7. O Jogo Dela

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(Robert P.O.V)

Meu corpo todo está dolorido. Ariana está dormindo do meu lado, ainda com a boca tapada. Eu tento me levantar e consigo. Me estico, mexo os braços e olho ao redor. É um quarto, mas o cenário é muito diferente. Parece que estou escondido dentro de uma floresta.
Procuro por uma porta e acho uma. Ela está   próxima a uma cômoda de madeira. Vou até ela e tento abrir.
Trancado.
Eu começo a chutar a porta, pra ver se ela sai do batente, mas tem algo bloqueando ela do outro lado.
Eu escuto um grito. Ariana acordou.
Corro de volta pra cama e descubro a boca dela.
— Calma, não grita— mandei.
— Rob, eu... Onde a gente está? — Ela está desesperada.
— Hey, eu falei pra você ficar calma! — Ela estava saindo da cama quando tropeçou nos próprios pés e caiu. — Ariana, eu falei pra você não gritar!
Ela se levantou e respirou fundo.
— Tá, já entendi. Passou.— Ela continuou respirando fundo algumas vezes. — Caralho. O que aconteceu.
— Caímos na armadilha dela.
— Kristen pegou a gente?— Ariana passou as mãos no cabelo solto. — Perai, você falou com ela?!
— Falei. Ela me ameaçou. A gente estava amarrado. Sorte a sua que você não estava consciente.
— E o que você disse a ela?
— Nada além do óbvio. — Falei baixo. — Ela acha que não fomos chamados de novo.
— Ah... Bem, menos mal. Ela podia ter nos matado. Mas aí ela viu nosso histórico e pensou "eles são rebeldes" e convocou a gente pro grupo dela?
— É. Isso mesmo. Ela disse que não tinha nada a ver com a morte dos quatro policiais.
— Hm. O que ela mais ela falou?
— De falsas acusações que fizeram ao pai dela e de queima de arquivo.
— Wow. Ela sabe muito!— Ariana sorriu. — Eu acho que essa queima de arquivo aí é possível... Sabia que os quatro que morreram são os únicos que poderiam saber onde John estava? Tem algo aí, Rob.
— Eu sei que tem. É por isso que a gente está aqui. E eu quero você atenta.
— Tá. Certo... — Ela olhou pra uma outra porta, essa na mesma parede que a cama. — Vamos nos focar em sair daqui primeiro.
***

A gente nesse meio tempo só achou um banheiro e uma janela.
Já era noite quando a porta de entrada destrancou e abriu.
Kristen, de jeans e camiseta cinza, estava com duas sacolas de papel nos braços e abriu mais a porta com o pé.
Eu me levantei pra ir lá ajudar.
Peguei as sacolas e coloquei na cômoda.
— Cadê a... garota? — Eu senti um ciúme vindo da voz dela?
Ariana saiu do banheiro. O cabelo preso em um rabo de cavalo e o rosto molhado. Mesmo de noite o quarto era um forno.
Ariana ficou meio desconfortável com Kristen. Kristen ficou radiante com isso.
— Você contou tudo pra ela? — Kristen perguntou.
— Claro. — Respondi. — Ela tem que saber.
Elas duas ficaram se encarando, como se analisassem uma a outra.
— Espero não ter atrapalhado nada... — E lá estava. O ciúme.
— Não! — Ariana e eu dissemos juntos.
— Não faço nem um pouco o tipo dele.— Ariana emendou, rindo.
— E nem ela o meu.— disse. — Ari é muito nova pra mim. Além de...
— Ow! Cala a boca! Vai ficar contando meus segredos?
Enfim, Kristen riu.
— Você se preocupou mais com os estudos do que com os homens?
Ariana ficou sem reação.
— Claro que se preocupou.— Kristen continuou rindo. Ela olhou pra mim. — Eu tenho que conversar com você mais tarde. A gente precisa se organizar.
— Tudo bem.
No final das contas, nós três ficamos sentados no tapete, eu tomando cerveja, Kristen bebendo um energético e Ariana com um copo gelado de refrigerante olhando pra janela.
Eu não deixava de olhar pra Kristen. Caralho, meu coração tinha que escolher ela?
Ela olhou no fundo dos meus olhos. O verde    estava da cor das árvores na janela. Algumas vezes eu tinha a sensação de ela sentia o mesmo que eu.
Vou descobrir isso hoje.

In Love With The Danger (Robsten)Onde histórias criam vida. Descubra agora