2. Capitão Pattinson?

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(Flashback,parte 2, Robert P.O.V)

O elevador me deu uma vaga ideia do que eu poderia esperar.
Dois policiais que entraram depois de mim, estavam falando sobre o assassinato de um policial que seria enterrado hoje.
—Não posso acreditar que ele se foi assim, morto enquanto dormia.— o policial de cabelos loiros, estava embargado.
—Dick era um homem bom.— O outro, pele morena e cabelo preto, colocou a mão no ombro dele. —Onde quer que ele esteja vai querer justiça.
O elevador parou no quinto andar e eles sairam.
Falta só um.
Enquanto o elevador chegava até o sexto andar, endireitei a postura e a blusa cinza, com o óculos escuros preso na gola. Ela estava apertada, então eu coloquei uma camisa preta aberta por cima.
Eu estava passando os dedos no cabelo quando o elevador chegou no sexto andar.
Andei tranquilo até a secretária, tentando formular o que dizer a ela.
Ao ficar mais próximo dela, a mulher ruiva estava distraída digitando algo no computador.
—Com licença.— Disse.
Ela olhou pra cima e arregalou os olhos, como se eu fosse um deus grego.  
Dei um sorriso de lado.
—É que eu tenho hora marcada com o senhor Dale...
—O-o senhor é...?— A mulher - que não deve ser tão mais nova que eu - tentou dizer.
—Sou Robert Douglas Pattinson.— Olhei o relógio na parede atrás dela. 17:40.
Ah, sim, senhor Pattinson, o senhor Dale está aguardando você. Posso te levar até a sala dele?
— Claro — Respondi, entendendo o olhar dela. Ela me acha bonito. Conti um riso.
Ela logo saiu de trás da mesa e gesticulou que fosse com ela.
Entramos em um corredor e a direita tinha uma porta com um placa pequena escrito "Sr. Jerry Dale".
Ela deu uma batidinha na porta.
— Entre. — Ela colocou parte do corpo pra dentro da sala. Ouvi ela dizer meu nome pra ele. — Ah, mande-o entrar.
Ela se voltou pra mim e gesticulou pra que eu entrasse enquanto abria a porta.
— Obrigado.— Entrei na sala e o senhor Dale vinha ao meu encontro enquanto ia ao dele. A porta se fechou atrás de mim.
— Senhor Pattinson.— Demos um aperto de mão. Ele foi até sua mesa e se sentou na cadeira. Ele apontou para a cadeira a sua frente. — Sente-se.
Fui até a cadeira e me sentei.
— Fico feliz de você não ter desconfiado da ligação que fiz. Espero não ter sido rude em ligar de número desconhecido.
— Formalidades do ramo, senhor Dale. Eu acabei me acostumando.— Disse, tranquilo.
O senhor Jerry Dale não era tão velho. Era forte, mesmo com o blazer preto. Seu cabelo era escuro, e a barba era mal feita.
—Bem, senhor...
— Robert. Pode me chamar de Robert.
—Bem, Robert — prosseguiu Jerry. — Eu sou do departamento de Recursos Humanos e vi que seu caso ficou em aberto. Você recebeu uma suspensão por insubordinação há seis meses. Correto?
— Sim. Está— disse, meio derrotado. Eu não quis fazer o meu grupo entrar dentro do prédio por que ele ia cair. Eu tinha dez homens sob meu comando. Dos trinta que foram cobrir o ataque a um galpão, só os meus sairam ilesos. Mas mesmo assim fui suspenso.
— Mesmo com sua suspensão, eu decidi olhar sua ficha. Fez dois anos na SWAT e recebeu muitos elogios. Logo foi transferido para uma temporada em Nova York e não vi nenhuma missão incompleta, nenhum ferimento grave. Sua ficha é muito bonita pra ser tratada com tanto desdém.
Nova York foi meu melhor ano como policial. Aprendi a ser atirador de elite naquele lugar. Meu primeiro headshot.
Foram bons anos. — Meus melhores sete anos. Agora, com 32, tenho que me contentar com um trabalho de contador na financeira do meu pai.
— Anos que merecem renascer das cinzas.
Travei.
Sabia que era isso.
Sabemos, Robert, que você não gosta muito de um trabalho muito pequeno. E dessa vez, não temos muitos agentes qualificados para o que temos passado. Perdi quatro homens em menos de um mês.
Eu me levantei e fui até a porta.
— Você sabe que seu pai ia ficar orgulhoso de você se voltasse.— Ele me persuadiu. Ah, não. Meu pai não.
Cerrei os punhos.
— Meu pai nunca soube no que estava se metendo. E eu não quero acabar igual a ele.— disse.— E você não sabe porra nenhuma sobre meu pai.
— O Richard me ensinou a ser o que eu sou no Exército, Robert. Quando vi essa missão, liguei pra ele. E ele te indicou pra isso.— Jerry subiu o tom grosso.
— Ele não seria louco...
—Ele vê que você está mal. Vê que a corporação te fazia bem. E agora vai gastar todo o seu conhecimento com números? Porra, garoto, você era uma máquina! Richard dizia com orgulho que "você era a herança que ele tanto sonhou" e que estava feliz por você fazer o certo sempre.
Graças a ele que eu tirei sua suspensão e quero você de volta.
Ele deu um soco na mesa.
Quero aquele garoto que pegava o alvo sem disparar uma porra de tiro sequer!— Ele foi tão convicto no que ele dizia, que me sobressaltou. Caralho, ele me quer de volta.
Jerry olhou nos meus olhos.
—Você vai sentar nessa porra dessa cadeira e vai me escutar, por que eu não quero perder mais ninguém, ouviu?!— Ele apontou pra cadeira. A primeira ordem.
Engoli meu orgulho, como um garoto que tinha tomado um puta sermão e me sentei.
— O que eu tenho que fazer? — perguntei, desnorteado.
Jerry Dale sorriu.
— É assim que eu gosto, Capitão Pattinson.
Capitão?
O senhor disse "Capitão"?— Fiquei mais surpreso.
— Era pra você ter recebido a patente, mas você se afastou. Não a recebeu formalmente, mas está nos arquivos. Logo você irá receber o uniforme.
—Tudo bem. Mas... ainda não chegamos no ponto.
— Qual é sua pergunta?
— O que eu ganho com isso?
— Além do seu emprego, uma missão que vai marcar sua carreira. Isso se você aceitar.
Ele estendeu a mão.
Eles me querem de volta.
Meu pai me quer de volta.
Eu me quero de volta.
E eu vou voltar nessa porra como um Capitão.
Peguei na mão dele, confiante. Ele a balançou uma vez.
— Bem vindo ao Departamento Especial, Capitão.— Ele disse.— Agora, vamos ao plano.
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In Love With The Danger (Robsten)Onde histórias criam vida. Descubra agora