouco na boca da jovem por baixo da língua.

Toge se sentou ao lado dela.

— Você vai ficar bem. Eu estou aqui.

Ela apenas olhou para ele e não respondeu nada. Seu corpo ainda não estava pronto.

— Eu estou aqui...

Um dos Kukai apareceu na porta. — O que está fazendo aqui?

— Ela havia desmaiado, estava entregando os documentos mas acabei vindo ajudar. Eu precisava ajudar.

— Ah, é?

Ele acenou com a cabeça. — Eu já vou voltar, mas pretendo ficar mais uns dez minutos aqui.

— O chefe não vai ficar feliz com isso.

— Ele devia. Não quer que eu fique com as garotas?

O homem adulto recostado na porta fez silêncio. — Espero que aproveite o momento.

O jovem não respondeu. Aiyra retomou a consciência e estava olhando para ele naquele momento.

— Toge...

— Sim...

— Maya me contou sobre você...

— Contou o quê?

— Ela me contou sobre a sua família. Eu sinto muito — A voz saía rouca.

— Até que ponto ela te contou?

— Ela me contou porque eles pouparam você.

— Agora você sabe porque evitei contato com você antes.

RESTARTWhere stories live. Discover now